MF entrevista o meia-atacante Richard do Qarabağ/AZE
Richard Almeida de Oliveira, 29 anos, não é muito conhecido no Brasil. O atleta surgiu no Santo André e logo partiu pra Europa. Com uma rápida passagem em Portugal, destacou-se no Azerbaijão, onde é naturalizado e até jogou pela seleção local. Gentilmente, o atleta concedeu uma entrevista exclusiva ao MF. Conheça agora, um pouco da história, algumas polêmicas e curiosidades sobre o meia-atacante Richard Almeida do Qarabağ/AZE .
MF– Richard, fala um pouco do seu começo no futebol até a profissionalização. E sobre o Santo André, clube que te mostrou ao mundo?
Richard- Até chegar no profissional, a luta foi grande, mas graças à Deus com muita fé e dedicação consegui chegar. Nasci ali na periferia do Grajaú. E meus bisavós davam dinheiro pra meu pai me levar pra tudo quanto era peneira. No antigo Pão de açúcar, me inscrevi na peneira e só ficaram 72, fui um dos escolhidos. Inclusive chamaram por ordem alfabética e passou a letra “R”, eu já estava triste. Passou a letra “Z” e depois chamaram meu nome (risos), no Pacaembu, lembro até hoje. Quando olhei pra arquibancada, vi meus pais chorando. Saí do Pão de açúcar e fui pra Portuguesa, outra pessoa me arranjou um teste no Palmeiras, passei e tive que escolher. Optei pelo Palmeiras e acho que foi a pior escolha que já fiz. Porque após 8 meses, praticamente todos os jogadores foram mandados embora. Depois disso, meu finado primo Davi, conhecia um diretor no Paulista de Jundiaí. Fiz o teste, passei e conheci a pessoa que mudou minha vida, o treinador “Baroni” ( Baroninho), que jogou no Palmeiras, Flamengo.
Richard- Fiquei dois anos e meio no Paulista, Baroni saiu de lá e foi pro Santo André. Quando ele foi contratado, me chamou pra lá. Fui mandando embora por ter ido pra balada com um pessoal do primeiro time. Mas, fiz de propósito pra sair mesmo. Dois dias depois era meu aniversário e então liguei pro “Baroninho” e ele me levou pra fazer uns testes, pra outras pessoas lá me verem jogar, foi onde assinei meu primeiro contrato profissional e agradeço muito à Deus e ao Baroni, por ter me apoiado.
MF- Você achou a adaptação mais difícil em Portugal (por ser a primeira vez longe do seu país) ou no Azerbaijão (pelas diferenças culturais)?
Richard- A adaptação em Portugal é mais fácil, até pela língua. Os portugueses ficam meio desconfiados, no começo. Na época foi eu e o Caiçara (Júnior Caiçara, que viria a jogar no Schalke 04/ALE), saímos do Santo André e fomos juntos pro Gil Vicente/POR, numa parceria. No começo é tudo diferente, tipo assim, eles falam português mas é bem diferente algumas palavras, mas em um mês você já está adaptado. Enquanto aqui (no Azerbaijão), pela língua, pelo país ser parte muçulmano, pela cultura, a comida, a carne é o carneiro que é muito forte e não estamos muito acostumados. Mas, após um ano, eu já estava adaptado e graças à Deus já vai completar 7 anos.