Embora o futebol reúna tantos sentimentos bons e emoções que não cabem dentro de nós, há também os ruins como o medo, a insegurança, a angústia. E quem me dera fosse por uma derrota ou rebaixamento do clube tão amado por nós.
Esse sentimento se remete a nós, mulheres, que frequentam os estádios pelos mesmos motivos que qualquer outra pessoa normal, o medo do tão temido: assédio.
“Já apertaram meu peito, na maior cara de pau mesmo.”
H.L
Embora a humanidade esteja evoluindo (ainda bem), infelizmente ainda existem relatos tristes que englobam esse tema.
Nós só queremos as mesmas coisas que qualquer outro torcedor, queremos apoiar nosso time independente de série, classificação e campeonato.
“Um homem me cuspiu por eu não querer beijar ele.”
L.M.
Lamentavelmente, esses episódios são taxados como “mimimi” das vitimas que sofreram o assédio. O assediador e algumas criaturas habitáveis nesse planeta ainda acham que mulheres vão a estádios para ser paisagens para homens ou para agradá-los, para se oferecer ao mesmo. Mas não é bem assim! Futebol não tem cor, não tem raça, não tem religião, não tem gênero. Futebol é sentimento, é delírio, é raça, é alegria, é amor.
“Recebi assobios, gritos de “gostosa”. Isso aconteceu em 2016, quando eu ainda ia pra jogo com meu pai. Confesso que depois desse dia, meio que traumatizei e não quis ir a estádio de futebol por muito tempo, justamente por sentir vergonha, medo, etc.”
J.B.
“Estava sentada na arquibancada quando percebi um velho me olhando, fiquei sem graça. Mudei de lugar com meus amigos (não queria confusão, queria mesmo era curtir meu time jogando) e mesmo assim ele veio atrás, quando em um momento me dei conta eu estava sentada e ele tirando fotos minhas. Pior sensação do mundo!”
M.H.S.
“Eu estava indo no banheiro quando deu o intervalo do jogo e me deparei com dois homens dentro do banheiro feminino. Mesmo assustada com a situação, perguntei se iriam demorar pois estava apertada e precisava usar o banheiro. Mesmo com eles lá dentro, um me convidou pra entrar, respondi que não iria e pedi que saíssem logo. O outro com ignorância me olhou e fez: “então vem aqui balançar pra ser mais rápido”, me mostrando suas partes. Tive que chamar um policial para me ajudar com a situação.”
C.B.
Você presenciou um assédio? Sofreu um assédio? O número do Liga Mulher é 0800 281 0107.