Da “luta contra o rebaixamento” à liderança: o que mudou nesse Atleti

“Se seguirmos assim, vamos lutar contra o rebaixamento.” Essa frase foi dita por ninguém menos que Antoine Griezmann, craque do Atlético, após o empate contra o Leganés pela segunda rodada. Nessa altura a equipe acumulava míseros 2 pontos em 2 jogos (contra 2 equipes que subiram da Liga Adelante), aproveitamento digno da época de Gregório Manzano.

Desde então foram 7 jogos: 6 vitórias rojiblancas e um bom empate no Camp Nou, com 15 gols marcados e apenas 1 sofrido. Primeira colocação na liga espanhola e em seu grupo da Champions League.

Quais mudanças levaram uma equipe com atuações tão fracas no início da temporada a voltar a ser a eficiente máquina de resultados que estamos acostumados nos últimos anos?


Auto conhecimento e entrosamento

Enquanto a maioria dos times lamenta a parada Fifa, Simeone e o Atleti agradecem, é quase uma lei a equipe colchonera voltar melhor das paradas de Setembro e Janeiro. Por que será?

O motivo é bem simples: Simeone utiliza esse período como uma espécie de “mini pré-temporada” para os jogadores que ficam, conhecendo-os muito melhor. Um exemplo bem claro é o de Kévin Gameiro.

O atacante francês teve atuações muito fracas nos dois primeiros jogos (o gol de pênalti contra o Alavés foi só um detalhe) e isso se devia ao posicionamento do jogador em campo. Cholo ainda não tinha entendido como o franco-português joga.

Gameiro é um atacante de muita explosão, oportunista, muito aplicado e esforçado. Uma boa peça para a equipe, mas não na função de pivô, ele tem algumas dificuldades em controlar o corpo, e seus 1,72 metros de altura não ajudam na hora de dividir as bolas longas, utilizadas com frequencia no cholismo. O técnico argentino entendeu isso e mudou sua forma de jogar.

Cada ponto amarelo do gráfico ao lado indica o local onde Gameiro tocou na bola: o de cima em seu primeiro jogo, contra o Alavés e o de baixo na última partida contra o Valencia, a diferença é perceptível. Quando Simeone quer um pivô, utiliza Fernando Torres, o melhor do time nessa função.

Ajustes como esse são naturais e necessários para a evolução de qualquer equipe ao longo de uma temporada. Agora esperamos um encaixe maior de Gaitán, até o momento pouco aproveitado por Cholo.


Mudança de peças e tática

Outro ponto importante foi a mudança que Cholo fez no meio campo, com Carrasco no lugar de Augusto ou Tiago no XI inicial.