Zidane: O maestro franco-argelino que encanta o mundo

 

Zinédine Yazid Zidane nasceu no dia 23 de junho de 1972, na cidade de Marselha, na França. É considerado um dos melhores atletas de todos tempos, dividindo o posto de melhor da França, com Michel Platini

 

 

 A sua carreira vitoriosa se inicia antes mesmo do seu nascimento. Na década de 50, seus pais argelinos decidem migrar para a França em busca de melhores condições de vida. Durante sua infância tinha como referências o clube da cidade, o Olympique de Marselha e o meia uruguaio Enzo Francescoli (atuou no clube marselhês). Na base, vestiu a camisa de clubes locais e inexpressivos como o San-Henri (por um ano) e o Septèmes-les-Vallons (por quatro anos). O destaque proveniente do último clube, o fez passar por um teste de 6 semanas no Cannes (na época disputava a Ligue 1), após assinou o primeiro contrato profissional, em 1989, fez seu primeiro gol na carreira e foi presenteado com um carro vermelho pelo então presidente, Alain Pedretti.

 

 

 Depois de quatro temporadas no clube, a equipe do Cannes foi rebaixado para Ligue 2. Mesmo assim, Zidane foi o melhor jogador do clube durante a época. Na temporada seguinte, 1992/1993, acertou sua ida ao Bordeaux por 7 milhões de euros. Foram 4 temporadas, cerca de 40 tentos em 180 jogos, o seu primeiro título, a extinta Copa Intertoto da UEFA (servia para os times que não disputavam a Liga dos Campeões e a Liga Europa). Em 1994, estreou na seleção francesa, uma longa trajetória de vitórias se iniciava.

 

 

 Na temporada 1995/1996, o Bordeaux foi vice-campeão da Copa da UEFA (hoje Liga Europa), na 1ª fase eliminatória venceu o Vardar da Macedônia (atual vice-campeão nacional) pelo placar agregado de 3 a 1. Na fase seguinte, eliminou o Rotor Volgograd, da Rússia (não disputa nenhuma divisão do campeonato nacional) no agregado 3 a 1. Na terceira fase, superou o Real Bétis, da Espanha pelo placar de 3 a 1. Nas quartas, a primeira grande decisão, o Milan, nos dois embates, uma vitória rossonera no primeiro jogo por 2 a 0 e na partida de volta, uma virada inacreditável, placar de 3 a 0 em casa. Na semi venceu o Slavia Praga, da República Tcheca, duas vitórias por 1 a 0. Na final, o Bayern de Munique, duas derrotas (2 a 0 fora de casa e 3 a 1 em casa), porém o dever dos “Les Girondins” foi cumprido.

 

 

 Na temporada seguinte, o destino do francês estava incerto. O futebol de Zidane interessou ao treinador do Blackburn, entretanto o presidente vetou sua contratação. Alex Ferguson, treinador do Manchester United também se interessou no atleta, contudo a adaptação do estilo francês para o inglês foi preponderante na sua desistência. Os bianconeros investiram forte em sua contratação, mesmo tendo conquistando a Liga dos Campeões em 1995/1996. Na Juventus, a comparação com Michel Platini, ídolo da década de 80 no clube não foi empecilho para o seu progresso no futebol.

 

 

 Conquistou na primeira temporada, a Supercopa Europeia (sobre o Bayern de Munique) e o Mundial de Clubes sobre o River Plate (nesta partida atuou contra o seu ídolo de infância Enzo Francescoli) o placar foi de 1 a 0. Conquistou o Scudetto (campeonato nacional) com 65 pontos em 34 partidas. A temporada somente não foi perfeita, pelo vice-campeonato da Liga dos Campeões, derrota para o Borussia Dortmund, entretanto foi escolhido como melhor estrangeiro do ano no país.

 

 

 

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Foto: Juventus (Itália).

