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Ex-Santos, Felipe Garcia concede entrevista para o Mercado do Futebol

De São Vicente para Portugal, com altos e baixos, Felipe Garcia teve grandes passagens na sua carreira. Em busca do acesso para Série B no Tombense, aos 33 anos, Felipe, campeão da Copa do Brasil e tricampeão Paulista com o Santos, vestiu mais de 10 camisas no futebol brasileiro e fala com exclusividade para o Mercado do Futebol

 

1- Diferente de vários jovens pelo Brasil afora, você já iniciou sua trajetória no futebol em um grande clube, no Santos. Como foi esse começo de carreira e qual a sensação de vestir uma das camisas mais pesadas do futebol?

R- Por eu ser de Santos mesmo, na verdade São Vicente é uma cidade vizinha, mas a baixada santista onde o Santos é bem conhecido e não só lá, como no mundo todo você já começar no clube com essa grandeza é uma sensação única. Sempre foi um sonho meu e da minha família ser jogador de futebol e você jogar nesse clube é diferente. Minha família toda santista e, além de se tornar um sonho meu, foi um sonho da minha família. Um orgulho para eles e eu consegui dar esse orgulho de chegar no Santos, muitas vezes, como titular e ainda ganhar títulos. Então, foi uma sensação enorme e uma gratidão enorme pelo clube e eu jogar num Santos e ainda ser próximo é totalmente diferente e é totalmente gratificante essa sensação.

 

2- Após ser emprestado ao Paraná e Portuguesa Santista, você conquistou um dos títulos mais expressivos da sua carreira ao levantar a taça da Copa do Brasil. Naquela campanha você fez nove partidas e, apesar de ainda jovem, é considerado um dos seus auges? Como foi jogar e dividir vestiário com Neymar e Ganso na época? Você ainda mantém contato com os jogadores que foram campeões da competição?

R- Em termos de visibilidade pode-se dizer que sim. Você jogar naquela equipe onde tinha grandes promessas, que era o Neymar e o Ganso na época que até então estava se tornando realidade, e ainda dividir time com Giovani, com Robinho, Marquinhos. Enfim, aquela equipe recheada de craques, de talentos. Foi uma época de visibilidade muito grande para mim de tanto de aprendizado quanto de conquistas. Então, foi uma época muito importante na minha carreira e eu mantenho através desses sociais contatos com eles, mas cada um também tem suas carreiras, cada um têm seus compromissos que nossa vida não é fácil de viagens, jogos, família, mas sempre acompanhando através das redes sociais. Então foi um período na minha carreira de maior visibilidade e de muitos aprendizados, muitas conquistas. foi uma época muito muito boa que eu vivi no Santos.

 
Foto: Victor Souza/Tombense FC.
 

3- Você ainda teve duas passagens em Pernambuco, em destaque o período que foi comprado pelo Náutico e disputou a Série A. Como você lidou com a distância de família e amigos, além do clima do Nordeste?

R- Toda distância é complicado. A gente vive longe das nossas famílias e nossos amigos, da cidade natal, mas foi um período muito importante também na minha carreira porque eu conheci minha esposa. A mãe das minhas filhas foi uma pessoa que me deu família, foi a pessoa que realizou meu sonho de ser pai, então, pode-se dizer que foi um período muito gratificante em termos de família. Um momento aqui no qual coisas boas que aconteceram fora de campo e dentro de campo também. Vivi um momento muito bom no Náutico que fizemos uma campanha muito boa no Brasileirão classificando a equipe pernambucana para primeira competição sul-americana e ainda naquela ocasião nós fizemos grandes jogos numa campanha muito boa dentro de casa, com apenas uma derrota para o Fluminense. Então, foi um período muito gratificante dentro e fora de campo.

 

4- Depois disso, você esteve em alguns clubes e se transferiu ao Moreirense, de Portugal. Embora tenha ficado pouco tempo, como foi sua primeira experiência fora do país e se você acha que poderia ter seguido para outra equipe em Portugal?

R- Eu sempre tive um sonho de jogar fora do país para conhecer a cultura, o futebol fora, conhecer um outro país, conhecer lugares diferente e eu tive essa pequena passagem em Portugal na equipe do moreirense. Infelizmente dentro de campo as coisas não aconteceram, infelizmente eu tive poucas oportunidades e não consegui ficar mais anos lá, mas foi uma experiência incrível, é um país incrível uma cultura muito diferente e gratificante. Pessoas muito bacanas, muito solicitas e lugares muito lindos que eu conheci. Eu vivi na cidade de Guimarães, uma cidade incrível pertinho do Porto e conheci pessoas incríveis também, então foi uma experiência muito boa. Infelizmente não tive muitas oportunidades de jogar, que joguei só dois jogos, mas valeu a pena. Eu tenho um sonho ainda de voltar quem sabe eu possa realizar, mas foi muito bacana essa experiência fora do país.

 
Foto: Victor Souza/Tombense FC.
 

5- Por fim, hoje está defendendo as cores do Tombense e quais as expectativas para conseguir o tão esperado acesso à Série B? Você ainda tem planos para retornar ao Santos?

R- Eu tô indo para terceira temporada aqui no Tombense e a gente esses dois anos a gente bateu na trave para a classificação que espero que esse ano seja diferente. Nossa equipe vem trabalhando forte aí para que possamos nos classificar primeiramente depois pensar no acesso. Tomara que consigamos e estou tentando ajudar da melhor maneira possível para que esse esse sonho se torne realidade. O clube vem se empenhando cada vez mais para a melhor estrutura possível. Esperamos aí que seja uma grande Série C e conquistando as coisas por etapas. Primeiro a classificação depois o acesso e quem sabe o título, mas vamos por planejamento, por etapa para que consigamos no final do ano comemorar essa classificação para Série B, que é um sonho do clube, um sonho de nós jogadores também.

R: Por fim em relação ao retornar ao Santos eu tenho algo que ficou faltando na minha carreira em relação ao time. Eu saí de uma forma negativa em relação a minha imagem, transformaram minha imagem um pouco negativa e acabaram esquecendo os títulos, as conquistas individuais pelo clube e Seleção Brasileira. Eu não coloquei como meta na minha carreira, mas quem sabe Deus abre essa porta de eu terminar com a cabeça erguida. Até então porque foi um clube que abriu portas para mim em relação ao mundo do futebol e eu sou muito grato ao clube, mas o meu sonho é terminar de uma de uma forma diferente, de ter uma imagem diferente do que eu sair até porque minha família é santista e me declarei também. Então, quem sabe, mas não é algo nada programado e eu entreguei nas mãos de Deus estou procurando fazer o melhor aqui no Tombense e deixando as coisas acontecer da melhor maneira possível sem planejar, tentando viver o presente da melhor maneira para colher coisas boas no futuro.