No dia em que a torcida organizada Gaviões da Fiel completa 47 anos de história, vamos relembrar alguns fatos sobre a sua relação com o Corinthians. Criada em 1969 com o intuito de derrubar o então dirigente/presidente Wadih Helu, desde cedo a torcida tinha o objetivo de fiscalizar o que acontecia no Corinthians, com envolvimento ampliado para a política do país.
Como por exemplo na época da ditadura, os Gaviões realizaram diversos protestos, como por exemplo em 1979 em pleno Morumbi lotado, abrindo uma faixa pedindo “anistia ampla, geral e irrestrita”. Já no início dos anos 90, surgiu a ideologia, cultivada até hoje, com os dizeres de “Lealdade, Humildade e Procedimento”, em decorrência do falecimento de um dos líderes da torcida.
Em paralelo ao futebol, a torcida também possui uma escola de samba, com quatro títulos do grupo especial. Também realiza diversas ações beneficiantes e sociais em sua quadra, localizada no Bom Retiro. Os Gaviões também são lembrados por participarem da invasão do Maracanã em 76 e em 2000, da invasão no Japão no Mundial de 2012 e por estarem em qualquer lugar, sempre apoiando o Corinthians.
Mas, ainda nos anos 90, começou uma onda de brigas generalizadas entre as torcidas organizadas de São Paulo, culminando com o pedido de extinção do então promotor Fernando Capez. Vale lembrar que a Gaviões da Fiel nunca foi fechada, porém sempre conviveu com as ameaças. Praticamente todo clássico em São Paulo tinha alguma briga com torcedores organizados envolvidos, fato esse que aumentou consideravelmente nos demais anos até o dia de hoje.
Também devemos ressaltar a prática de invasões e reuniões no CT do Corinthians. Tivemos o triste episódio da emboscada na serra de Santos, em 1997, e a invasão no Parque São Jorge, após a eliminação da Libertadores de 2000. Recentemente, diversos torcedores invadiram o CT Joaquim Grava, com a promessa de quebrar a perna do então atacante Alexandre Pato.
A prática de invasões já causou estragos na equipe do Corinthians. Após a invasão da Libertadores, o atacante Edílson, duramente cobrado por não participar da disputa de pênaltis, decidiu sair do clube. Em 2006, com o Corinthians eliminado e em baixa no Campeonato Brasileiro, Carlitos Tevez comemorou um gol mandando a torcida “calar a boca”, pedindo o fim das vaias. Na saída do Morumbi, seu carro foi chutado por alguns torcedores organizados. Tevez estava com sua filha, bebê na época, e também decidiu sair do Corinthians.
Já em 2007, o atual diretor do Corinthians Eduardo Ferreira, participou ativamente do movimento Fora Dualib, que culminou com a saída do então presidente Alberto Dualib e o início da era Sanchez no Corinthians. Hoje, a presença de um torcedor organizado em cargo de direção de um clube de futebol, causa certa estranheza no mundo do futebol. Mas, para qualquer entendedor, é uma mera troca de favores.
Desde então, nenhuma crítica ou protesto é direcionado a diretoria do Corinthians, principalmente, contra o grupo do Sanchez. Após o título Brasileiro de 2015, o Corinthians praticamente vendeu seus principais jogadores da equipe, e a torcida nada fez. Nas últimas semanas, ainda com Tite no comando, o então presidente apoiado pelo seu diretor, recebeu alguns torcedores para bater um papo com os jogadores em seu local de trabalho, fato esse que desagradou, e muito, o técnico Tite. Saindo do futebol, os torcedores pouco protestaram contra a caixa preta que é as contas da Arena Corinthians e nunca mais tocaram no assunto. Porque?
Durante esses acontecimentos citados, devemos mencionar a luta que a Gaviões preferiu comprar contra o sistema. Em todo jogo na Arena, diversas faixas contra a Rede Globo, CBF, FPF e o então deputado Fernando Capez, pedindo abertura da CPI da merenda, que o político do PSDB está envolvido. Durante os protestos, os Gaviões foram duramente repreendidos pela PM e MP de São Paulo. Mas porque nesse momento os Gaviões não direcionaram as críticas contra a diretoria do Corinthians?
Aqui está uma breve análise dos ideias da torcida organizada e do atual momento de sua relação de cumplicidade com o Corinthians. Na opinião do colunista, a festa que elas fazem não devem acabar e não se deve oprimi-los. Porém, cabe a direção da torcida organizada punir quem se envolve em confusão, evitando assim generalizar os mais de 107 mil associados de sua agremiação.
Vai Corinthians!
@opinatimao
@luizfi
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