 

 

 Em 1997/1998, foi campeão nacional e vice-campeão da Liga dos Campeões, a derrota foi para o Real Madrid. Contudo, essa temporada lhe reservava uma conquista mundial. Foi o melhor atleta da Copa do Mundo de 1998, na final venceu o Brasil pelo placar de 3 a 0, com uma apresentação memorável do maestro. Foram 6 vitórias no tempo normal e uma vitórias nas penalidades máximas contra a Itália. Este campeonato lhe rendeu o Prêmio de Melhor do Ano da FIFA.

 

 

 As suas últimas duas temporadas na Juventus, foram irregulares. A equipe bateu na trave no campeonato nacional e teve um vexame na Liga dos Campeões em 2001, sendo eliminado na primeira fase, foi o último colocado de seu grupo. Mesmo assim, em 2000, foi escolhido o melhor atleta do mundo novamente, principalmente por ter sido campeão da Eurocopa de 2000 (disputou em casa, foram 5 vitórias e uma derrota para a Holanda na primeira fase).

 

 

 Na temporada 2001/2002, Zidane aceitou a ostentosa proposta do Real Madrid, foram 77 milhões de euros (até 2009, a maior transferência do mundo), o clube fechou com Luis Figo e David Beckham na mesma época. Conquistou a Liga dos Campões (após alguns vices na época de Juventus), sendo decisivo na final contra o Bayer Leverkusen, aos 44 minutos do segundo tempo, 1 a 1, e o francês deu um voleio de raríssima beleza para dar o nono título do campeonato aos merengues. No mesmo campeonato, superou o Barcelona na semifinal, com direito a uma vitória no Camp Nou por 2 a 0. Conquistou o triplete, após vencer a Supercopa Europeia (contra o Feyenoord, da Holanda por 3 a 1) e a Copa Intercontinental (contra o Olímpia por 2 a 0).

 

 

 

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Foto: Real Madrid.

 

 

 Na temporada seguinte, o último título da carreira, a Supercopa da Espanha. Após isso, o Real Madrid mesmo favorito não conseguia se manter na frente da tabela. Eliminações para Real Zaragoza e Monaco, além de perder a La Liga para o Valencia. Nos últimos anos, a apatia e a incerteza pairaram no ar dos “Los Blancos”, eliminações na Liga dos Campeões para Juventus e Arsenal, além de uma péssima Eurocopa em 2004. Na sua última partida pelo Real, empate por 3 a 3 contra o Villareal e comemoração por sua passagem de 2001 a 2006 (foram 49 gols em 228 jogos).

 

 

 A Copa do Mundo de 2006, foi o ato final de sua carreira como jogador. Na primeira fase, dois empates e uma vitória contra Togo, sendo segundo lugar no grupo G. Nas oitavas eliminou a Espanha por 3 a 1, nas quartas, outra partida memorável contra o Brasil, ele fez o cruzamento para o gol de Henry, único tento do embate. Na semifinal, superou Portugal por 1 a 0. Na final, derrota contra a Itália nos pênaltis por 5 a 3, foi expulso após cabecear o zagueiro Materazzi no tórax aos 5 minutos do segundo tempo da prorrogação, infelizmente a última imagem dele como atleta profissional.

 

 

 

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Foto: Seleção Francesa.

 

 

 Após muito tempo sem aparecer nos holofotes mundiais. Em 2013, foi auxiliar-técnico de Carlo Ancelotti no Real Madrid, conquistou a Copa do Rei e a Champions League. No ano seguinte, foi auxiliar e técnico do Real Madrid Castilla (Real Madrid B, tendo um aproveitamento de 45%). Na última temporada, após a demissão de Rafael Benítez, assumiu o posto de técnico, foram 27 partidas e 21 vitórias, sendo campeão da Champions League.

 

 

 

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Foto: Real Madrid.

 

 

 “Não me arrependo de nada”  Zinedine Zidane.

 

 

 Foto de capa: Seleção Francesa.