Entenda: o impacto das lesões na temporada do Liverpool

A temporada 2020/2021 do Liverpool foi um tanto quanto complicada. Especialmente devido às lesões, que avassalaram os Reds desde o início da temporada, a equipe de Jürgen Klopp passou por situações inesperadas ao longo da edição em especial da Premier League.

Apesar de terem conquistado a terceira colocação e, consequentemente, a vaga para a próxima Liga dos Campeões, os Reds tiveram que contar com tropeços de seus rivais na reta final, já que a irregularidade durante a temporada atrapalhou muito os planos do bicampeonato nacional.

Foto: Getty Images.

O problema com as lesões foi fator crucial para o ano abaixo do esperado do Liverpool, que não conquistou nenhum título nesta temporada.

. Premier League: terceira colocação, atrás do vice Manchester United e do campeão Manchester City

. Copa da Inglaterra: eliminado na quarta rodada pelo Manchester United

. Copa da Liga Inglesa: eliminado na quarta rodada pelo Arsenal

. Liga dos Campeões: eliminado nas quartas de final pelo Real Madrid

Ao total, foram 262 jogos perdidos por lesões na temporada 2020/21 por 15 jogadores diferentes. Confira a lista:

  1. Virgil van Dijk – 45 jogos
  2. Joe Gomez – 39 jogos
  3. Joel Matip – 27 jogos
  4. Naby Keita – 23 jogos
  5. Diogo Jota – 21 jogos
  6. Thiago – 21 jogos
  7. Oxlade-Chamberlain – 20 jogos
  8. Henderson – 17 jogos
  9. Milner – 13 jogos
  10. Fabinho – 11 jogos
  11. Shaqiri – 9 jogos
  12. Alisson – 8 jogos
  13. Trent Alexander-Arnold – 4 jogos
  14. Firmino – 3 jogos
  15. Salah – 1 jogo

A zaga foi o setor mais desfalcado, e o líder da lista de jogos perdidos é Virgil van Dijk, que perdeu impressionantes 45 partidas desde que lesionou o joelho direito após entrada dura do goleiro Jordan Pickford, do Everton, no clássico em Goodison Park no dia 17 de outubro de 2020. O holandês é considerado por muitos o desfalque mais sentido da temporada.

Além do seu principal zagueiro, o Liverpool também teve que lidar com as lesões de Joe Gomez e Joel Matip, jogadores que formavam a dupla de zaga com van Dijk. Com isso, Klopp precisou improvisar o brasileiro Fabinho e o capitão Henderson, ambos originalmente volantes, em diversas ocasiões.

Porém os dois também sofreram lesões durante a temporada e o treinador alemão teve que dar oportunidades aos jovens zagueiros Nat Phillips e Rhys Williams, que conseguiram trazer solidez à zaga dos Reds especialmente na reta final e superaram expectativas, sendo peças fundamentais para que o Liverpool conseguisse 5 vitórias nos últimos 5 jogos desta edição da Premier League. O turco Ozan Kabak, emprestado pelo Schalke 04, foi utilizado em algumas partidas, mas não teve grande sequência e retornou ao banco de reservas.

A lesão do português Diogo Jota, que chegou a Anfield nesta temporada, também teve grande impacto, visto que ele conseguiu números impressionantes ainda nos seus primeiros jogos com a camisa do Liverpool, colocando em risco até mesmo a titularidade de Roberto Firmino.

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Assim como Jota, o recém-chegado Thiago Alcântara sofreu uma lesão pouco tempo depois da sua chegada e desfalcou os Reds por 21 jogos, mesmo número de partidas perdidas pelo português. O capitão Jordan Henderson também foi uma ausência muito sentida, pois além da sua liderança, ele é referência na sua posição, com uma leitura de jogo excepcional e forte poder de cruzamento.

Incrivelmente, o lateral Andrew Robertson foi o único jogador titular em todas as partidas do Liverpool na Premier League. Com apenas um jogo perdido, Mohamed Salah marcou 22 gols e foi vice artilheiro da competição, ficando atrás apenas de Harry Kane (Tottenham), que marcou 23. O egípcio também marcou seis gols na Liga dos Campeões e é visto como um dos jogadores mais regulares da temporada, inclusive sendo eleito o jogador da temporada pelo Standard Chartered, patrocinador do clube.

Dessa forma, com tantos desfalques e, consequentemente, mudanças na equipe ao longo da temporada, o Liverpool passou por muitos altos e baixos. Jürgen Klopp viu a invencibilidade de 68 jogos em Anfield desmoronar com uma sequência de seis derrotas seguidas em casa, sendo uma delas no clássico contra o Everton. A última vitória dos Toffees havia sido em outubro de 2010. Desde então, eram 11 vitórias do Liverpool e 12 empates.

Além disso, os Reds somaram apenas 18 pontos dos 36 disputados contra os seis últimos colocados na tabela de classificação da Premier League. Já na Liga dos Campeões, o grande número de chances claras desperdiçadas contra o Real Madrid, que venceu na Espanha e segurou o 0 a 0 em Anfield, acabaram custando a eliminação nas quartas de final.

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Entretanto, a reta final do Liverpool foi espetacular. Com direito a gol histórico do goleiro brasileiro Alisson no último lance da partida contra o West Bromwich, os Reds venceram todos os cinco jogos no mês de maio.

Os tropeços de rivais, especialmente Leicester e Chelsea, também foram primordiais para a conquista da vaga do Liverpool na próxima Liga dos Campeões, mas é de suma importância reconhecer que mesmo com tantos problemas, principalmente ocasionados pelas lesões, Klopp foi um dos protagonistas dessa volta por cima do Liverpool.

O técnico alemão, mesmo com tantos problemas, conseguiu o que faz de melhor: adaptou jogadores, até os coadjuvantes, à situação delicada da temporada e tomou decisões que de certa forma conseguiram levar os Reds ao nível esperado para um clube do tamanho do Liverpool.