Entrevista com o zagueiro Jorge Fellipe, do Desportivo Aves, de Portugal
1- Nasceu no dia 27 de outubro de 1988 na cidade de São Gonçalo-RJ. Sendo revelado no Santos Futebol Clube. Quais foram os principais ensinamentos da época? Como foi atuar em uma equipe que tem tanta tradição na base?
R: Sim, é uma cidade com muitos jovens talentosos e com meus 16 anos tive a primeira chance de conhecer um clube tradicional no pais, passei uma temporada e convivi com jogadores que tiveram os seus valores reconhecidos, os ensinamentos, experiências de viver longe de casa me trouxe amadurecimento.
2- Vestiu as camisas de Paysandu, Náutico, Juventude, Figueirense e Atlético-PR. Não conseguindo uma sequência maior nos clubes, por quais motivações não alcançastes uma série de jogos pelas equipes? Qual desses clubes teria vontade de retornar algum dia?
R: O meu início no Juventude foi muito bom, minha estreia foi com 20 anos e comecei muito bem, mas em seguida veio o problema de púbis após o gaúcho e consequentemente a transferência para o Figueirense em 2010 mesmo não estando 100%, Náutico eu tive uma boa sequencia de jogos atuei durante todo pernambucano e segui para o Paysandu que tive uma passagem curta, apenas 3 meses e sai do clube atuando por 3 jogos. O Atlético-PR foi uma operação muito mal conduzida pelos meus empresários naquele momento, a necessidade do clube no momento não era jogadores de defesa, pois o elenco já contava com 6 defensores e mesmo tendo conhecimento disso decidiram me levar até o Atlético-PR que tenho um respeito e carinho muito grande, mas naquele momento havia outros clubes interessados como Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro e Botafogo e fizeram a escolha errada, nos primeiros dias de trabalho fui comunicado de que não seria utilizado. Hoje posso dizer que tenho dois clubes em meu coração que respeito muito Juventude e CSA.
3- Tens um currículo vasto no interior e capital do Rio de Janeiro (Duque de Caxias, Boa Vista, Nova Iguaçu e Madureira). Defina a estrutura e torcida dos times cariocas interioranos? Sentes falta em seu currículo uma chance em um grande clube do Rio?
R: Bom a minha decisão de permanecer na minha cidade por alguns anos seu deu pelo fato das passagens anteriormente citadas e pelo pouco atuar em algumas delas, então analisei e resolvi ficar justamente para ter identidade em algum lugar. Sinceramente, por muito tempo tive o meu pensamento ligado à um grande clube, alguns momentos tive o meu nome ligados a eles, todavia entendo hoje que preciso seguir o meu caminho, acredito que tenho futebol pra jogar em algum deles.
4- O que mais te motiva na carreira? Qual o jogo mais marcante da carreira? Em uma visão geral, o que você gostaria de ver no futebol brasileiro que hoje ainda não temos?
R: O que me motiva é a minha família, tudo que o jogador de futebol faz é por amor ao que faz, porém a família é o primeiro lugar na vida. Tive alguns jogos marcantes, mas a final contra o Fortaleza que deu o título ao CSA foi marcante. Eu gostaria de ver jogadores de clubes de menor investimento sendo valorizados, há jogadores nesses clubes que se tiver oportunidade de por a camisa dos chamados grandes jogam em qualquer lugar, no entanto o futebol de hoje não ver com bons olhos, como era visto antigamente.
5- Teve uma grande temporada pelo CSA, de Alagoas. Quais são os pontos positivos em se atuar no clube? Defina como foi a conquista da Série C do Brasileiro sendo destaque?
R: Os pontos positivos é você morar numa excelente cidade, clube muito bom com uma torcida fantástica e um elenco com jogadores comprometidos e com a identidade de vencedor, sou grato por fazer parte desta conquista.
6- Está chegando ao Desportivo Aves (Portugal). Quais são as suas expectativas para esta nova jornada? A equipe mesmo sendo nova na primeira divisão tem possibilidades de permanecer no campeonato?
R: Sim, vou para realizar os exames médicos e após os exames assinar em definitivo, mas a expectativa é de fazer um grande trabalho, assim como tenho feito por onde passo.
7- O zagueiro tem como obrigação principal defender a meta de seu clube, no entanto sempre que tem oportunidade, pode virar atacante e definir uma partida. Qual é o seu conselho para a nova geração de zagueiros que está por vir no país?
R: Olha posso dizer que eu sempre fui um zagueiro técnico, mas o futebol de hoje zagueiro tem que ser zagueiro, quantas vezes eu ouvia isso e dizia que não iria mudar o meu jeito de jogar, contudo foi preciso fazer algumas mudanças durante o percurso para se adequar ao estilo de zagueiro que hoje o mercado precisa, podemos dizer que sempre temos algo para aprender.