Existem jogadores talentosos, polêmicos, artilheiros, folclóricos e existiu tudo isso em apenas um: Romário
Colecionador de muitos gols e polêmicas, o baixinho tem seu nome gravado no nome do futebol mundial, não apenas pela Copa de Mundo de 1994. Artilheiro por onde passou o maior camisa 11 da história do futebol, na visão de muitos, também cativou aos torcedores com seu jeito irreverente e suas declarações nada convencionais. Problemas com jogadores como Edmundo, Pelé e situações engraçadas, como com seu treinador no período de Barcelona, o holandês Cruyff, vão mostrar um pouco da trajetória do maior jogador de área que já vi jogar.
INICIO NO FUTEBOL
Nascido na comunidade do Jacarezinho, área periférica na capital carioca, Romário começou jogando pelo Estrelinha, time fundado por seu próprio pai. E como um jogador diferenciado, foi visto por um olheiro que o levou para fazer um teste no Olaria. Em seu primeiro campeonato pela equipe, o baixinho foi campeão e artilheiro da competição e junto com outros destaques do Azulão de Bariri foi levado para o Vasco da Gama, onde fez toda sua categoria de base sendo campeão carioca em 1982,1983 e 1984.
FUTEBOL PROFISSIONAL
Promovido ao time principal cruzmaltino em 1985, sua estreia ocorreu no dia 6 de fevereiro, em uma vitória por 3×0 diante de Coritiba, e naquele mesmo ano já começou a chamar atenção de outros clubes por ser vice-artilheiro do campeonato carioca daquele ano. Em 1996 assinou seu primeiro contrato profissional e formou uma forte dupla de ataque ao lado de Roberto Dinamite. Alguns anos depois o ídolo e ex-presidente vascaíno fez o seguinte comentário sobre a dupla de ataque sobre o baixinho: “Você sabe o que é jogar ao lado do Romário de 20 anos de idade? Era só jogar a bola para ele. Das três que chegavam no pé, duas ele colocava dentro do gol”. O jovem atacante ainda foi bi-campeão carioca até ir para as Olimpíadas de Seul, em 1988, e chamar a atenção do PSV, que acabou levando o atacante para a Holanda.
Romário se transferiu para o PSV por US$ 5 milhões, sendo na época a mais cara contratação brasileira por um clube estrangeiro. Foi um grande investimento por uma aposta, mas em seu primeiro ano, Romário é artilheiro do campeonato holandês de 88/89 e com seus gols ajuda o PSV a chegar a mais um título. Romário ainda foi campeão nacional em 90/91 e 91/92 e artilheiro nas temporadas 89/90, 90/91 e artilheiro da Copa dos Campeões da UEFA, mesmo com seu time sendo o último na fase de grupo. O desempenho do Baixinho acabou impressionando Johan Cruyff, que acabou solicitando a compra o atacante brasileiro.
Romário começa mostrando ao que veio, marcando 14 gols em 8 partidas na pré temporada. O baixinho caiu nas graças da torcida, quando em clássico com o Real Madri marcou 3 gols, na vitória por 5 x 0. Naquela temporada acabou se consagrando campeão espanhol e artilheiro do campeonato. Em um jogo daquele campeonato Romário fez uma aposta com seu treinador, que anos depois relatou ao jornal L’Équipe: Uma vez, ele veio me perguntar se poderia faltar a dois dias de treinos para voltar ao Brasil. Deveria ser carnaval no Rio de Janeiro. Eu respondi: “se você fizer dois gols amanhã, te dou dois dias a mais de descanso que o restante da equipe”. No dia seguinte, ele marcou seu segundo gol com 20 minutos de jogo e imediatamente fez um gesto para mim pedindo para sair. Ele me disse: “Treinador, meu avião sai em menos de uma hora”. Porém Romário não teria vida longa em Barcelona, mesmo depois de comandar a Seleção Brasileira ao tetracampeonato, o baixinho acabou forçando sua saída, após uma grande oferta do Flamengo e uma chance de retornar ao Brasil.