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Opinião — Quem irrita mais: Congresso ou Federação Paulista de Futebol?

Na quarta-feira (26), a Câmara dos Deputados protocolou em velocidade estranhamente relâmpago a Proposta de Emenda à Constituição número 3 de 2021. Para os íntimos, ‘PEC Daniel Silveira’. Para os minimamente capazes intelectualmente, ‘PEC da Impunidade’.

No suposto intuito de proteger parlamentares de prisões arbitrárias e questionáveis, como a do deputado Daniel Silveira (PSL), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), apoiado por Jair Bolsonaro, articulou tal medida absurda que dificulta o combate à corrupção. Se o objetivo fosse de fato aquele, por qual motivo a mesma Câmara teria mantido, via votação, a prisão de Silveira? O curioso é que, caso a PEC 37 estivesse em vigor, o deputado dificilmente seria preso. Analisemos a proposta.

Segundo Gilson Marques (NOVO), são três pontos problemáticos. Primeiramente, o artigo 9º, no parágrafo 14, mina os efeitos da Lei da Ficha Limpa. Nela, um candidato está impedido de ser eleito caso condenado por órgão colegiado. Pela PEC, mesmo com condenação, um indivíduo ainda pode recorrer da decisão sem ser barrado de concorrer a cargo público. Segundo, ela impõe o fim de busca e apreensão e ações cautelares contra parlamentares. Assim, por exemplo, o senador Chico Rodrigues (DEM) jamais seria flagrado com dinheiro entre as nádegas. Você não leu errado. Terceiro, nas palavras de Marques, a PEC “turbina o foro privilegiado”, fazendo com que qualquer ação do Supremo Tribunal Federal referente a parlamentares necessite de aval prévio do Congresso Nacional. Pois, a PEC 37 não passa de deputados federais se blindando. Lamentável.

Saindo de Brasília, indo para São Paulo. O Palmeiras enviou um razoável pedido à Federação Paulista de Futebol de adiamento do clássico contra o Corinthians da segunda rodada no Campeonato Paulista — para os íntimos, paulistinha. Afinal, a partida está marcada para quarta-feira, no meio da disputa das finais da Copa do Brasil contra o Grêmio. Além disso, o alviverde terá feito 18 partidas em 2021. O alvinegro, por sua vez, somente 12. A FPF negou o pedido.

O clube da Academia de Futebol considera usar uma escalação alternativa, segundo informações da imprensa. Dessa forma, o Dérbi, que conta com a maior rivalidade de São Paulo e os maiores vencedores estaduais, terá menor valor. A Federação Paulista, diria Lima Duarte, não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians.

Em suma, a política brasileira, em qualquer área que seja, é quase sempre alvo de críticas. Uns se protegem da Justiça, outros desvalorizam o Dérbi. Indubitavelmente, o primeiro tem considerável maior relevância à nação. Entretanto, responder à pergunta de quem importuna mais é uma tarefa deveras complicada.

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados, com destaque para o presidente da casa, Arthur Lira.

Johnny Negreiros

Estagiário no portal R7 e estudante de jornalismo na ESPM. Instagram: @reporternegreiros

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