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Entrevista com o jogador Guilherme Fioravanti

O MF hoje divulga a entrevista com o jogador Guilherme que atua há muito tempo fora do Brasil, ele conta curiosidades e fatos da experiência pelo continente europeu. Confira na íntegra:

 

1- Você rodou por muitos países e clubes europeus. Qual país que você morou que te fez se sentir em casa? Qual dos campeonatos que você já jogou que você achou o mais disputado?

R: Todos os países nos quais morei têm algo de único e especial, porém acredito que na Suíça, onde tive a oportunidade de conhecer e fazer amizades com muitos brasileiros, me senti mais “em casa”. Além disso, foi o país que mais tempo fiquei. Com relação aos campeonatos, o mais disputado com certeza foi o Italiano, onde a postura tática e a qualidade dos times são bem similares.

 
Foto: Schaffhausen (Suíça).
 

2- Sente alguma diferença do futebol europeu para o brasileiro? Qual?

R: Sem dúvida. O futebol europeu é muito tático e físico. Por lá, eles valorizam muito conceitos de marcação, recomposição e jogar sem a bola. Com a bola, o jogo é rápido e dinâmico. Acredito que o Brasil possua conceitos semelhantes, mas aqui ainda temos o talento do jogador, a individualidade, aquela cultura bacana de ir pra cima e fazer o um contra um. Joguei muitos anos na Europa e aprendi muito por lá, mas minha vontade é voltar a jogar no Brasil.

 

3- Qual a situação mais inusitada que você vivenciou sobre o idioma ou a cultura nesses anos?

R: Eu falo seis línguas (português, inglês, alemão, espanhol, finlandês e italiano) e isso sempre me ajudou muito na adaptação a novos clubes e países. Sempre fui muito respeitado nos vestiários por mostrar a vontade de aprender as línguas nativas de cada clube e isso, claro, gerou alguns casos curiosos também. Acho que o mais engraçado deles foi quando servi de tradutor para o presidente de um clube finlandês que havia conhecido uma brasileira. Ele a chamou para um passeio de barco e eu fui junto, pra traduzir o que ele falava pra ela. Foi uma situação bastante engraçada, mas um pouco constrangedora também.

 

4- Você tem o desejo de atuar em algum time no Brasil? Qual? Como está a negociação para novo clube após a saída do SC Cham?

R: Tenho toda intenção de voltar a jogar no Brasil, mas não tenho clube de preferência. Eu optei por rescindir meu contrato com o SC Cham com seis meses de antecedência para cumprir esse objetivo. Como fiz minha carreira praticamente toda na Europa, gostaria de jogar na minha terra novamente, próximo aos meus familiares e amigos. As negociações estão andando. Tive propostas para disputar alguns estaduais no início do ano, mas minha prioridade é jogar em São Paulo, mesmo que seja na segunda divisão. Para a Copa Paulista eu já devo ter assinado com algum clube.

 

5- Como foi tua última temporada na Suíça? Como avalia o nível do futebol na terceira divisão do país?

R: O futebol suíço subiu muito de nível nos últimos anos e as recentes partidas da seleção nacional demonstram isso. O time fez uma ótima eliminatória e uma Copa do Mundo bastante decente, empatando com o Brasil, inclusive. Naturalmente, as ligas locais também crescem e revelam muitos jogadores. Eu tive a oportunidade de jogar na segunda divisão, no Schaffhausen, e na terceira, no SC Cham e afirmo: o nível é bom, muito melhor que a média europeia. O futebol é disputado, tático, os estádios, apesar de pequenos, são modernos e a torcida acompanha todos os jogos. A estrutura é outro fator importante. Na Suíça, times de terceira divisão oferecem ótimas condições de trabalho, com campos de treinamento, salas de recuperação com piscinas, fisioterapia, nutricionistas, etc.

 
Foto: Schaffhausen (Suíça).

6- Porque decidiu começar no futebol somente com 18 anos? Qual seu maior sonho que você deseja alcançar no futebol?