Enfático, Rueda afirma a necessidade de parar o futebol na pandemia

Diante da crescente nos casos de coronavírus o presidente Andres Rueda não vê outra possibilidade para o atual momento, a não ser paralisar as competições futebolísticas. Em entrevista à Folha, o presidente santista expressou sua opinião, que sugere a suspensão do futebol no país, já que o número de casos de infectados e óbitos está em crescente. “Com dor no coração, a situação está nos assustando muito, estamos perdendo sensibilidade, falamos de vidas que não tem sentido de serem perdidas. Qualquer medida para salvar uma vida vale. É uma opinião pessoal muito minha”.

O presidente ainda afirma que o Santos segue a risca os protocolos exigidos pelo Ministério da Saúde, mas ainda assim, não se teve como evitar que praticamente todo o elenco santista já tenha sido contaminado. “O Santos cumpre todos os protocolos, mas praticamente o elenco inteiro já pegou. Seria mais prudente, embora doa na carne, entrarmos em um período de paralisação. Suspender o campeonato mesmo, embora as entidades tenham tomado um cuidado excelente.”

Dentro das ações que o Santos colocou em prática como prevenção o clube contratou dois infectologistas, que revisão os protocolos sanitários e os aperfeiçoam constantemente. Outra iniciativa que deve ser colocada em prática nos próximos dias, é colocar parte dos funcionários em home office. Mesmo ciente do impacto que uma paralisação pode causar na questão financeira do clube, o presidente santista é a favor dela, pois pode-se preservar vidas.

Outro ponto destacado por Rueda, foram os 1840 óbitos registrados no Brasil nas últimas 24 horas, recorde de toda pandemia, sem contar que é o 42º consecutivo que o Brasil tem mais de 1000 mortos, e o estado de São Paulo é quem lidera esta triste estatística. “O protocolo é coerente, mas mesmo assim, a coisa foge do controle de uma maneira geral. E o futebol também tem que ter uma participação no sofrimento, isso dói, mas precisamos parar”.

Nos últimos dias, o governador do estado João Dória colocou todas as cidades paulistas na fase vermelha, com maiores restrições, como uma saída para tentar a contenção do vírus, mas na parte do futebol, os jogos seguem normalmente, apenas com algumas mudanças de horário, para que os mesmos terminem mais cedo. “Vamos seguir o mesmo modelo que vem sendo seguido na Europa, onde vários países instituíram lockdown e mantiveram o futebol e esporte sem plateia”, afirmou José Medina, do Centro de Contingência paulista contra coronavírus. Ainda sobre a situação, medina afirma que a população precisa de algum tipo de diversão. “Esse tipo de atividade é controlada, até porque a população precisa de algum tipo de diversão, de entretenimento.

O presidente Andres Rueda não foi o único a falar sobre o atual momento. O técnico Lisca, do América Mineiro em entrevista ao Premiere, pediu para que fossem adiados os jogos da Copa do Brasil, devido às grandes distâncias que os clubes percorreriam para ter seus jogos nas primeiras fases da competição. Para a Follha, Lisca falou sobre o pouco posicionamento da classe dos treinadores. “Nossa classe realmente é uma que não se posiciona muito, com medo de represálias. Sempre que tu emite uma opinião, vai ser analisado. Nossa classe poderia se posicionar mais, usar o espaço e divulgação do futebol para trabalhar mais essas causas sociais”.

(Foto: Fábio Maradei / Santos FC)