Sim existiu um anjo! E ele tinha pernas tortas!

Manuel Francisco dos Santos.

As vezes ao ler o nome acima você não reconhece um ídolo mundial do Futebol. Quando falamos em Mané Garrincha ou apenas Garrincha já esclarece tudo e boas memórias vão aparecer na cabeça de quem o viu o jogar ou conhece sua história.

Mané foi apenas um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Considerado o maior ponta direita que já jogou, Garrincha se destacava por seus dribles desconcertantes e sua velocidade fora do comum. Sim, ele tinha um problema em suas pernas que, de fato eram tortas, mas que em nada atrapalhava esse gênio da bola.

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Apelido Garrincha

O anjo das pernas tortas ganhou seu apelido ainda quando criança. Um de seus quinze irmãos o comparava com um pássaro nativo da região que cresceram, em Pau Grande um distrito de Bagé. Esse pássaro era muito feio, porém tinha uma velocidade quando estava no ar impressionante. Foi então que Manuel virou Garrincha.

Pernas Tortas

De fato, como disse ai em cima, as pernas de Mané eram tortas. Sua perna direita, era seis centímetros mais curta que a esquerda, flexionada para o lado esquerdo. A perna esquerda apresentava o mesmo desenho. Ambas as pernas eram, pois, tortas para o seu lado esquerdo. Garrincha era destro. Segundo Ruy Castro, autor da biografia de Mané, Garrincha já teria nascido com esse problema nas pernas, porém, há relatos de que essa característica, pode ter sido sequela de uma poliomielite.

Início e carreira no futebol

Garrincha começou jogando com 14 anos de idade no time da várzea de seu distrito e após seu talento chamar a atenção do Botafogo, Mané foi fazer um teste. No jogo, Nilton Santos deveria marcar o então menino prodígio. Segundo dizem relatos, com 20 minutos de jogo, Nilton gritava e gesticulava pedindo o fiz daquele coletivo. E então declarou:

“Ele deu-me um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu não queria enfrentá-lo de novo” – Nilton Santos.

Por praticamente toda a sua carreira (95% das partidas), Garrincha defendeu o Botafogo (no período de 1953-1965), além da Seleção Brasileira (de 1957-1966).

Já em fim de carreira jogou alguns meses no Sport Club Corinthians Paulista (1966), no Clube de Regatas do Flamengo(1969), e no Olaria Atlético Clube, porém já estava longe de seu auge. Integrou o elenco do Vasco, em um amistoso contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ), marcando um gol nesta partida. Sua contratação não foi fechada pela equipe cruzmaltina devido a sua má condição física e foi devolvido ao Sport Club Corinthians Paulista após o supracitado amistoso.

Pela seleção brasileira, foi convocado para disputar a copa de 1958 e começou uma dupla fenomenal com outra lenda, Pelé. Um dos grandes astros daquela seleção campeã na Suécia, seu talento encantou o mundo, fazendo com que treinadores e jogadores arrancassem os cabelos pensando uma forma de parar o então ponta direito mágico da seleção brasileira.

“Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente” – Didi, sobre o Mundial de 1958.