Santos x Vasco da Gama

Análise: Santos tem meio-campo apático e sobrecarga nas pontas

O Santos chegou a terceira partida sem vencer no Campeonato Brasileiro 2020. Nesta quarta-feira (2), o Peixe empatou por 2 a 2 contra o Vasco da Gama, na Vila Belmiro. Assim como contra o Flamengo, há pontos positivos e negativos a se levar em consideração em relação a atuação. No geral, houve um declínio da equipe de Cuca em comparação ao jogo contra o Fla.

A tendência do Santos neste Brasileirão retornou: o time não começou bem. Nos primeiros segundos, Cano quase marcou após falha defensiva. A equipe comandada por Ramon Menezes se impôs no campo de ataque e teve um controle maior nos 20 primeiros minutos, algo recorrente em jogos do alvinegro praiano; a exceção segue a partida contra o Flamengo, onde o Peixe foi melhor desde o inicio.

Aos 21 minutos, Soteldo construiu jogada individual e colocou a bola na cabeça de Lucas Veríssimo, que abriu o placar. A partir daí, o Santos assumiu o controle das ações. Isso aconteceu também contra o Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino, quando o alvinegro começou abaixo dos adversários, mas passou a comandar o jogo depois dos gols marcados.

Com a vantagem, o Santos se sentiu confortável e empurrou o Vasco para o campo de defesa. Apesar da imposição, não houve tantas chances claras de gols. O lado positivo é o modelo de jogo que está se estabelecendo e evoluindo a cada jogo, mas ainda há dificuldades em quebrar linhas em algumas ocasiões da partida. Além do mais, não aconteceu pressão alta constante e evidente como contra o Fla.

O Vasco empatou com um lance que foi revisto pelo VAR por quase cinco minutos, no finalzinho do primeiro tempo. O embate voltou empatado do intervalo e um pouco morno. Equilibrado no geral, porém com o Santos tendo mais a bola no ataque. Marinho marcou de falta e colocou o time da casa novamente na frente.

O 2 a 1 deixou o duelo com a cara do Peixe, que até teve oportunidades de aumentar. Mas novamente o VAR apareceu, marcou um pênalti para o Vasco e Cano empatou. O alvinegro praiano até se jogou ao ataque na reta final, mas sem sucesso. Ribamar saiu na cara do gol após um contra-ataque rápido, mas tropeçou na bola e perdeu a chance de virar para os cariocas.

Aspectos táticos  — um meio-campo sem vida

O treinador optou por Alison na defesa no lugar de Luan Peres com o argumento que precisava de “mais combate” contra Cano. Jobson teve nova oportunidade como primeiro volante, mas novamente oscilou dentro da partida. O volante tem boas características, com capacidade de lançamentos e de quebrar linhas. Porém, seus erros prejudicam o time. Ele erra passes cruciais e peca na marcação. Dessa forma, ainda não tem condições de ser titular.

Outro lado negativo foi o meio-campo em geral, o pior setor do Santos no momento. Alison foi jogar como primeiro volante e basicamente contribui apenas na marcação e no aspecto de liderança. É nulo na fase ofensiva. Carlos Sánchez mais erra do que acerta e não ajuda na criação no setor. Diego Pituca não vem jogando bem mais avançado, apenas como volante. Ou seja, o meio da equipe é completamente apático e lento.

O lado positivo fica novamente por Marinho e Soteldo. Se pelo meio tudo está ruim, pelas pontas os dois jogadores garantem boas jogadas individuais e com triangulações. Ali está o ponto forte do time. No entanto, ficou óbvio para o Vasco onde estava a zona perigosa do Peixe e foi mais fácil de anular. No mais, Pará jogou bem e tem que ser elogiado por sua atuação na defesa e no ataque. Ele foi desafogo em diversoso momentos, assim como Felipe Jonatan pela esquerda, que ainda deve ser questionado pelo lado defensivo.

VAR à parte, Cuca precisa solucionar o meio-campo do time. É urgente neste momento, talvez seja realmente necessário mudanças no setor por conta da falta de criação que vem se arrastando pelas últimas semanas.

O próximo jogo é contra o Ceará, neste sábado (5), fora de casa.