A dura infância de Eduardo Camavinga antes de chegar ao Real Madrid
Anunciado pelo Real Madrid no último dia da janela de transferências, Eduardo Camavinga nasceu em um campo de refugiados de Miconje, uma pequena comunidade da Angola. Após uma breve passagem em Lille, onde sua família chegou fugindo de uma guerra em seu país, o jovem se estabeleceu em Fougeres, cerca de 50 quilômetros de Rennes.
Camavinga é o terceiro filho de uma família com cinco irmãos. Logo quando jovem, sua mãe tentou que o garoto se dedicasse ao judô, mas depois de jogar tanto futebol dentro de casa, seu pai o levou para o Drapeau Fougeres, um pequeno clube que ganhará uma fatia da sua transferência para o Real Madrid.
“Eu não sabia de nada. Minha mãe me levou no mesmo dia em que me inscreveu. Lembro que peguei a bola e comecei a driblar o mundo todo”, lembrou Camavinga. Desde os sete anos o francês joga futebol, e sempre em categorias acima da sua idade. A chegada ao Rennes aconteceu após se destacar em um torneio de verão, fazendo com que ao longo dos anos se desenvolvesse e se tornasse um dos jovens mais promissores do futebol mundial.
No entanto, nem tudo foi apenas flores para Camavinga. Aos onze anos, enquanto sua ida para o Rennes ainda estava sendo processada, a casa em que o jovem morava pegou fogo. Na ocasião, o clube francês criou uma rede de caridade para fornecer ajuda à família de Camavinga, que perdeu tudo no incêndio. O jovem também lembrou do episódio recentemente: “No dia seguinte ao incêndio, tive que ir treinar e o futebol ajudou-me a relaxar. Foi uma forma de escapar.”
No ano passado, em entrevista para a Ouest França, Eduardo Camavinga lembrou da meta que seu pai traçou para ele naquela época. “Não se preocupe, você vai ser um grande jogador de futebol e vai construir esta casa”, afirmou o pai do jovem que acabou de assinar com o Real Madrid.
A ida de Camavinga para o Rennes demorou um pouco por causa desse incidente, já que a família perdeu todos os papéis. Além disso, eles também tiveram problemas para obter a nacionalidade francesa, visto que todos os documentos da família haviam sido queimados.