Novo treinador, costumes antigos; a culpa também é do coletivo

Há pouco menos de um mês, o Real Madrid decidiu demitir Julen Lopetegui. O ex treinador saiu do clube carregando consigo toda a culpa do mal futebol apresentado pela equipe merengue. Mas, cinco jogos após sua saída e com um novo treinador no comando da equipe, os mesmo erros foram novamente apresentados. Lopetegui não está mais lá, porém os jogadores continuam. Com a troca de comando e a repetição da fraca apresentação em campo na última partida, a culpa não sobra apenas para o novo treinador. Chegou a hora do elenco assumir a responsabilidade e ver que boa parte dos problemas passam pelo coletivo.

Assim como foi citado pelo capitão Sergio Ramos, a falta de atitude da equipe é algo que incomoda tanto os jogadores como toda a torcida espalhada pelo mundo. Alguns jogadores parecem estar acomodados com os feitos alcançados nas temporadas anteriores, e de longe não estão rendendo o que é esperado ou aquilo que são capazes de mostrar. A torcida merengue acostumou-se com elencos que lutavam em campo e deixava a torcida alegre com o futebol que era demostrado, não o futebol que foi visto durante a era Lopetegui e nessa primeira derrota sobre o comando de Solari. A equipe voltou a parecer um time frágil e incapaz de uma resposta quando sai atrás do marcador. Ipurua (casa do Eibar) não é o Camp Nou, mas o Real Madrid foi massacrado da mesma forma sem qualquer esboço de reação e mostrando uma sensação de fraqueza que deixa no ar a ideia que grande parte dos males permanecem dentro do grupo. A ausência de um protagonista para a equipe branca é cada vez mais sentida. Nenhuma das estrelas da equipe assumiu esse papel depois da saída do português Cristiano Ronaldo, que deixou o poder de ataque da equipe bastante fragilizado. Jogadores como Benzema, Gareth Bale e até o jovem Marco Asensio eram os mais indicados para tal posto, coisa que não aconteceu. Ao que tudo indicava, já que não teríamos um protagonista, então o coletivo iria se sobressair, algo que também não aconteceu com Lopetegui e deu indícios que aconteceria nos quatro primeiros jogos com Solari, mas foi arruinado diante de uma derrota por 3×0 contra o Eibar. Na última partida, os jogadores estavam em silêncio em campo, gol após gol, e a única coisa que se sabia era que não tinha alguém para chamar a responsabilidade e tomar a frente da situação.

Outro fator é o baixíssimo rendimento do setor defensivo do Madrid, assim como os outros setores que também não vão bem. Mas, os defensores estão se destacando pelas repetidas falhas e pelos altos números de gols tomados. Já são 19 gols sofridos no campeonato espanhol, algo que não acontece desde a temporada 2008-2009, “A pior defesa da década”, publicou o Jornal Marca em alusão a temporada feita até aqui pelos defensores. E pra completar a fase não tão boa do setor, todos os defensores de linha já tiveram algum tipo de lesão na temporada tornando ainda mais difícil a vida dos treinadores. Madrid defendeu novamente com fragilidade assim como na era Lopetegui. No mesmo caminho que segue o setor defensivo, também está a parte central do time, falta de criatividade e alguns apagões, principalmente do recém eleito melhor do mundo pela FIFA Luka Modric, que desde o fim da Copa do Mundo na Russia não demostra um bom futebol. Outro problema no setor é o brasileiro Casemiro que se encontra lesionado, o mesmo que é considerado um pilar no meio campo merengue. Com seu poder de marcação, ele libera seus companheiros para ficarem mais livres e ajudar o time no ataque. Sem ele, Solari decidiu apostar em Dani Ceballos improvisado na posição.

O Real Madrid tem pela frente agora a Roma em jogo válido pela Liga dos Campeões da UEFA nessa terça-feira na Itália, uma chance para a equipe mostrar que o jogo contra o Eibar foi só uma turbulência e a equipe voltará a ter uma boa sequência, assim como a anterior com 4 jogos e 4 vitórias, e com um bom aproveitamento em todos os setores do campo.