Até onde vai o favoritismo? O Paris Sanit-Germain entrou na final deste último sábado (27), como franco favorito ao título. Além de ser o maior vencedor da competição, tem também maior investimento e jogadores tecnicamente superiores. Estes foram os principais fatores que justificavam o favoritismo da equipe. Mas dentro das quatro linhas, sabemos que todo favoritismo é anulado. Principalmente em jogos de decisão. A garra e a determinação, demonstradas pela equipe do Rennes, mesmo após ficarem dois gols atrás do placar, foram fatores importantes para diminuir a grande e visível superioridade técnica do adversário.
No primeiro tempo, logo aos 13′ em uma cobrança ensaiada de escanteio efetuada por Neymar, o também brasileiro Dani Alves concluiu a gol de fora da área em um lindo chute para abrir o placar. E logo depois aos 21′, após roubada de bola no meio campo de Dani Alves e lindo passe de Di Maria, Neymar concluiu com maestria em um toque de cobertura, 2×0. Muitos nesse momento deram o jogo como ganho. Ou até contavam com uma goleada. Mas o Rennes manteve sua organização, e após um momento de pressão, conseguiu um gol em um cruzamento desviado por Kimpembe aos 40′.
O gol levantou o astral do time, que voltou do segundo tempo disposto a empatar a partida. O PSG tentava atacar, mas sua maior dificuldade era na transição, devido a forte marcação adiantada do adversário, e pecava na conclusão de jogadas no último terço do campo. Portanto, o time Parisiense passou a depender da qualidade e das jogadas individuais de seus jogadores, que pareciam estar ansiosos no momento da conclusão. E aos 66′ minutos, o Rennes chegou ao empate. O zagueiro Mexer aproveitou a cobrança de escaneio e mandou de cabeça para as redes do goleiro Aréola.
A prorrogação, em níveis técnicos, foi inferior ao tempo regulamentar. Apesar da pressão do time de Paris, o jogo não teve o placar alterado. Aos 99′ o lance mais relevante do primeiro tempo. Jogada de Neymar e Mbappé, em um belo chute, concluiu na trave.
Um segundo tempo bastante inferior, em que os times não se arriscavam, pois naquela altura, uma virada seria quase impossível. Quando faltavam apenas dois minutos para o final, Mbappé entrou com displicência e recebeu cartão vermelho. Automaticamente, fora da disputa de pênaltis. Prorrogação encerrada. O time da capital, abalado pela queda de rendimento e pela expulsão do camisa 7, entra nervoso na disputa. Mas o Rennes, entra confiante, após buscar um resultado improvável.
Cinco pênaltis cobrados com perfeição, de ambos os times. Mas já na primeira rodada das cobranças alternadas, após Sarr converter a cobrança, Nkunku bate mal e chuta para longe as chances de título. Rennes campeão. Pela terceira vez vence a Copa da França. Derrotando o PSG, dito antes do jogo como favorito e atual campeão da Ligue 1.
O favoritismo de um time multimilionário da capital foi anulado pela obediência tática e pela força de vontade de um elenco inferior. Um time dez posições abaixo na tabela, comparado ao favorito da noite de ontem. Quarenta pontos separam as duas equipes na liga local. Estatísticas que não se confirmaram e foram derrubadas por uma equipe organizada e merecidamente campeã.
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