CASO SÁNCHEZ: Estratégia montada e testemunhas convocadas para o julgamento

A diretoria e o departamento jurídico santista trabalham intensamente para não deixar que o clube seja punido pela escalação do meia Carlos Sánchez, no jogo de ida contra o Independiente, pela Copa Libertadores, na última terça feira. Na sexta feira, foi enviado à Conmebol a defesa santista, que alega sua inocência no caso e propõe que o meia uruguaio não atue no jogo de volta no Pacaembu, no dia 28 de agosto, próxima terça feira.

A investigação foi aberta pela Conmebol, considerando que o atleta santista atuou de forma irregular na última terça feira, pois tinha sido expulso no seu último jogo pelo River Plate, na Copa Sulamericana de 2015, contra o Huracán, quando foi punido com três partidas de suspensão. Depois, foi vendido para o Monterrey do México e não atuou mais em torneios organizados pela Conmebol. Porém, em 2016 a entidade concedeu anistia de 50% das punições em 2016, e desta forma, Sánchez teria de cumprir ainda um jogo de suspensão, o que não permitiria que atuasse contra o Independiente na última partida.

A defesa santista se baseia nas consultas feitas no COMET, sistema que a Conmebol utiliza para divulgar de forma atualizada a situação dos jogadores e apontava que o jogador tinha condições de jogo. Outro ato de estrategia na defesa santista foi colocar o nome da testemunha Alberto Gomes, responsável pela Unidade Disciplinar da Conmebol, responsável pelos registros na entidade. Outra presença solicitada é a do delegado da partida, para o julgamento na segunda feira. A diretoria santista alega que ele esteve no vestiário santista momentos antes do jogo e afirmou que todos os atletas estavam disponíveis para o jogo.

O advogado santista Mário Bittencourt trabalha na defesa que o River Plate, time que Sánchez foi suspenso em 2015, não fez com que aparecesse a suspensão no TMS (sistema de transferências regulado pela Fifa). A informação não foi passada ao Monterrey, quando o atleta se transferiu para o futebol mexicano, e o mesmo aconteceu, quando Sánchez se transferiu para o Santos, pois os mexicanos não tinham ciência do fato. Desta forma, as consultas foram feitas ao COMET, e como nada foi apontado, o jogador foi escalado e atuou na partida.

Além da sua própria defesa junto à Conmebol, a diretoria santista enviou um ofício à entidade, exigindo o mesmo posicionamento no caso que envolve o atleta Bruno Zuculini do River Plate. A Conmebol neste caso diz que faltou denúncia dos adversários, e também afirmou que o River Plate consultou a entidade para saber se o jogador teria condições de jogo, por isso não puniu o time argentino pela situação irregular do atleta nas vezes que foi escalado. “A Conmebol tenta diferenciar os casos dizendo que o River consultou por escrito, mas ela, Conmebol, também informou que o atleta podia jogar. Ou seja, ela também se equivocou. A gente acredita que ela tenha se equivocado porque ela também consulta o COMET.” – comentou Bittencourt em entrevista à Fox Sports. O julgamento será na segunda feira, dia 27 de agosto, às 15h00, véspera da decisão entre as equipes pela vaga às quartas de final da competição.

(Foto: Ivan Storti / Santos FC)