City assume a liderança e começa corrida contra si mesmo

No Etihad Stadium, o City finalmente assumiu a liderança da Premiere League. Além de seus óbvios méritos, contou com o resultado extremamente favorável entre Chelsea e Liverpool, um empate. Na liderança, basta os citizens manterem a sequência de resultados. O que não é fácil e precisará conquistar um aspecto negativo.

Convém ilustrar com números: o City acerta um chute ao gol a cada 2,6 chutes. Desses chutes ao gol, precisa de 2 chutes para, no terceiro, conseguir fazer o gol. Ou seja, precisa finalizar oito vezes antes de fazer cada gol. São 38 jogos nos quais o time precisa chegar 16 vezes no gol adversário para assegurar uma vitória, sempre fazendo-o mantendo a posse completamente.

Para conseguir tantas finalizações, como foi citado, é preciso, dentro da lógica interna do sistema de Guardiola, manutenção da posse o tempo todo. Acontece que os 5 jogadores do elenco que mais trocam passes (Laporte, Fernandinho, Walker, David Silva e Bernardo) são responsáveis por 50% dos passes da equipe. A metade de toda a carga desse sistema brutal de 70% de posse de bola por jogo está concentrado em 5 jogadores.

O sistema de Guardiola, de fato, é quase perfeito (talvez seja, mas nós não somos capazes de comparar a qualquer outra coisa para saber). Mas talvez não considera o fator humano como deveria considerar. Pessoas sentem dor, angústia, tristeza, são instáveis. Laporte e Fernandinho lideram com sobras todas as estatísticas defensivas do time, e deles é exigido mais do que de qualquer um. Em uma temporada longa, é fatal a eventual queda de rendimento destes.

A solução, porém, é difícil. Segurar o time em qualquer momento do campeonato pode ser arriscado, com tantos times na cola. Tudo indica que será desta forma o campeonato todo, com máximas exigências físicas. Talvez o sistema do City se tornou refém de si mesmo, o autor de suas imperfeições. De qualquer forma, há times com problemas maiores. Segue o líder.