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Gianluigi Buffon: a elegância volta à Juventus

Em tempos de poucos ídolos, de um futebol tático, sem tanto brilho, ainda há espaço para a classe de um gigante. Gianluigi Buffon retorna à Juventus depois de uma temporada no Paris San-Germain. Nas graças dos biaconeros, que gritavam “GIGI! GIGI!”, o eterno camisa 1 da Vecchia Signora e da Azzurra foi recebido e anunciado nessa quinta-feira, 4 de julho.

O goleiro de 41 anos, agora, tem contrato com a Juve até 30 de junho de 2020 e escolheu a camisa 77 para seu novo ciclo em Turim. Sua contratação não é para suprir uma posição carente no time bianconero e em suas falas, Buffon reconhece que não veio para ser titular, mas sim para ajudar a Velha Senhora.

“Volto a Turim porque sei que posso ser útil. Volto porque o convite de uma Senhora não se pode recusar. Volto porque essa é a minha casa.”

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A primeira despedida de Buffon foi em 19 de maio de 2018 com a coroação do seu nono Scudetto (Foto: Juventus)

O tom que o Clube que Buffon mais jogou o recebeu foi de extrema gratidão e reconhecimento de sua grandiosidade. No anúncio oficial em seu site, a Juventus disse: “Depois de um ano longe de Turim, Gianluigi Buffon voltou à Juventus. Era 19 de maio de 2018. Esse foi o dia em que havia lágrimas nos olhos de todos; quando Gigi se despediu da Juventus. Foi a despedida de alguém que era mais do que apenas um capitão, mas uma lenda e um símbolo do clube. Provavelmente cada um de nós esperava e, no final, sabia que o fio que nos unia por tantos anos não estava destinado a quebrar. E esse foi o caso”.

Os “seis mil cento e onze momentos de pura paixão”

A história de Buffon na Juventus é muito longa e começa numa época que o futebol italiano era o que tinha mais atenções. A geração dele levou a Itália de volta ao topo do mundo em 2006 depois de 24 anos. E Gigi, como é chamado pelos italianos, também viu sua Azzurra entrar em decadência e ser a única campeã mundial fora da Copa da Rússia em 2018.

Aqui, falaremos somente de seus “seis mil cento e onze dias” em sua primeira passagem pela Juventus como ele citou em sua carta de despedida (confira um trecho abaixo) antes do jogo final.

Seis mil cento e onze dias.
Seis mil cento e onze momentos de pura paixão.
De alegria e de lágrimas, de derrotas e de vitórias. (…)

Amanhã será o fim de uma jornada.
O capítulo final de um livro que nós escrevemos juntos.
A emoção é profunda.
Quase esmagadora.
Uma nova jornada começa.
Um novo capítulo.
É assim que deve ser.
Para a Juventus, cujo espírito irá permanecer além de seus indivíduos. Para sempre!
E que irá adicionar mais páginas maravilhosas à história que eu imagino sem fim.
Porque esse clube tem um único e inigualável DNA. Irrepetível e magnífico.
Juventus é uma família. Minha família.
E eu nunca vou parar de amá-la, agradecendo e chamando de “casa”.
Porque ela me deu muito. Ela me deu tudo.
Certamente, muito mais do que eu dei a ela.

Sua primeira temporada na Juventus foi em 2001-2002 depois de ser contratado junto ao Parma. Naquela temporada, o time de Turim levantou sua primeira taça com Buffon no gol. No período seguinte (2002-2003), o bicampeonato com Gigi.

Nas duas épocas seguintes, a Juve também foi campeã italiana, mas seus títulos foram tirados e ela jogou a segunda divisão em 2006-2007 por conta do escândalo envolvendo a alteração de resultados na Série A.

O mundo italiano

Enquanto, seu time era punido e rebaixado, Gianluigi venceu o maior título que um jogador pode conquistar, a Copa do Mundo. Na Alemanha, aquele lendário time italiano com Buffon; Grosso, Materazzi, Cannavaro, Zambrotta; De Rossi (Perrota), Gatusso, Pirlo, Camoranesi; Totti (Del Piero); levantou o mundo. Mais que um estilo de jogo, aquela equipe fica até hoje nos corações que torcem pela Azzurra por conta de sua defesa, sua classe e elegância.

Voltando a seu clube, Buffon venceu a segunda divisão e ficou durante todo o jejum de títulos italianos da Juventus. Até que na temporada de 2011-2012, começava a sequência que parece interminável de Scudettos.