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Luizinho Lopes fala com exclusividade ao Mercado do Futebol sua temporada pelo Uberlândia, Manaus e sobre seu futuro

Em um ano de muitas adversidades, o técnico Luizinho Lopes pode avaliar sua temporada como “um ano de muito aprendizado, com experiências marcantes no Sudeste e no Norte do Brasil. No primeiro semestre, Luizinho Lopes e seu auxiliar técnico Neto Pajolla assumiram o Uberlândia, na vice lanterna do Campeonato Mineiro, e de forma fulminante, fez o time subir de produção, com uma campanha de G4, classificando para as fases finais da competição e para coroar o trabalho, sagrou-se campeão do Torneio Inconfidência, o que credenciou o Uberlândia a disputar a Série D e a Copa do Brasil em 2021. O trabalho chamou a atenção de do Manaus, uma equipe jovem, de apenas 7 anos de existência, mas com grande representatividade na região norte. O Gavião, como é conhecido no Norte do Brasil, fez sua primeira disputa de Série C, onde comandado por Luizinho Lopes, sempre brigou pelas primeiras posições da competição e foi um dos times que menos perdeu na Série C em 2020. Se comparar a pontuação alcançada de 26 pontos, em 2019, o Manaus teria alcançado a classificação para a fase final da competição, pois foi a mesma pontuação que o Confiança fez na temporada.

 

Com o final da temporada, Luizinho Lopes faz um balanço de 2020, com exclusividade ao MERCADO DO FUTEBOL:

MF- Em 2020, você pegou o Uberlândia, na vice-lanterna do Campeonato Mineiro e em pouco tempo, levou o time ao título de Campeão do Troféu da Inconfidência, e com isso, foi convidado a dirigir o Manaus, na Série C do Campeonato Brasileiro, onde por pouco não se classificou para a fase final. Como você avalia as duas passagens?

LL– Tivemos uma passagem muito proveitosa, onde recuperamos um grande clube, conquistamos título, fizemos uma campanha no Mineiro desde a nossa chegada, de G4, com um aproveitamento de terceiro colocado, a frente de Cruzeiro, Atlético e América. Com relação a pontuação foi muito boa, mas o destaque foi a performance, onde desenvolvemos muito bem dentro da competição, que culminou com o título, que é importante para nós, pois enriquece o currículo e vital para o Clube, e nosso nome fica marcado na história do Uberlândia. Com a conquista do título do Torneio Inconfidência, o Uberlândia vai disputar contra a Tombense o título da Recopa Mineira, e a nível nacional, Série D e Copa do Brasil. Sobre o Manaus, assim que recebemos o convite, sabíamos da responsabilidade, já que era a primeira aparição do time na Série C Nacional. O Manaus fez uma final da Série D o ano passado, é um clube de apenas 7 anos e na sua primeira participação, enfrentaria times tradicionais, como Vila Nova, Santa Cruz, Remo, Paysandu, Treze, e por aí vai. Brigamos pela classificação até o último jogo, nossa participação na competição foi brigando sempre pela classificação para a próxima fase, e nunca pelo distanciamento da zona de rebaixamento. Fizemos grandes jogos na competição, como por exemplo contra o Santa Cruz, que tiramos a invencibilidade dentro do Estádio Arruda, além de vencer e empatar contra Paysandu, Botafogo e Santa Cruz, dentro e fora de casa, grandes equipes da competição. O que mais me alegrou no Manaus foi a organização e postura da equipe, que em todos os jogos nós conseguimos competir, sendo uma das equipes que menos perdeu na Série C. Sou muito grato ao Manaus pela forma que nos tratou, uma equipe que honrou integralmente com todos os seus compromissos, não é atoa que é uma equipe de projeção no cenário nacional brasileiro. No final da temporada, recebemos um convite para renovação de contrato com o Manaus, mas não chegamos a um acerto. Fica aqui o meu agradecimento ao Manaus, e tenho certeza que deixamos as portas abertas, ótimas relações e certamente, estarei na torcida do Manaus pelo seu sucesso nas próximas temporadas.

 

MF- Para o Manaus, esta foi a primeira vez na Série C. Como você descreve ter brigado para classificar a fase seguinte em toda a competição, sem ter que se preocupar com o rebaixamento à Série D?

LL- Em nenhum momento o Manaus correu risco de rebaixamento. Estivemos sempre do meio para a parte de cima da tabela. Fomos um dos times que menos perdeu na competição entre as 20 equipes da Série C. Isso mostrou com muita clareza a regularidade e competitividade do Manaus em seu primeiro ano na Série C, uma competição muito difícil, com times tradicionais buscando acesso a Série B.

 

MF- As dificuldades que a pandemia proporcionou foram imensas, em todos os sentidos. Qual foi o impacto no Uberlândia e no Manaus, enquanto você esteve à frente dos clubes?

LL– O ano de 2020 foi um ano atípico, onde enfrentamos o inesperado. Pelo Uberlândia, ainda pude sentir ‘o calor’ da torcida, no início da temporada e depois os jogos foram com estádio vazio, tanto pelo Uberlândia, quanto no Manaus. Tivemos vários casos no Uberlândia e no Manaus, de jogadores e companheiros infectados. No Manaus, não tive nenhum jogo com torcida, e isso certamente fez falta, por ser um clube novo, estar pela primeira vez na Série C, mas é de uma metrópole, uma cidade importante do Brasil, fatalmente seria um ‘plus’ para nossa campanha na competição. Eu lamentei demais não ter jogos do Manaus com torcida, ainda mais sabendo que na Série D, o Manaus teve a melhor média da competição em 2019. Realmente, a ausência da torcida fez muita falta, e certamente poderíamos ter ido além, mas o momento era necessário preocupar mais com a saúde da população. Lamentamos por tudo que passamos e certamente, com público na Arena da Amazônia, poderíamos ter resultados melhores durante a temporada. Nos clubes que passamos em 2020, não ocorreu nada de mais grave entre os atletas e as comissões, isso realmente é a grande vitória e é o que importava, estávamos expostos no dia a dia, mesmo todos se cuidando e respeitando os protocolos.