Com risco de rebaixamento no Paulista e eliminação precoce na Libertadores, quais os erros e problemas do Santos em 2021?

A temporada 2021 do Santos começou muito, muito abaixo da expectativa, tendo em vista como terminou 2020, vice campeão da Libertadores. O time no Paulista chega na última rodada do Campeonato Paulista sem chances de classificação para a fase seguinte, algo que não acontecia desde 2004, sem contar que pode ter a pior campanha da história do Campeonato Paulista, que aconteceu e 1975. O jogo contra o São Bento na última rodada, além de tudo, será confronto direto para determinar que jogará a Série A2 em 2022.

A atual temporada para o Santos apresenta vários problemas e erros:

• Devido à pandemia, o calendário apertado fez com que o time jogasse várias partidas com apenas 48 horas de intervalo, tendo que fazer muito rodízio no elenco;

• O Transferban que o Santos teve imposto pela Fifa, que o impedia de contratar e foi pago há poucos dias, fez com que o time não pudesse se reforçar enquanto os adversários reforçaram seus elencos;

• A perda dos jogadores do meio campo, ainda que na temporada passada, de Carlos Sánchez e Jobson, e nesta temporada o Sandry, deixou o setor com poucas opções, o que obrigou a queimar etapas dos jovens Gabriel Pirani e Vinícius Balieiro, que estão evoluindo e ganhando seus espaços, mas ainda longe do que o Santos de fato precisa no setor;

• O planejamento inicial, com a contratação do argentino Ariel Holan durou apenas 55 dias, já que o técnico pediu demissão. O presidente Andres Rueda quando o anunciou, fez um contrato de 3 anos, pregando um planejamento que não seria a curto prazo, para poder fazer um trabalho sólido e de resultados;

• Com elenco reduzido, a opção em priorizar a Copa Libertadores, colocou o Peixe em grande risco no Paulista, que chega na última rodada com a obrigação de vencer o confronto direto contra o São Bento, já sem chances de classificação;

• O modelo de contratação que a atual diretoria quer praticar, trazendo jogadores sem custo ou de baixo custo ao clube, com salários dentro da atual realidade santista, acaba limitando muito as opções de mercado, já que nem todo jogador vai aceitar um contrato por produtividade.

• As duas laterais santistas, com Pará e Felipe Jonatan, estão muito abaixo do necessário, principalmente pelo fato da escassez de opções no elenco. Pela direita, ainda tem Madson, mas por descuido, não foi inscrito no Paulista, já na esquerda, as opções são o improviso de Copete, Jean Mota ou Alex Nascimento, que não renderam o esperado.

• Com o meio campo falho e as laterais abaixo do esperado, a defesa vem sofrendo bombardeio constante, e os problemas com bola aérea tem feito o Santos sofrer vários gols, que custaram pontos importantes em ambas competições.

• Após a saída do técnico Ariel Holan, a indefinição se efetivaria Marcelo Fernandes ou traria um substituto foi longa, quase duas semanas, onde aconteceram 3 jogos. Com o comando de Marcelo Fernandes, a evolução do time foi evidente, agora resta saber como o elenco e a comissão técnica vai se juntar com a chegada do novo técnico Fernando Diniz.

ACERTOS:

Nem só de erros vive o atual momento santista. A diretoria conseguiu grandes progressos em problemas antigos do clube, sem contar ações que foram feitas para diversas áreas:

• Enxugou o elenco santista, com vários jogadores que voltaram de seus empréstimos, emprestando-os novamente ou encerrando contrato, além de emprestar outros nomes que estavam no elenco. Dos mais de 15 nomes dos ‘negociáveis’, apenas Cléber Reis, Longuine e Rodrigão ainda seguem no elenco, ainda que treinando separadamente ou recuperando de lesão;

• Estreitou a comunicação com a imprensa e também com a torcida, com ações pontuais, como pesquisa de opinião por meio virtual;

• Acertou renovação contratual de diversos jogadores da base, recém promovidos ao elenco profissional, e ainda negocia outros, para não perder jogadores de graça para outros clubes;

• Acertou a dívida com o Huachipato, que tirou o Transferban imposto pela Fifa, com a venda do atacante Yeferson Soteldo ao futebol canadense;

• As contratações estão sendo melhor analisadas, ao ponto do acerto com o técnico Fernando Diniz ter sido feito, sem ter que se pagar comissões a empresários;

• Os salários do elenco, comissão técnica e funcionários estão sendo pagos em dia, sem atrasos, algo que não acontecia há tempos no Santos, além de se ter um fluxo de caixa visível;

• Renovação dos patrocinadores e também a chegada de novos, como a SumUP, patrocinadora master, algo que não tinha no Santos desde 2018.

• Negociação de dívidas como impostos e acertos com outros profissionais feitas e cumpridas conforme acordado, ainda que com prazos reestabelecidos.

Contudo, o atual momento preocupa a todos, principalmente pelo fato do time poder cair pela primeira vez de divisão na sua história, ainda que seja no campeonato estadual, mas jogar uma segunda divisão, nunca fez parte da linguagem do Santos.