Maloqueiro e Sofredor

O meio-campista Lulinha concede entrevista ao MF

O jogador Lulinha, nascido no ABC paulista passou por vários clubes brasileiros, tendo destaque principalmente no Corinthians onde foi revelado, Bahia e Ceará, onde adquiriu o apelido de “joga fácil”. Veio das quadras de futsal e chegou ao futebol como grande promessa da base do Corinthians, foi destaque e artilheiro da Seleção Brasileira sub-17 levando a conquista do Campeonato Sul-Americano

 

1) Conta um pouco sobre como foi o seu inicio de carreira, quem te apoiou e como começou a sua trajetória no futebol.

R: No inicio comecei no Grêmio Mauaense lá da minha cidade Mauá no ABC, depois fui passando por outros clubes de futsal, Santa Maria e o meu primeiro clube de campo mesmo foi o Corinthians, com 8 anos de idade. Desde então comecei a me destacar na base sempre jogando com jogadores um ou dois anos mais velhos do que eu, e nisso consegui ir pra seleção brasileira sub-14, 15, 16 e 17 conseguindo títulos e aí foi começando tudo dar muito certo pra mim, foi acontecendo até chegar no profissional. Aí passei pelo Corinthians, Botafogo e os clubes de fora também, Portugal, Coréia, Emirados Árabes, e foi uma carreira muito feliz, hoje ainda com 28 anos tem muita coisa pra acontecer pela frente.

 

2) Qual foi o marco mais importante da sua carreira profissional?

R: Com toda certeza foi ser campeão pelo Corinthians. Ser campeão paulista, e da Copa do Brasil. Era um sonho comemorar um título profissional. E o meu primeiro gol como profissional também foi algo bem marcante na minha carreira.

 

3) Você veio formado nas categorias de base do Corinthians, conta um pouco sobre como é essa questão de ser um garoto da base recém chegado ao meio profissional, e sobre as pressões que acontecem – tanto vindo da torcida, dos dirigentes, dos técnicos etc.

R: Eu entrei nas categorias de base do Corinthians com 8 anos de idade, subi pro profissional aos 16, e a responsabilidade é muito grande, tem a pressão da torcida e quando eu subi ela me deu o maior apoio, mas depois dos acontecimentos que teve acabou pegando mais no meu pé, mas isso é normal, jogador que joga em clube grande acontece isso. Tem sim a pressão da torcida, pressão dos dirigentes, que é normal pela vitória e quando ela não vem, ela aumenta mais ainda, todavia a gente precisa estar maduro pra lidar, e desde a base já trabalhamos muito isso para que quando chegar no profissional isso não venha a atingir.

Foto: Al-Sharjah (Emirados).

 

4) Você quando ainda jogava na base do Corinthians foi promovido ao profissional com o intuito de ajudar a equipe naquela temporada fatídica de 2007. No fim da temporada, com o rebaixamento do Corinthians, deve ter ficado um peso enorme sobre você, na época com apenas 17 anos. Como você se sentiu sobre isso?

R: Esse ano foi um ano muito difícil e complicado. Era pra ser um ano feliz porque era meu primeiro ano no profissional e eu estava realizando o sonho de toda minha vida que era jogar no profissional. Infelizmente, por toda a situação que o Corinthians passou foi um ano complicado, onde a pressão foi muito grande sim, porque se trata do Corinthians um time com uma torcida gigantesca, e por ter sido rebaixado nesse ano ficou muito marcado os jogares que estavam lá naquela época. Porém, graças a Deus eu fui bem maduro pra depois no ano seguinte com 18 anos, dar a volta por cima e conseguir a volta pra Série A.

 

5) As pessoas costumam falar somente das coisas que não deram certo, como por exemplo você ter sido a maior promessa da base da Corinthians que acabou não vingando como esperado. Mas você como jogador, do que você mais sente orgulho na sua carreira?

R: Eu sou muito realizado, as pessoas são assim mesmo, pegam a pior parte do que aconteceu e colocam isso como um todo. Mas eu sou muito grato a Deus por tudo que o futebol me proporcionou, e proporciona até hoje. Sou muito feliz, cheguei no profissional com 16 anos, conquistei títulos, joguei do lado de grandes jogadores então eu só tenho a agradecer mesmo.

 

6) Você já passou por vários clubes, tanto no Brasil quanto no mundo. Qual deles que você mais gostou de defender e sente um carinho maior?

R: Eu sinto carinho por todos os clubes, claro que o Corinthians foi o clube que me revelou, foi meu primeiro clube no profissional. Gosto muito do Ceará, foi onde eu tive uma passagem muito boa, o Bahia também tenho o maior carinho. Claro que tem os clubes de fora também, o clube da Coréia, o Pohang que foi o clube que me abriu as portas e tive uma passagem muito boa. Então sou muito grato a esses clubes, por todos os times que eu passei tenho um grande carinho e fui muito feliz, e quanto a isso a gente fica muito contente, quando é feliz no clube.

 

7) No ano passado, o garoto Pedrinho disse que comemorou o primeiro gol dele no profissional indo comer no Burguer King. Você se lembra como comemorou o seu primeiro gol no profissional?

R: Eu lembro que meu primeiro gol no profissional eu estava lá em Goiânia, no jogo foi no Serra Dourada, lembro que já estava aquela coisa da torcida cobrando um gol meu, e quando fiz o gol foi a maior festa, os companheiros da época, Dentinho, André Santos, Carlos Alberto, Chicão, Everton Ribeiro, todos vieram muito felizes me abraçar. Depois no hotel comemoramos muito depois do jogo. No dia seguinte quando eu cheguei em casa o pessoal da minha rua lá da onde eu cresci soltaram fogos, saíram na rua pra comemorar, os torcedores do São Paulo, Santos que eram amigos meus estavam super felizes com aquele meu primeiro gol, então foi algo bem marcante pra minha vida mesmo.

Foto: Al-Sharjah (Emirados).

8) Ainda é cedo para pensar nisso, mas quais são os seus planos para o futuro? Pretende continuar no meio do futebol após encerrar a carreira como jogador?

R: Ainda estou pensando e vendo o que Deus vai preparar para mim pra quando eu parar, hoje eu ainda estou jogando, mas a intenção é continuar no meio do esporte sim, no futebol o outra situação.

 

9) Vamos às polêmicas:

Messi ou CR7? R: Pergunta difícil. Messi e CR7 são dois grandes jogadores, mas por preferência e pelo estilo de jogo gosto muito do Messi, e pelas características parece muito comigo, por ele ser baixinho, jogar no meio campo, todavia o CR7 também é sem comentários.

 

Libertadores ou Champions League? R: Libertadores é um grande campeonato, mas a Champions League é uma atração a parte, onde o mundo todo para pra assistir, é um campeonato diferenciado.

 

PES ou FIFA? R: O PES joguei muito quando era criança, mas hoje eu prefiro mais o FIFA.

 

10) E para finalizar: diz o que é o futebol para você e o que ele representa.

R: Futebol para mim não digo que é tudo, pois primeiramente Deus é tudo pra mim. Contudo o futebol é onde me proporcionou alegria, dá o sustento pra minha família, sou muito alegre, creio muito que nasci pra fazer isso, para jogar futebol, sou muito agradecido a Deus por ele ter me dado esse dom de estar ali dentro de campo, jogando, treinando todos os dias. O futebol é algo muito importante que vou carregar pra sempre na minha vida.

 

Thaís Analia

Corinthiana, maloqueira e sofredora. Graças a Deus!

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