|

Derrota para o Crystal Palace expõe fraquezas do elenco

O Manchester United iniciou sua temporada com o embate contra o Crystal Palace no Old Trafford, hoje pela 2ª rodada da Premier League. Com alguns jogadores poupados no início da partida, como Van de Beek e Wan-Bissaka, os Red Devils saíram derrotados pelo placar de 3×1 e começaram a Premier League sem nenhum resquício do time que terminou a última temporada.

Escalações:

Manchester United: De Gea; Fosu-Mensah (Ighalo), Lindelöf, Maguire, Luke Shaw; McTominay, Pogba (Van de Beek), Bruno Fernandes; James (Greenwood), Martial e Rashford.

Crystal Palace: Guaita; Ward, Kouyaté, Sakho, Mitchell; Townsend, McArthur, McCarthy (Milivojevic), Schlupp (Eze); Ayew (Batshuayi), Zaha.

Primeiro tempo:

Os primeiros cinco minutos foram mais disputados, tendo um controle maior do jogo por parte do Crystal Palace. Com o domínio inicial, o clube londrino marcou com Townsend logo aos 7 minutos, após falha de marcação de Luke Shaw. Com o placar aberto, os Red Devils começaram a tomar a iniciativa do jogo, subindo a marcação e cadenciando mais os passes.

Apesar da pressão, a primeira grande chance veio aos 20 minutos, em chute de fora da área de Pogba defendido por Guaita. Dois minutos depois, mais um chute de média distância, por McTominay, passou perto da trave. O Crystal Palace ainda teve poucas chances ocasionadas por erros de passe dos donos da casa. Com dificuldade na transmissão da bola ao ataque, o Manchester United não conseguiu transformar a posse de bola em chances de gol.

Como consequência da apatia em campo, Ayew finalizou contra-ataque pelo lado direito da defesa dos diabos vermelhos e exigiu grande defesa de De Gea. O primeiro tempo se encerrou sem mais grandes momentos pois os erros dos donos da casa eram explorados pelo Crystal Palace mas sem eficiência.

Com a posse de bola resumida a toques que rondavam a área adversária, a baixa movimentação do trio de ataque e o baixo apoio ofensivo dos laterais, o Manchester United ficou sem opções de ataque, já que sofreu com a falta de um jogador que quebrasse as linhas adversárias com uma jogada individual.

Segundo tempo:

Solskjaer mexeu no intervalo e trocou James por Greenwood, sem sucesso até os 15 minutos, quando Greenwood facilitou a movimentação entre as peças de ataque. Antes disso, os minutos iniciais foram dominados pelos contra-ataques do Crystal Palace, que não conseguiu aumentar a vantagem, mesmo com os espaços cedidos por Fosu-Mensah e Luke Shaw.

Aos 65 minutos, após mais um erro de passe, Zaha marcou mais um para o Crystal Palace, porém o gol foi corretamente anulado por impedimento. No mesmo minuto, o francês Paul Pogba deu lugar à única contratação do clube de Manchester, Van de Beek. O Manchester United ainda parecia disperso no campo, mesmo com as entradas, com chutes de fora da área e mais passes longos do que trocas velozes e triangulações.

Após chance desperdiçada de Ayew, o VAR marcou um pênalti para o clube visitante por bola na mão de Lindelöf, aos 72 minutos. Porém, o camisa 9 do Crystal Palace cobrou mal e De Gea defendeu a cobrança. Com mais uma intervenção, o VAR ordenou a volta da batida após adiantamento do goleiro. Na remarcação do penal, batida por Zaha, a vantagem foi aumentada após bela cobrança de Zaha, ex-jogador do próprio Manchester United. 

A 10 minutos do fim, Fosu-Mensah cruzou para a área e após confusão da zaga londrina, a bola sobrou no pé do estreante Van de Beek, que diminuiu para o Manchester United. Os diabos vermelhos ainda encontravam dificuldade na troca de passes até que a troca de Fosu-Mensah por Ighalo deu profundidade ao clube.

Mas o golpe fatal veio aos 40 minutos, com gol de Zaha após mais uma falha de Lindelöf. O zagueiro perdeu a disputa na frente da área e o atacante sacramentou a vitória do time londrino. Os minutos finais foram de ataque dos Red Devils, que não conseguiram armar mais nenhuma jogada que pudesse ocasionar uma grande chance. O desespero dos donos da casa levou a diversos escanteios na reta final, que não foram suficientes para alterar o placar.

Análise:

A derrota para o Crystal Palace expôs dois problemas no time de Ole Gunnar Solskjaer. Primeiro, a pré-temporada do clube, que teve início uma semana antes do jogo de abertura da temporada, com um amistoso com o Aston Villa. Isso impactou o ritmo dos jogadores, que pareciam descondicionados com a alta pressão do adversário londrino e influenciou na facilidade com que os contra-ataques adversários foram emplacados.

O outro obstáculo do time é a carência de algumas posições específicas do elenco. O zagueiro Lindelöf falhou em dois gols do Crystal Palace, provando que a zaga ainda deve ser reforçada nesta janela caso o clube busque maiores conquistas. Além da defesa central, as laterais também não tiveram uma atuação boa, com Fosu-Mensah e Luke Shaw cedendo espaços e errando cruzamentos.

A falta de opção pelos lados do campo também influenciou na atuação de Bruno Fernandes, que aparentou estar isolado no meio de campo sob a forte marcação dos volantes rivais. O ataque também não teve um desempenho esperado, principalmente devido a Daniel James, que não conseguiu se movimentar em harmonia com Rashford e Martial.

Por fim, apesar de ser apenas o primeiro jogo da temporada, o Manchester United deve abrir os olhos se quiser brigar pelo título da competição. Com descuidos e erros de passe, o clube se mostrou frágil com suas peças de reposição. Os alvos de Solskjaer na janela de transferências, como Sancho, Telles e Upamecano, são a esperança de dias melhores em Old Trafford.

Foto de capa: Getty Images