Como ser rubro-negro. Entrevista com Marcelo Terra (Flamengo FA)

Sempre começamos uma entrevista pela introdução, pois bem, nunca havia feito uma entrevista com um jogador de futebol americano, logo pensei: vou mandar as perguntas e depois faço a introdução. Não vou fazer uma introdução do texto em si, e sim do conteúdo dele: Uma aula de como ser flamenguista. Ser flamenguista é lutar estando no chão, é acreditar no impossível, é tirar força de pessoas que estão te apoiando, mas você nunca viu na vida. Ser rubro-negro é em muitos momentos abrir mão de ter o melhor, para poder acompanhar o amor maior, é fazer de tudo para levar o nome do Flamengo, sendo na vitória ou na derrota. Obrigado Flamengo FA, na pessoa de Marcelo Terra, por mostrar aos leitores rubro-negros do mercado do futebol que ser flamenguista é mais que ter a camisa e ir ao estádio. Agora vamos ao que interessa.

w8vKKYL3

Mercado do Futebol: Olá Terra, para começar gostaríamos que se apresentasse e nessa apresentação falasse se sempre foi torcedor do Flamengo.

Marcelo Terra: Meu nome é Marcelo Terra, sou wide receiver do Flamengo FA desde de 2014, sou flamenguista desde que me entendo por gente e posso dizer que tenho muito orgulho de hoje poder defender o manto sagrado.

Mercado do Futebol:  Jogo rápido seu time na NFL, seu jogador preferido e o jogador em quem você se inspira ?

Terra:  Torço pro Patriots, eu gosto muito do Rob Gronkowski e meu jogador inspiração é Randy Moss.

Mercado do Futebol: O Futebol Americano era algo pouco divulgado no Brasil até pouco tempo, de onde surgiu seu interesse pelo esporte?

Terra: Fui apresentado ao esporte por volta de 2001, já assistia alguns jogos anteriormente, mas com a criação do carioca bowl (campeonato carioca de futebol americano de praia), onde o esporte começou a acontecer no rio, eu comecei a me interessar mais. Na época eu jogava basquete, onde fui vice-campeão carioca pela equipe de Cabo Frio em 2008 (perdendo a final para o Flamengo), em 2006 comecei a brincar lá em cabo frio com os amigos e jogar pelo cabo frio Rocks, e cada dia fui me apaixonando mais e mais pelo esporte, e hoje não me vejo praticando outra coisa! É um esporte viciante e prazeroso demais de jogar, e pelo Flamengo então? Não há como descrever a sensação de colocar esse manto!

Mercado do Futebol: Como o Flamengo FA é recebido fora do Rio de Janeiro?

Terra: Pela torcida somos recebidos sempre com muito carinho e muito amor. A torcida sempre nos apoia em todos os cantos do Brasil em que jogamos, já nossos adversários sempre nos temem e respeitam muito, pois sabem o peso dessa camisa, e sabem que vão ter que jogar muito para poder bater de frente conosco!

Mercado do Futebol: Terra, sou capixaba e Flamenguista fanático, ou seja, estive no Trintões x Flamengo, aqui no Espírito Santo. Fiquei sabendo que vocês foram para Vitória de ônibus (8 horas de viagem), isso pois o Futebol americano ainda não tem o mesmo investimento que o Futebol e o basquete. Além de longas distâncias percorridas de ônibus, quais as outras dificuldades que vocês encontram?

Terra: Enfrentamos muitas dificuldades financeiras, pois o investimento no futebol americano no Brasil ainda é pouco, mesmo o país sendo o terceiro maior do mundo em público da NFL. Fazemos de tudo para poder jogar fora de casa, vaquinha, rifa, cada um ajudando do jeito que poder para podermos levar o nome do Flamengo onde ele merece estar! No Espírito Santo contra o Tritões enfrentamos 9 horas de viagem, mas quando fomos jogar no Sul foi ainda mais difícil, foram 21 horas de viagem para jogar contra o Jaraguá breakers. Nós chegamos em cima da hora do jogo, a correria foi total e ainda conseguimos sair de lá com a vitória. Enfrentamos muitas dificuldades: patrocínio, local de treino, e outras coisas, mas tudo vale a pena pelo amor ao esporte e a essa equipe.