Opinião: Palmeiras não pode reclamar de sorte. Mas de arbitragem? Certamente.
Em jogo atrasado da 34ª rodada, o Palmeiras arrancou um empate do São Paulo, fora de casa, acabando com as chances de título do rival.
Não foi um jogo inspiradíssimo de nenhuma das partes. Contudo, dada a maratona palmeirense, o time se portou bem. Tentando propor jogo, com a opção usual de Abel Ferreira: uma trinca de jogadores na saída de bola — no caso de ontem, Gómez, Luan e Mayke. No entanto, infelizmente, foi no primeiro tempo que a arbitragem se complicou.
Aos 15 minutos, Viña cruzou rasteiro para Luiz Adriano, na pequena área. O atacante, de frente para Tiago Volpi, foi puxado pelo são-paulino Bruno Alves com a mão direita. Pênalti. Nada escandaloso, mas pênalti. Sem mais. De fato, o posicionamento de Vuaden não o permitia vê-lo. Porém, o VAR dispõe de tantas câmeras que até lembra o Estado autoritário de George Orwell. Nessa linha de raciocínio, onde estava Daniel Bins, o responsável pelo árbitro de vídeo? Curioso, no mínimo, é que, no segundo tempo, Daniel estava deveras atento.
Aos 25 minutos da segunda etapa, Mayke abriu o braço, interceptando o cruzamento de Toró. Penalidade, sim. 1 x 0. Porém, ela só foi marcada após Vuaden ser chamado à famigerada cabine do VAR. Por qual motivo se teve tamanha seletividade? Cabe ressaltar, ainda, que não foi o primeiro favorecimento ao São Paulo nesse Brasileirão. A saber: os pênaltis não assinalados para o Grêmio no primeiro turno, o gol validado contra o Goiás e o soco não punido de Volpi no jogador do Bahia. Todos esses lances ocorreram posteriormente à polêmica do erro de direito contra o tricolor na partida frente o Ceará, no Castelão. À época, Pablo teve um gol corretamente anulado pelo VAR depois da partida reiniciada, porém. O imbróglio fica ainda mais peculiar quando se lembra da ligação do presidente da CBF, Rogério Caboclo, com o clube do Morumbi.
Após pressão intensa do Palmeiras, o empate veio nos acréscimos, em chute de Rony desviado no adversário Luan, matando o goleiro. A sorte novamente veio de encontro ao time de muro verde na Barra Funda. A partida contra o River Plate, no Allianz Parque, impede o palmeirense de reclamar por falta de sorte por um considerável período de tempo.
Ao menos o palestrino pode afirmar que sepultou as possibilidades de título do rival, o qual foi anteriormente presidido por Carlos Miguel Aidar. Com o resultado de ontem, o São Paulo completa oito anos de fila, culminando num processo de apequenamento do clube.