Torcedores se reúnem em protestos antifascistas e pró-democracia

Neste domingo (31), diversos protestos de grupos antifascistas e pró-democracia ocorreram em cidades do Brasil, liderados por torcedores.

São Paulo

O movimento de maior mobilização aconteceu em São Paulo, onde torcidas organizadas do Corinthians (dentre elas a Gaviões da Fiel) estavam presentes. Além disso, estima-se que, no protesto, haviam cerca de 500 torcedores.

Contudo, a torcida Corinthiana não foi a única a marcar presença na manifestação. Além dos alvinegros, torcedores palmeirenses também marcaram presença no protesto. Portanto, estimou-se que, no protesto, haviam um total de aproximadamente, 500 torcedores no ato em questão.

De acordo com o G1, não há informações de feridos, mas que, pelo menos, três torcedores foram detidos, após um confronto com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que circulavam pelo local, no qual houve intervenção da PM, que usou bombas de gás lacrimogêneo.

Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, também houveram protestos à favor da democracia e contra manifestações de grupos e ideias fascistas. Grupos denominados como Resistência Alvinegra e GaloAntifa (Atlético-MG), Resistência Azul Popular (Cruzeiro), Resistência Americana Antifascista (América-MG) e Flamengo Antifascista (Flamengo), estiveram presentes, pela mesma causa, em um ato na capital mineira.

Pelo segundo domingo seguido, protestos foram registrados na capital. Mas, segundo relatos, apesar de não infringir nenhuma lei no ato deste domingo, a Polícia Militar de Minas Gerais interviu no protesto. De acordo com o grupo Resistência Alvinegra, a Polícia Militar ”recolheu” algumas faixas antifascistas dos manifestantes.

O fato teria ocorrido, às 10 horas, na Praça da Bandeira, onde o ato seria iniciado. Não houve pronunciamento oficial da corporação sobre a intervenção, que ocorreu sem um motivo aparente. As faixas foram recuperadas pelos manifestantes.

Rio de Janeiro

Na capital carioca, o grupo Democracia Rubro-Negra marcou presença no bairro Copacabana, também protestar contra grupos fascistas e o presidente Jair Bolsonaro. Em algumas imagens divulgadas na internet, é possível identificar alguns torcedores vascaínos, junto aos rubro-negros. De acordo com relatos, houve confronto com a polícia.

Em meio à uma das maiores pandemias de nossa história, por que torcedores arriscam suas vidas se submetendo a manifestações, correndo risco de serem contagiados pelo vírus?.

Apesar de, inicialmente, parecer ilógico, a situação do país se tornou insustentável. Livres manifestações de grupos fascistas, sendo eles em maior ou menor número, manifestações de pessoas e figuras políticas favoráveis à atos anti-democráticos, que ferem a constituição, decretam estado de alerta.

Dadas as proporções, é completamente coerente que pessoas ocupem as ruas, como forma de resistência aos ideais supremacistas e totalitários. Além disso, é historicamente comprovado que, contra grupos radicais, protestos são fundamentais para combatê-los.

Muito se fala sobre as pessoas que estão, agora, se arriscando ao deixarem suas casas, mas pouco se fala que os atos são uma resposta para aqueles que, com frequência, disseminavam ódio nas ruas ao pedirem intervenção e a volta de, anti-democráticos, atos institucionais. Não trata-se apenas da quebra da quarentena, trata-se, também, de resistir ao que foi, é, e sempre será uma ameaça à nossa liberdade.

A opinião final contida no texto remete, diretamente a opinião do colunista e não necessariamente a opinião do site Mercado do Futebol.

Foto de Capa: Foto: Roberto Casimiro/Estadão