A “tradição” russa que não deve replicada

O atual campeão (2017-2018) e líder do campeonato russo está envolto a mais uma situação de racismo partindo de uma ala mais controversa de sua torcida

Nos últimos dias, tivemos acesso a declaração do traduzido torcida seleção 12, que em suas palavras expressamente quer um time o mais próximo da Rússia possível (ou seja segregar atletas da América do Sul ou Ásia por exemplo). O caso mais emblemático era o de Hulk, que era ídolo da equipe, mas era perseguido por eles, um dos motivos de sua ida para a China.

Porém existe um problema para eles, aqueles que não se encaixam neste ideal (por causa da cor de pele) está aumentando cada vez mais no elenco, atualmente Douglas Santos (lateral-direito), o volante colombiano Wilmar Barrios, o iraniano Sardar Azmoun e além de Malcom (ainda não sabemos o seu futuro, apesar do contrato até 2024) estão na equipe.

Eles utilizam o ideal “Athletic Bilbao” como espelho, pois o time utiliza somente jogadores do país basco (França ou Espanha). Porém uma situação é distinta da outra, pois atletas argentinos (por serem brancos), da Eslováquia, Macedônia e da Ucrânia (por serem próximos) não sofrem com a tal torcida. Então se analisa como uma atitude selecionada.

A raiz é mais profunda, quando se analisa os elencos nos últimos 10 anos do Zenit. Sabe quantos atletas africanos estiveram nessas equipes? Um total de zero. Claramente alguns nomes do continente teriam qualidade para atuar no time russo, mas a diretoria pelo visto não quer confrontar essa específica parte da torcida e deixar a situação como está.

A identidade do Zenit ou da cidade de São Petersburgo não será maculada, com a chegada de novos estrangeiros e sim, haverá a partilha de novos conhecimentos sobre costumes, o engradecimento do futebol russo e a mostra que o país é muito mais do que uma dúzia de pessoas que almejam propagar dissensões.

Foto de capa: Zenit (Rússia).