Entrevista com Rodrigo Pinho – atacante do Marítimo de Portugal

Nayara Carvalho

Muitos talentos passam pelo futebol brasileiro; alguns saem jovens para disputar campeonatos em solo europeu que nem temos tempo de desfrutar seus talentos em nosso futebol com mais longevidade. Outros acabam não tendo oportunidades em atuar nos clubes mais expressivos do Brasil, mas ainda assim são bem visados por equipes europeias. Rodrigo Pinho, atacante do Marítimo, de Portugal, é reflexo deste último ponto. O jogador que começou sua carreira no Bangu, do Rio de Janeiro, hoje passa por seus melhores momentos nas terras lusitanas. Conseguimos o contato com o mesmo, que nos falou com pouco sobre sua trajetória futebolística.

 

Imagem: Marítimo (Portugal).

 

  • Como foi tua trajetória passando pelos clubes brasileiros até chegar ao Marítimo?

“Comecei na base do Bangu-RJ em 2010, em 2011 fui artilheiro do campeonato estadual sub-20 com 20 gols e subi para o profissional assinando assim meu primeiro contrato. Tive uma lesão grave no joelho no meu primeiro jogo pelo profissional e acabou me atrapalhando um pouco. Em 2013 fui campeão da série B do estadual do Rio de Janeiro com a Cabofriense. Em 2014 joguei a série C do campeonato brasileiro pelo Madureira-RJ e em 2015 joguei o estadual, no qual tive grande destaque fazendo 9 gols e sendo campeão da Taça Rio e acabei sendo comprado pelo Braga de Portugal. E nessa temporada 2017/2018 me transferi para o Marítimo.”

 

  • Sabemos que tens dupla nacionalidade, alemã e brasileira, qual dos futebóis (brasileiro ou alemão) enche mais teus olhos? E se houvesse oportunidade de atuar na seleção brasileira ou na alemã, qual dessas optaria?

“Na verdade não tenho dupla nacionalidade. Apenas nasci na Alemanha quando meu pai jogava no Hamburgo. Pelo fato de meus pais serem brasileiros não pude tirar a dupla cidadania. Mas se tivesse oportunidade de escolher, optaria pela seleção brasileira com certeza.”

 

  • No inicio da temporada, em teu clube atual, foi notória tua regular atuação que levou o clube a bons resultados. Como está sendo teu trabalho no time para manter essa constância?

“Essa temporada com certeza foi minha melhor desde que cheguei em Portugal. Fizemos uma excelente pré-temporada que fez com que entrássemos muito forte nas competições. Tive uma boa sequência de jogos como titular, coisa que não tive em Braga, e com certeza foi o ponto principal para eu recuperar minha confiança e mostrar o meu futebol.”

Imagem: Marítimo (Portugal).

 

  • O Marítimo está na sexta colocação da primeira liga portuguesa. Conte-nos brevemente como o clube vem se adaptando ao campeonato e quais as metas futuras pelo verde-rubros, além de claro a conquista do campeonato.

“Infelizmente não conseguimos o quinto lugar, que poderia nos dar o acesso à Liga Europa. Na época passada, o Marítimo conseguiu essa vaga mesmo com a sexta colocação no campeonato, mas esse ano as vagas diminuíram e não conseguimos esse objetivo.”

 

  • O que podes observar de diferenças e oportunidades que o futebol brasileiro em contraste com o futebol português pode oferecer?

“O futebol brasileiro em termos de nível técnico é melhor do que o português, por outro lado, aqui em Portugal, você tem menos espaço para jogar dentro de campo. As equipes sempre bem compactas e muito fortes taticamente. O futebol português é uma grande vitrine na Europa. Uma grande oportunidade para dar saltos maiores na carreira.”