O alívio almejado | Análise tática: Corinthians x Palmeiras
Depois de 127 dias sem jogos, o Campeonato Paulista retornou e justamente com um dérbi. As equipes podem ter treinadores diferentes, mas o cenário foi o mesmo dos clássicos anteriores. Contudo, a partida correspondeu ou até ultrapassou as expectativas mesmo com alguns jogadores ainda enferrujados.
Sem Dudu, Luxa foi com Weverton; Mayke, Vitor Hugo, Gustavo Gómez, Viña; Patrick de Paula, Bruno Henrique, Zé Rafael; Willian, Luiz Adriano, Rony. A ideia era propor o jogo e ter um meio campo com mais proximidade e dinâmico para suprir a ausência do Dudu na construção das jogadas. Já o Corinthians optou por um jogo de transição, buscando atacar os espaços cedidos pelo Palmeiras na ineficiente marcação pressão. Sendo assim, Tiago Nunes escalou o time da seguinte maneira: Cássio; Fagner, Gil, Avelar, Carlos Augusto; Gabriel, Camacho; Everaldo, Ramiro, Luan; Boselli.
Com as linhas adiantadas, o Alvinegro iniciou a partida buscando pressionar a defesa adversária e evitar que saíssem do setor defensivo com passes curtos. No entanto, utilizando de lançamentos o Palmeiras nos primeiros 5 minutos incomodou o lado direito do Timão, mas esses foram os únicos momentos que conseguiram algo por ali em lançamentos na primeira etapa. Após a substituição de Vinã que saiu machucado o setor esquerdo do Palmeiras ficou improdutivo e com apenas Rony dando profundidade.

Todavia, não era apenas o setor esquerdo do Palmeiras que tinha problemas. Sempre no momento de construção, o portador da bola se encontrava sem opções de passe e via como opção apenas lançamentos. Quando conseguia chegar ao último terço, o Palmeiras optava por cruzamentos, seja com ultrapassagens do lateral e meia ou com cruzamentos antecipados, porém todos consagraram a defesa Alvinegra que venceu a maioria dos duelos na primeira etapa. Tirando as 3 finalizações no início do jogo, o Palestra só finalizou mais uma vez no primeiro tempo.
Outro problema nítido no Alviverde eram as transições ofensivas. Zé Rafael e Bruno Henrique não conseguiram progredir nas jogadas e sempre optavam por toques horizontais ou para trás. Luiz Adriano foi o que mais sofreu com as tomadas de decisões dos companheiros, tendo em vista que era o cara que abria buracos na defesa corintiana e também o que tinha que vir busca constantemente a bola na entrelinha, pois Zé Rafael não estava conseguindo render ali. O vídeo abaixo ilustra bem o quanto Luiz Adriano sofreu com os erros de tomadas de decisão dos companheiros.
Em relação ao Corinthians, na etapa inicial uma atuação ilustre da defesa. Com seu 442, que as vezes variava para um 4141, o Timão não ofereceu espaços ao rival e os laterais do verdão na amplitude não conseguiram criar nada por ali. Apostando na sua boa transição ofensiva, o Alvinegro explorou os espaços cedidos pelo seu rival. Espaços esses que surgiam quando o Palmeiras tentava pressionar a saída corintiana, porém apenas os atacantes pressionavam e os defensores não subiam juntos, deixando assim um espaço tamanho entre os setores. O lado esquerdo do Palmeiras era aonde surgiam mais espaços. Fagner conseguia progredir com facilidade, graças também a Boselli, que empurrava a defesa alviverde evitando que eles dessem o bote com medo de tomar um passe nas costas. O lance abaixo evidencia bem isso: