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Diego Maradona, o melhor dos nossos hermanos

Diego Armando Maradona, hoje faz 56 anos de idade, apesar das polêmicas em torno de seu nome, foi e sempre será um dos melhores jogadores de todos os tempos.

 

Hoje para muitos argentinos, o melhor jogador de todos os tempos, faz aniversário. Maradona, El Pibe de Oro (O Garoto de Ouro) como todo jovem de menor renda, desfilava seu futebol pelas ruas dos subúrbios, no caso dele em Buenos Aires. A carreira dele, começou de forma inusitada, um amigo foi aprovado em uma peneira dos Argentinos Juniors e indicou Maradona ao técnico da base na época, Francis Cornejo. Ao ver o futebol de alto nível do menino, foram em busca da sua mãe para conferir a idade e ele somente tinha nove anos, o que causou espanto na direção, que rapidamente acertou para utilizá-lo na base do clube.

Aos quinze anos, já disputava partidas preliminares, seu talento despertava a atenção de todos. No ano seguinte, já ascendeu ao profissional e nunca mais voltou aos juniores. Com 17 anos, seus passes, dribles e chutes certeiros o fizeram chegar a Seleção Argentina, entretanto não conseguiu uma vaga entre os atletas que disputavam a Copa do Mundo de 1978. Foi artilheiro do campeonato argentino em 1978, 1979 e 1980, nesses dois últimos anos foi considerado o melhor atleta sul-americano. Em 1980 o Argentinos Juniors chegou ao vice-campeonato nacional,  em 5 anos de clubes, foram 166 jogos e 116 gols.

Em 1981, Maradona subiu na carreira, foi atuar no seu clube de coração, o Boca Juniors, que contratou Dieguito como grande nome para voltar a ser campeão nacional. Na sua estreia, 65 mil pessoas na Bombonera e dois gols marcados, contra o Talleres, triunfo de 4 a 1. No mesmo ano, foram quatro Superclassicos, contra o River Plate, ele marcou em todas as quatro partidas, no total de cinco tentos (foram uma vitória, dois empates e uma derrota nos confrontos). Nas quartas-de-final do Campeonato Argentino, o último jogo oficial de Maradona na primeira passagem pelo clube, o atleta foi suspenso pela Comissão Disciplinar da AFA após revidar uma falta que sofreu de um atleta do Vélez Sarsfield. Ele antes de ir ao Barcelona, atuou por algumas excursões pelo clube, no total foram 28 tentos em 40 partidas.

Em 1982, foi para a Europa, a transação foi de 7 milhões de dólares, chegou no Barcelona como status de Messias. Desde a década de 1950, que o Barcelona passava por dificuldades em termos de conquistar títulos. O Real Madrid estava cada vez mais distante numericamente e o Atlético de Madrid estava chegando. O clube tentou deixar Maradona, o mais próximo possível da Argentina, contratando vários funcionários para lhe ajudar na adaptação, como forma de se sentir confortável, a estratégia não deu certo.

Na primeira temporada, teve hepatite, mas voltou a forma e conquistou a Copa do Rei contra o Real Madrid, com dois gols seus nos dois embates, um deles, uma vitória em pleno Santiago Bernabéu por 2 a 1. Na última temporada, se lesionou após entrada forte de Andoni Goikotxea, fraturando o tornozelo, foram 106 dias sem jogar. Depois recuperou seu futebol e chegou a final da Copa do Rei, na primeira partida derrota para o Athletic Bilbao por 1 a 0, após o jogo, ele brigou com os atletas de sua equipe, a diretoria culé não quis manter o atleta e o vendeu para o Napoli. Foram 58 embates e 38 gols nas duas temporadas.

O clube onde rejeitou em 1979, “por ser algo meramente italiano, como pizza”. Maradona, aceitou o convite do Napoli, que venceu a disputa contra a Juventus. Foram sete temporadas, conseguindo estabilidade e admiração de seus torcedores. Em 1984, chegou com status de rei, foi ao Estádio San Paolo de helicóptero, sendo aplaudido de pé pelos torcedores que não acreditavam na sua vinda. Na primeira e na segunda temporada, ficou em oitavo e terceiro lugares no Italiano, respectivamente. Em 1986, foi campeão da Copa do Mundo e sua fama e futebol influenciaram e o Clube de Nápoles, que nunca havia sido campeão nacional, a conquistar o título e ainda levou a Copa Itália, um ano inesquecível aos partanopeis.

