|

Conheça mais sobre Fernando Silva, candidato à Presidência do Santos

Nós, do Mercado do Futebol, faremos entrevista com os pré-candidatos à presidência do Santos. O intuito é conhecer um pouco mais de cada candidato, seus planos e anseios para chegar ao cargo de mandatário santista. Neste sentido, nosso entrevistado é Fernando Marcos Silva, um apaixonado pelo Santos, Engenheiro Químico, com especialização em administração de empresas e no Santos, participou da formação dos elencos de 2010 e 2011, como Consultor Executivo de Futebol, sendo decisivo na negociação de diversos jogadores na ocasião.

MF – Fernando, você já foi Consultor Executivo de Futebol no Santos, nos anos de 2010 e 2011, quando o time conquistou vários títulos. O que te faz acreditar que você está preparado para comandar um clube do tamanho do Santos, e com quem você conta para lhe dar respaldo e suporte para gerir a instituição Santos Futebol Clube?

É justamente essa experiência que eu já tenho no clube que me faz acreditar estar preparado e pronto para comandar o Santos a par=r de 2021. Nosso principal diferencial, para qualquer um dos outros candidatos, é que nós já es=vemos lá. Inclusive, quando assumimos o Santos em 2010, a situação era muito parecida com a atual. E qual foi o resultado? A melhor fase do Santos na Era Pós-Pelé. Veja bem, não é que fizemos um trabalho mediano. Foi o nosso melhor resultado DENTRO e FORA do campo em mais de 50 anos. Por que ir na dúvida se você tem a certeza da experiência com a Chapa O Santos Pode Mais? Na Gestão de 2010, recebemos o clube das mãos de Marcelo Teixeira com um receita anual de R$ 63,5 milhões. Já no primeiro ano, aumentamos a receita para R$ 94mi. Gerando um faturamento 50% maior. No ano seguinte, em 2011, chegamos aos R$ 152 milhões, aumentando em mais de 60% a receita do clube. Não há segredo, apenas trabalho sério. A fórmula existe e ela é única: profissionalizar a Gestão, trabalhar com profissionais competentes e de eficácia comprovada em suas áreas no mercado. O cenário que iremos pegar em 2021 é muito parecido. Com receitas estagnadas e a dívida aumentando a cada ano. Mas sabemos como lidar com isso como já provamos em nossa primeira passagem pelo clube. E a nossa nova Gestão contará com muitos dos nomes que fizeram daqueles dois anos inesquecíveis. Por exemplo, teremos o Luiz Fernando de Moraes comandando a nossa Base novamente. Boa equipe que cuidou do marke=ng também estará presente, assim como a equipe que comandou brilhantemente o relacionamento com o sócios. Além disso, teremos o Reinaldo Guerreiro como nosso vice-presidente, um parceiro em quem confio e com quem poderemos contar desde o dia 1 da Gestão. E também já temos três nomes do nosso Comitê de Gestão confirmados: Celso Loducca, Claudia Arraya e Sergio Monteiro. Todos profissionais de destaque em suas áreas. Além, claro, de Santistas.

MF – O atual momento do clube é delicado na questão financeira, principalmente pela pandemia do novo coronavírus, fato este que deve ir até parte do próximo ano. Que ações você
acha possível fazer, para que o clube sofra menos, na questão financeira, já que não tem a presença do público em campo, e tem que viver das rendas de TV, os patrocinadores e o programa Sócio Rei?

