2 Tempos – 2 Jogos

Flamengo começa bem, mas sofre ‘apagão’ e é goleado pelo Corinthians!

O título do texto retrata com perfeição o que foi este surpreendente Corinthians 4 x Flamengo 0.

O Flamengo chegou na Arena Corinthians com postura de vencedor – parecia que iria brigar pelos três pontos de igual para igual durante todo o tempo. Porém, após ter Zé Ricardo expulso, o Fla perdeu a força ofensiva, levou o primeiro gol e se viu dominado pelo Corinthians durante todo o segundo tempo.

Embora não tenha tido influência no resultado, este Héber Roberto Lopes foi um fanfarrão. A expulsão de Zé Ricardo, injusta, pois a falta que ele reclamou, realmente aconteceu. Uma tesoura voadora que quase quebra a perna de Ederson. E cá pra nós: expulsar o treinador pelo fato deste ter aberto os braços reclamando da não marcação de uma falta é ridículo. Não há nenhum treinador no mundo que reaja diferente.

Ederson é atendido após sofrer uma tesoura de Fagner (Foto: Marcos Ribolli)
Ederson é atendido após sofrer uma tesoura de Fagner (Foto: Marcos Ribolli)

Uma goleada dessa não tem como discutir, mas será que existe alguma explicação para tal “apagão”?

Primeiramente, futebol é eficiência, é resultado. Inegável o seu caráter pragmático. Donde ser altamente discutível a vantagem de se ter um time que domina o adversário no toque e na posse de bola, mas não consegue traduzir as oportunidades criadas em gol, o que está longe de ser um mero detalhe no futebol. Ocorre que o Flamengo tem o quarto pior ataque da competição, dividindo a posição com Atlético/PR e Fluminense, ficando à frente apenas de São Paulo (3º), Figueirense (2º) e América/MG (1º). Equipes como Santa Cruz, Botafogo, Coritiba, Vitória e Sport Recife têm ataques mais positivos do que o Flamengo ao final da 13ª Rodada do Campeonato Brasileiro. Pergunto-lhes então se essa situação é minimamente razoável, dados o orçamento do Departamento de Futebol e a folha de pagamento do elenco?

Em segundo lugar, como um time pode desmoronar dentro de campo em níveis tático e emocional como o Flamengo após o primeiro gol do Corinthians ontem? Por acaso algum dos três gols subsequentes contrariaram as regras do futebol profissional? Por que o time não demonstrou o poder de reação que teve, por exemplo, contra Chapecoense, Ponte Preta e São Paulo? O que explica o apagão completo? Por favor, não me venham falar em desgaste físico, que simplesmente não era sentido até o momento do primeiro gol do adversário.

Em terceiro lugar, por que o Flamengo tem apenas um meia, no caso, Alan Patrick, do qual o time já desenvolveu completa e preocupante dependência? Em uma partida como ontem, na qual os erros superaram as boas jogadas, simplesmente foi impossível substituí-lo, especialmente porque resolveram submeter Mancuello (volante, não meia, mas a melhor opção para substituí-lo) a um programa de “reforço muscular”. Se a atividade e o afastamento eram absolutamente imprescindíveis eu não tenho como dizer, mas que o afastamento se deu no pior momento possível eu tenho a mais absoluta certeza.

E agora? Agora são muitas as preocupações, a começar pelo estado de saúde de Rodinei. Pelo que vi, Pará vem por aí…

E o Guerrero? Se o torcedor fizer uma equação do que espera sempre dele e, o que realmente ele pode dar, teremos uma torcida mais paciente com o nosso camisa nove. E, é bom que isto ocorra, pois não tão bom como se esperava, é verdade, porém, pior será sem ele…

O Flamengo precisa encontrar respostas para sua ineficiência ofensiva e incapacidade de reagir e manter o controle do jogo, tal como exercido na primeira etapa. É preciso ter jogadores que definam os jogos dominados.

Enfim, um jogo maluco, em que os nossos pontos vulneráveis ficaram visíveis. Continuo achando que, se nenhuma bobagem for feita, se houver a necessária definição do comando, seja com quem for, vamos continuar brigando.

Se chegar alguém que faça a diferença no setor de criação e sacuda a torcida, aí a briga vai ser mais em cima.

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Domingo, 10/07/2016, tem Flamengo x Atlético/MG no Mané Garrincha, as 11:00h a.m. Novamente a Diretoria do Flamengo opta por utilizar Brasília como sede de um clássico interestadual muito tradicional e de extrema rivalidade, ciente de que o adversário tem muita torcida na cidade, ainda que menor do que a do Flamengo. É inegável que pretende mais uma vez lucrar com o comparecimento da torcida rival. Enquanto o Mais Querido vem de vexatória goleada, o adversário está em campanha ascendente no Campeonato Brasileiro. Mas, estaremos apoiando, como sempre.

 

Saudações Rubro-Negras!