Na temporada seguinte, quase conseguia o bi-campeonato, perdeu o título na derrota para o Milan, campeão no ano na ante-penúltima temporada. Ele e Careca, fizeram uma dupla de excelentes números, sendo artilheiro e vice-artilheiro do Campeonato Italiano. Em 1988, o vice-campeonato novamente, a Inter de Milão conquistou o título de forma surpreendente, entretanto foi campeão da Liga Europa (na época era Copa da UEFA), eliminando Juventus e Bayern de Munique, além de superar o Stuttgart na final, com vitória em casa e empate na Alemanha. Em 1989, o auge da sua carreira, foi campeão italiano novamente, sua popularidade era tamanha que ele influenciou a cidade napolitana a torcer pela Argentina na Copa do Mundo de 1990 e a parte norte italiana ficaram surpresos com o sucesso meteórico do Napoli, um clube do sul, região com pouca influência no futebol nacional.

  • Durante trezentos e sessenta e quatro dias do ano, vocês são considerados pelo resto do país como estrangeiros e, hoje, têm de fazer o que eles querem, torcendo pela seleção italiana. Eu, por outro lado, sou napolitano durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano.
(AP Foto/Meazza Sambucetti)

A partir de 1990, a decadência começou a aparecer em sua vida, ligações com a Camorra (máfia italiana), o exame anti-doping positivo para cocaína, suspensão de quinze meses e prisão no mês seguinte em Buenos Aires. Durante um ano, houve embate judicial entre Maradona e clube, o atleta conseguiu uma liberação contratual da FIFA. Fim de uma história vencedora no Napoli, onde atuou por sete anos, com 259 jogos e 115 tentos.

Passou pelo Sevilla em 1992, foram 29 partidas e 8 gols. Acima do peso, com participações em festas noturnas, a ponto do clube investigar suas saídas e desentendimento com o técnico Carlos Bilardo, marcaram sua passagem pela andaluzia. Regressou a Argentina em 1993, atuando pelo Newell’s Old Boys, uma passagem relâmpago com lesões musculares e cinco partidas disputadas, sem marcar gol.

Em 1994, foi diretor-técnico do Textil Mandiyú e técnico do Racing Club, por estar cumprindo uma punição de quinze meses por uso indevido de uma substância para emagrecer. Em 1995, voltou a casa natal para encerrar a carreira, longe do brilho anterior, ainda atuou três temporadas com a camisa do Boca Juniors, sendo comprado por dez milhões de dólares pelo grupo Eurnekian, que em troca transmitiu onze partidas do clube de forma exclusiva. A volta rendeu ao clube, nenhum título, sendo sua última partida profissional contra o River Plate, no Monumental de Nuñez, vitória xeneize por 2 a 1.

Foto: Reuters
  • “O Maradona não está feliz porque sabe que o Maradona está abaixo do padrão em que normalmente se coloca”.

Na Seleção Argentina, fez 91 jogos e 34 gols, estreou em 1977, contra a Hungria. Foi campeão mundial sub-20 em 1979 sendo o líder da equipe. Na Copa do Mundo de 1982, foi sua primeira participação, sendo eliminado pelo Brasil por 3 a 1 e expulso após entrada desleal. Em 1986, foi campeão mundial, “A mão de Deus” se fez presente, além de um golaço driblando toda a defesa inglesa, foi o grande nome do bi-campeonato mundial da Argentina.

Em 1990, eliminou a Itália na semifinal, e na final perdeu para a Alemanha em decisão polêmica por uma marcação de pênalti, esse pênalti foi o único gol da partida. Em 1994, passou sufoco para passar da primeira fase, classificando como um dos terceiros melhores, nas oitavas e sem Maradona, flagrado no exame antidoping, foi eliminado pela Romênia. O maior legado do atleta perante a seleção, foi se manter entre as melhores seleções, mesmo não possuindo um dos melhores elencos da competição.

Como treinador, teve uma passagem pela Seleção Argentina entre 2008 e 2010, com classificação nas eliminatórias continental e eliminação na Copa do Mundo perante a Alemanha nas quartas, pelo placar  de 4 a 0. Foi treinador do Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos em duas temporadas, conseguindo um vice-campeonato na GCC Champions League (campeonato de menor importância na Ásia).

Foto: AFP
  • “O primeiro gol contra a Inglaterra? Foi a mão de Deus” (1986)

 

Jean Lucas

Jornalista por formação, Geógrafo nas horas vagas, dono de um conhecimento vasto sobre o futebol, países e curiosidades que vocês somente verão em minhas matérias.

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