O Santos tem hoje uma dívida superior a R$400 milhões; uma Receita Operacional anual inferior a R$200 milhões e sua dívida de curto prazo (vencendo em até um ano) está muito próxima da própria Receita Anual. Por isso, a primeira ação será resgatar a credibilidade do Clube no mercado.
Nosso primeiro passo será trabalhar em cima da nossa dívida e estabelecer um Orçamento Fixo Anual para cada área do Clube. Considerando sempre as regras do Fair Play Financeiro que entrou em vigor a partir deste ano. E temos dois grandes desafios. O primeiro é que nosso Orçamento precisar ser do tamanho das nossas Receitas Operacionais; o segundo é que devemos começar a pagar, de forma escalonada, as nossas dívidas.
Com isso, reduziremos nosso custo de rolagem (que nada mais é do que empurrar a dívida para frente, o que acarretaria em pagar mais juros e é justamente o que não precisamos agora) e atrairemos novos players para investir no Clube. Importante lembrar que o choque de gestão se fará presente também no aumento das nossas Receitas Operacionais. Já temos um estudo de orçamento que considera três pontos importantes: manter o Santos brigando pelas primeiras posições em torneios; investimento no mesmo patamar dos últimos 10 anos nas Categorias de Base e, claro, adesão às novas regras do Fair Play da CBF para evitar penalidades financeiras e esportivas.

MF – A presença do público feminino nas arquibancadas é algo que sempre se tem muita reclamação, seja pelo risco de violência, ou pela estrutura que o clube oferece, principalmente vendo como os rivais da capital dão condições em suas arenas. Qual será sua ação que possa aumentar o número de mulheres nos jogos do Santos, dando segurança e conforto? Ainda sobre as mulheres, na sua gestão, elas terão espaço para participar na política do Clube?

Vou começar pela última pergunta. Não só terá mais espaço, como será protagonista. A presença da Claudia Arraya, fundadora da Embaixada RM Campinas, no Comitê de Gestão é um grande passo dentro do clube. Aliás, ela será a primeira mulher na história a fazer parte do CG do Santos desde a sua criação. Queremos estar preparados para poder dar um enfoque cada vez maior no público feminino, construir um ambiente mais familiar no jogos e melhorar o engajamento pré e pós-partida. Entre as melhorias imediatas, por exemplo, estará a reforma do banheiro feminino na Vila Belmiro. É um absurdo ouvir de uma torcedora que ela não compra uma garrafa de água nos jogos para evitar de ir ao sanitário.

MF – As categorias de base do Santos sempre rendem ótimos resultados, e geram receitas com frequência, o que ajuda a manter a administração do clube, porém nos últimos anos, pouco revelou e não ganhou títulos, além de perder jogadores sem render nenhum centavo aos
cofres do clube. O que você vê pode ser melhorado para que o Santos revele mais jogadores nos próximos anos e não perca jogadores sem retorno financeiro?

O mundo inteiro conhece a importância da Base do Santos para a nossa competitividade. Além de continuar como um dos pilares da nossa Gestão, queremos melhorar ainda mais nossa estrutura para o seu principal objetivo: revelar jogadores. Por isso, em nosso Plano de Governo, parte do dinheiro da venda de atletas entra reservada para os nossos jovens atletas.
E o que vamos melhorar na nossa Base? Começando pelas Pessoas, temos no nosso =me o responsável pela Base na primeira gestão do LAOR. Processos e Ferramentas serão incorporados de tal forma, que não importa quem venham a ser os próximos Presidentes, o Clube terá o seu know-how preservado. Outra etapa chave na utilização da Base como fator da nossa competitividade é a Transição Base-Profissional. O Clube tem a obrigação de criar as condições para que isso aconteça com naturalidade. Também não podemos perder de vista a necessidade de procurarmos soluções para integrar os nossos equipamentos dedicados aos treinos e formação dos nossos atletas.

MF – No Futebol Feminino, quais são os planos para dar melhores condições para a categoria? Será feito um trabalho para se ampliar categorias de base para o futebol feminino também?

Sobre o time Feminino, ele é importante pilar esportivo e social. É uma modalidade que tem =do grande crescimento no Brasil e no Mundo. Iremos reforçar e melhorar essa estrutura do CT, bem como faz parte de nosso planejamento estratégico aumentar a presença feminina e das famílias nos jogos do Santos. O futebol das mulheres faz parte dessa integração e terá seu espaço físico apropriado. A marca Sereias da Vila é muito forte e consolidada, proporcionando até que torcedoras de outros times nos acompanhem.


