Bate papo com Fábio Salgueiro

Com quase 20 anos no jornalismo esportivo, Fábio Salgueiro, ou Salgueiro, como é conhecido, é paulistano, apaixonado por futebol e pelo jornalismo e atua como editor Chefe do Blog SalgueiroFC, além de comentarista do canal BandSports e colaborador do Portal Terceiro Tempo. Ele  é o nosso entrevistado de hoje. Vamos lá!

MF – Fábio, todo início de carreira é difícil, como foi o seu, numa profissão muito disputada?

Toda profissão é disputada, mas tem um lugar para quem tem desejo de trabalhar e o faz com amor. Comecei na Rádio CBN, como estagiário. Dois anos depois iniciei minha carreira profissional no Jornal Diário de São Paulo, onde permaneci por 14 anos. O esporte entrou em minha vida só em 1998, quando passei a cobrir os grandes clubes da Capital.

MF – Como é hoje para você, tocar seu próprio Portal, trabalhar em um dos maiores grupos de comunicação esportiva e ainda colaborar com vários outros veículos de comunicação?

É prazeroso. Sou um privilegiado. Faço o que amo e ganho ainda com isso. Apesar de todas as dificuldades, sou grato por ter a oportunidade de trabalhar com o que amo e sempre sonhei.

MF – Você ao longo dos anos participou da cobertura de centenas de partidas de futebol e também de outros esportes. Poderia citar um fato marcante, algo que será inesquecível ao longo da carreira?

Dois episódios foram marcantes e ambos no início da década de 2000. Estive presente na eliminação do São Paulo para o Once Caldas, na Libertadores. O jantar pós-eliminação foi algo que marcou demais, sobretudo por presenciar a dor do goleiro Rogério Ceni.

O retorno do Palmeiras à primeira divisão, após seu rebaixamento também foi algo que me marcou. A partida que efetivou o retorno do Alviverde à elite, em Garanhuns (PE), também foi algo inesquecível.

MF – Fábio, como você avalia este Campeonato Brasileiro, já vencido pelo Corinthians, porém as outras definições ainda seguem com muito equilíbrio e disputa por várias equipes?

O Brasileirão foi muito disputado. Não gosto de pontos corridos, prefiro mata-mata, mas esse nacional teve bastante emoção, admito. O titulo do Corinthians fez jus ao melhor time do Brasil. Já o Vasco mereceu cair. O Santos foi a equipe que me frustrou, acreditava no Peixe na briga por uma vaga à Libertadores.

MF – Os jornalistas, na sua grande maioria não gostam de citar seu time de coração. E você, prefere não citar ou vai “matar” a curiosidade dos seus seguidores?

Não revelo meu time, pois o futebol é um meio onde muita gente covarde não te respeita. Infelizmente as pessoas não têm equilíbrio, tampouco educação para respeitar a sua preferência clubística.

MF – Como você vê o atual momento do futebol paulista, que vinha desde 2011 sem um clube campeão brasileiro?

O futebol paulista deu uma boa reagida. Apesar de todas as mazelas, é ainda o futebol mais organizado do país. Numa competição por pontos corridos, quase sempre um clube paulista vai bater campeão.

MF – Este brasileirão acabou revelando vários jogadores das categorias de base, em vários times. Quais você pode citar como destaques e como você vê as categorias de base no Brasil?

Em meu Blog, o Salgueiro FC, montei a seleção dos melhores do Brasileirão e citei também a grande revelação. Gostei muito do Luan, do grêmio, um jogador que mostrou muito potencial. As categorias de base dos clubes são muito fortes, mas viraram terra de empresários e dirigentes que só pensam em fazer dinheiro. O Santos é exceção, os demais, todos, sem exceção, não trabalham para revelar ídolos aos clube, apenas para fazer dinheiro.

Fábio Salgueiro participou da cobertura da Copa do Mundo no Brasil pela Band News e com o próprio Blog, Salgueiro FC
Fábio Salgueiro participou da cobertura da Copa do Mundo no Brasil pela Band News e com o próprio Blog, Salgueiro FC

MF – A seleção brasileira teve um ano bem abaixo das expectativas, ficando fora das finais da Copa América e apenas em terceiro nas eliminatórias, tendo o Equador como líder. Como você avalia o atual momento da seleção?

Momento delicado. O Brasil estará na próxima Copa do Mundo, na Rússia, pois não tem como ficar de fora. Mas tem uma geração fraca, com apenas um craque (Neymar) e que apenas cumprirá tabela no próximo Mundial.

MF – O último título internacional da seleção brasileira foi a Copa das Confederações de 2013. A última Copa do Mundo foi em 2002. Essa ausência de conquistas de Copa do Mundo mostra uma evolução do futebol europeu ou uma perda de qualidade no nosso “material humano”?

Reflete a bagunça do futebol brasileiro e também a escassez de talentos. O brasileiro tem que admitir que não tem brotado mais talentos como antigamente.

MF – Olhando as seleções atuais, qual te chama atenção? Quem podemos considerar os craques do atual futebol? E as revelações?