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Entrevista com Laura Valverde

Laura Valverde com apenas 17 anos subiu para o profissional das Sereias da Vila e já foi convocada para a Seleção Brasileira Feminina sub-17

 

Qualidade? R: Feliz.

Defeito? R: Ser boa demais com as pessoas.

Hobbie? R: Praia.

Filme? R: Poder além da vida.

Prato preferido? R: Strogonoff.

Música? R: Eclética.

Se não fosse jogadora seria? R: Bióloga Marinha.

 

MF: Quando decidiu que queria ser jogadora? Como surgiu a primeira oportunidade?

R: Minha família é muito envolvida com esporte, fui crescendo nesse meio, comecei nas escolinhas com 4 anos jogando com os meninos e com 6 anos eu me apaixonei de verdade e decidi que era aquilo que queria, então fui para uma escolinha melhor do que aquela que estava, consegui evoluir bastante e permaneci até meus 12 anos e passei a jogar com meninas. O futebol mexeu muito comigo, dentro de mim e resolvi seguir porque é aquilo que eu amo fazer e o que me faz bem.

 

MF: Qual a sensação de ter subido para o profissional do Santos? Jogar no clube que é referência?

R: Estou muito feliz que não só eu, mas 5 amigas e companheiras minhas que estavam na base subimos e o Santos deu essa oportunidade para nós, nem todos os clubes fazem isso todas são abaixo da idade, a gente chegou eu vi a Cristiane, a Thaisinha, a Thayla, a Bia e a Brena que é referência para mim eu não acreditava e fui levando, nos tratando super bem, nos deixaram a vontade. Não participei desde o início, em janeiro estava atuando pela Seleção Brasileira, quando cheguei já era um outro ritmo, outra cabeça e tive que pegar o ritmo mas elas super acolheram a gente o que me deu mais vontade de permanecer no Santos, oportunidade de crescer com quem sabe, com quem fez e faz história não só no Santos mas em Seleção também são minhas referências.

 

MF: Qual seu maior objetivo no Santos?

R: Desde pequena sempre tive vontade de jogar no Santos, pois sempre foi referência para o futebol feminino, sempre disse à minha mãe que queria jogar nas Sereias da Vila e de início foi difícil entrar no Santos, na primeira peneira não consegui e minha mãe enviou uma crítica construtiva para o Santos para que houvesse outra peneira porque a anterior foi muito em cima da hora, aconteceu tudo isso que consegui conquistar meu espaço. O Santos está me formando como atleta e como pessoa também, tive a oportunidade de ser capitã e é uma honra, um sentimento inexplicável viver tudo isso, vestir o manto, só quem vive entende e agora só tenho mais certeza de que quero permanecer e fazer história pelo Santos.

 

MF: Em quem se inspirou para começar a jogar e nunca desistir do sonho de ser jogadora?

R: De início meu irmão, volante também, e Formiga sempre foi e até hoje é minha referência. Hoje em dia tenho outras inspirações, primeiramente, Deus e minha família que sempre estiveram comigo, quando acontece algo sei que eles estarão lá, são uma fonte de força. Inspiração dentro de campo no masculino é o Cristiano Ronaldo referência de atleta, na minha posição Casemiro e Busquets, dois volantes excecionais que me vejo um pouco em cada um no estilo e no feminino sem dúvidas a Formiga, ela faz o time jogar, são pessoas referências para mim dentro e fora de campo. 

 

MF: Tão nova e foi convocada para Seleção Brasileira. Como lidou com a notícia e qual é o sentimento de já ter vestido a amarelinha?

R: Sempre foi um sonho para mim, meu e da minha família, quando recebi a notícia meus pais não estavam comigo, achamos que íamos levar bronca porque nossa coordenadora chamou todas na sala pediu para ligarmos para nossos pais por chamada de vídeo e ela começou a falar do trabalho feito na base do que estávamos colhendo, colocou a lista no telão e meu olho foi direto pro meu nome, foi uma sensação inexplicável, quando chega na Granja a sensação é mais explicável ainda, chega sua hora mas a luta para se permanecer lá e provar que somos as melhores, temos que estar prontas para tudo dentro e fora de campo, ser exemplo em tudo desde a alimentação até o descanso, tudo isso tem um foco.

R: Chegou o primeiro dia, nossa estreia foi contra o Peru em um amistoso internacional e foi a primeira vez que usamos a amarelinha, tive o privilégio de falar na hora, sou acostumada a falar também no Santos, é algo meu, não gravo nada sai no momento e tive oportunidade de falar o que queria, o foco das meninas que estávamos para ser feliz e nos divertir dentro de campo, acabou que várias pessoas falaram mas minha parte saiu nos bastidores foi de alegria enorme estar representando minhas companheiras e estar fazendo o que sei fazer jogando futebol e inspirando, motivando minhas companheiras que é muito importante para mim. Foi uma mistura de tudo, é um sonho o que estou vivendo e que vou continuar vivendo, não acabou aqui, continuo sonhando mais alto diante de tudo e fico muito feliz por tudo que está acontecendo na minha vida.

 

MF: Se surgir uma oportunidade jogaria em algum clube no exterior?

R: Fora a estrutura é bem mais a frente do que do nosso país, tenho vontade de jogar na Espanha, Barça é referência lá também, no PSG, no Lyon onde tem toda a estrutura, tenho vontade de jogar em clubes que realmente valorizam o futebol feminino. As oportunidades aparecem na hora certa então o que vier a gente analisa, vejo o que é melhor para mim no momento e faço a escolha certa.