MF – Uma fonte de renda importante para os clubes é o programa de sócio-torcedor. No Santos, o programa Sócio Rei atualmente tem pouco mais de 23 mil associados. Para ampliar este número e aumentar a receita, quais são os planos? O que poderá ser feito como benefício aos torcedores, a fim de aumentar a arrecadação?

Uma das características que diferencia o Santos da maioria dos outros clubes é não ter um Clube Social. Mas como instituição, já tem vários “Relacionamentos Sociais”. Um exemplo é a Secretaria Social que atende basicamente o atual Sócio-Rei.
Entretanto, não podemos restringir nossos planos de sócios focados essencialmente em programas de desconto em ingressos. Já estamos pensando em quais ofertas e valores a mais poderemos entregar para um Sócio à Distância.
Com a digitalização, o clube não é mais apenas um Clube de Futebol, ele é também um Produtor de Conteúdo, criando audiências cativas para seus conteúdos e monetizando seus veículos. Nós vamos fazer isso com o Sócio Digital. Além disso, vamos incentivar e dar vantagens para os Santistas de todo o Brasil e do Exterior. Queremos, desde o dia 1 da gestão, fazer do Santos um agente de integração social. Tratando todos os sócios e torcedores com respeito

MF – Nos últimos anos, o Santos fez várias contratações de jogadores que não vingaram, e fortunas foram pagas, sem contar, os compromissos que foram feitos, não cumpridos, e agora geram punições da Fifa. Como você pretende lidar com esses problemas que estão acontecendo?

Como disse acima, nosso primeiro passo será trabalhar em cima da nossa dívida e, claro, ir além. Precisamos profissionalizar o Clube para evitar que isso aconteça novamente. Quando falamos em profissionalizar a Gestão da Instituição, estamos falando de Pessoas, Processos e Ferramentas que permaneçam funcionando no Clube independentemente do Presidente em exercício.
Precisamos ter as pessoas certas nos lugares certos e não ficar criando puxadinhos pra acomodar apoiadores políticos de ocasião. É preciso cuidado para que todos os funcionários do Clube tenham condições de atuar numa Organização Profissional e não como se trabalhassem na quitanda da esquina. Utilizando ferramentas básicas da tecnologia da informação, iremos implementar um Sistema Gerencial no Santos para controle de processos, estabelecimento de objetivos, medidores e também controle de performance individual e coletiva.
Aproveitando, quero anunciar que pessoas da nossa Chapa já vêm conversando com empresas especializadas nas soluções que mencionei, empresas essas que já atuam em Clubes de Futebol no Brasil e no Exterior, e que estão entusiasmadas com o nosso Projeto.


MF – A atual situação financeira do Santos é extremamente preocupante, onde inclusive o time já foi punido na Fifa, ficando banido de contratações, enquanto não acerte seus débitos. Na sua visão, como sair deste atual cenário?

Como falamos acima, profissionalizar a Gestão da Instituição é necessário, para se evitar estes acontecimentos que mancham a história do Clube. Ter pessoas conhecedoras de casa área é necessário para se montar uma gestão correta, de qualidade e que colherá resultados.

MF – A reforma da Vila Belmiro é algo que vários presidentes vem com projetos e propostas e o assunto não vai adiante, quando muito, poucas melhorias são feitas no Estádio, principalmente quando o time ou a gestão está em crise. Você tem algum projeto neste sentido? Qual a sua opinião neste caso, dando a entender que a “Reforma da Vila”, volta sempre para abafar as crises e problemas maiores do time?

