Te peço apoio e tu me responde o contrário

Depois de ter feito uma fase de grupos de encher os olhos, enquanto os meninos não andavam muito bem, elas entraram no gosto da torcida. Mas na fase seguinte, eles conquistaram o ouro, enquanto elas não conseguiram ao menos subir no pódio.

Logo após perder o terceiro lugar para o Canadá, Marta e Formiga fizeram um apelo: “Não desistam do futebol feminino”. O clamor delas é o clamor de todas as outras que doam sua vida ao esporte, mas não têm o devido reconhecimento.

Vivemos no país do futebol, porém, os apoios e incentivos maiores se restringem apenas ao masculino. Para elas também exitem campeonatos nacionais como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, alguns estados também utilizam estaduais e torneios. Mas, mesmo assim, ainda está muito longe do que seria necessário para manter um certo nível, principalmente para competições do porte de uma olimpíada, por exemplo.

Ciente da situação e visando a Copa de 2015 e a olimpíada que passou, foi criado pela CBF a Seleção Permanente. Onde a entidade se comprometeu a contratar e dar toda estrutura para elas se dedicarem unicamente a amarelinha. Muitas estavam sem time e abraçam o projeto, outras até tinham time, mas optaram por treinar na Seleção Permanente. Esse foi um bom passo dado pela entidade, mas agora eles resolveram voltar atrás.

Tomando como base o fato delas não ter conquistado uma medalha, segundo o blog Bastidores F.C do globoesporte.com, um executivo da entidade não vê motivos para o projeto ser mantido e pede a extinção da Seleção Permanente. Ainda segundo o executivo: “O resultado não veio (medalha), elogios pela iniciativa também não, e sobrou apenas a conta para pagar”.

O futebol feminino segue um árduo caminho em busca de melhorias e investimentos. Marta, a melhor do mundo, nos pediu para não desistir delas. Mas a entidade maior respondeu o contrário. Muito embora, o executivo em questão tenha garantido que o monitoramento da categoria irá permanecer, o apoio que eles podem deixar de dar vai pesar muito.

O futebol feminino no Brasil vive dias de incertezas.