A Vila Belmiro, nossa querida casa, é um dos estádios mais antigos do Brasil com mais de 100 anos. Além de contar com uma força mística enorme, nos ajudou a conquistar resultados esportivos expressivos e também foi nosso porto seguro em tempos de vacas magras. Com a quarenta do futebol devido à pandemia da Covid-19 em andamento, especialmente nos eventos esportivos, nós não sabemos quando a torcida vai poder voltar ao estádio. Sabe o que isso significa? Isso quer dizer que a nova gestão pode começar, já em Janeiro de 2021, a promover parcerias podem e devem tornar a Vila Belmiro mais confortável, mais moderna, atraindo mais público! Facilidade para comprar ingressos, parcerias com estacionamentos, reforma dos bares e banheiros para que de imediato melhoremos a experiência de quem vai à Vila. Com essas e outras melhorias, acreditamos ser possível ampliar a presença feminina e das famílias nos jogos do Santos. Um bom presidente tem que saber equilibrar a necessidade de receita com a necessidade esportiva. E a Vila é e sempre foi fundamental para o Santos! O tema Arena/Nova Vila sempre surge nesta época, mas é estratégico para o Clube visando o longo prazo. Queremos o time competindo nos próximos 100 anos com a força que competiu nos últimos 100. Ou ainda melhor!
O que propomos é sermos PROTAGONISTAS nesta história, não só fazer um projeto que cabe no terreno atual, mas analisar as possibilidades e, principalmente, as necessidades do clube para que essa competitividade possa prevalecer.Mas essa solução pode não ser rápida, então, também temos que pensar nas melhorias fundamentais de curtíssimo prazo.

MF – O projeto Embaixada é uma ação de sucesso do Santos, que leva aos seus torcedores, principalmente no interior um pouco da história do clube, além de ajudar aumentar o número de sócio torcedores. O que você tem em mente para ampliar e melhorar o projeto?

Como já dissemos aqui antes, queremos melhorar essa nossa relação com sócios, os benefícios e as parcerias. Mas o entorno, como as Embaixadas, é mais do que essencial. Por isso, teremos o Santos Social Clube. Vamos tratar com muito carinho as nossas Embaixadas. As atuais e as futuras. Vamos estabelecer nossas regras de convivência e, na medida do possível e dentro de regras claras, suporte aos seus Eventos. Não podemos esquecer também da relação com as Torcidas Uniformizadas. Vamos deixar claro o que apoiamos e o que não apoiamos, o que podemos oferecer e o que não podemos. A transparência ditará este relacionamento. Teremos também uma área pra cuidar de relações com as várias comunidades, como escolas da região, com ONGs, com OSs e parceiros. O mesmo vale para nossas franquias Meninos da Vila e, por fim, vamos sentar com Prefeituras e Promotores de Eventos e avaliar o que podemos fazer juntos. Esta é uma ideia tão importante pra nós que, ao invés de colocá-la em algum canto da nossa Organização, vamos elevá-la ao status de Diretoria de Relacionamento que se reportará diretamente à Presidência.

MF – O Santos sempre foi muito famoso por reconhecer e prestigiar seus ídolos, inclusive muitos deles, com funções no clube, nas categorias de base e na parte promocional da marca Santos, e nos últimos anos, esta ação perdeu um pouco de sua força e importância. O que você pretende fazer a respeito desta situação?

Um time de futebol vive de ídolos. E nenhum time tem tantos ídolos quanto o Santos Futebol Clube. O Canhão Pepe, por exemplo, é nosso segundo maior artilheiro. Com os 405 gols que marcou pelo Santos, ele seria artilheiro em quase todos os outros times do Brasil. Quiçá, do Mundo! Aliás, o Pepe é um exemplo claro de ídolo que merece mais e mais reconhecimento por parte do Clube. Homenagens grandes precisam ser feitas em vida para nossos heróis. Mas queremos ir além. Ídolos são os verdadeiros embaixadores do nosso Clube e queremos todos eles do nosso lado como figuras principais do Santos Futebol Clube.