FIM DA LINHA – Sampaoli pede demissão do Santos

E o que parecia mais previsível nos últimos dias, se concluiu no início da madrugada desta quarta-feira. Por um breve anúncio do departamento de marketing santista, a diretoria anunciou o pedido de demissão de Jorge Sampaoli, que agora tem sua situação nas mãos do departamento jurídico e recursos humanos. A difícil relação entre o treinador santista e presidente do clube se extremaram na última reunião, onde Sampaoli demonstrava claramente sua preocupação para a montagem e manutenção do elenco para 2020, ao ponto da reunião que aconteceu na última segunda feira, ter momentos tensos em mais de três horas de reunião.

Durante a reunião, Sampaoli foi incisivo na cobrança por investimentos. Em 2019, o Santos investiu cerca de R$ 80 milhões em 14 reforços, e a pedida para 2020, era um investimento na casa dos R$ 100 milhões, o que foi julgado muito fora da atual realidade dos cofres santistas. Com a demissão, Sampaoli segue livre para fazer suas negociações. O Palmeiras é quem atualmente demonstra maior interesse no treinador. O Racing da Argentina e o Monterrey do México também monitoram a situação do treinador, mas os valores podem afastar ambos os clubes de um acerto.

Com a saída de Sampaoli, a diretoria já avalia as possibilidades de sucessão no comando santista. Nomes como o de Wanderley Luxemburgo, atualmente no Vasco e Sebastián Beccacece, que esteve no Independiente/ARG, são os preferidos. Outro nome cogitado é do auxiliar de Jorge Sampaoli, Jorge Desio, querido pelo elenco e funcionários do clube, já adequado à metodologia do clube e um salário bem menor, porém como Desio está junto de Sampaoli desde 1994, as dificuldades para se chegar a um acerto são grandes. A procura por um novo treinador não deve durar muito tempo, pois o planejamento para 2020 é prioridade absoluta no momento, e o Santos estreia na temporada, no dia 22 de janeiro, pelo Campeonato Paulista, contra o Bragantino.

Desde sua chegada em dezembro de 2018, Sampaoli disputou pelo Santos 65 jogos, com 35 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, com um aproveitamento de 61,5%. O treinador acabou colecionando alguns vexames, como a precoce eliminação na Copa Sulamericana para o Racing, do Uruguai e as goleadas sofridas no Campeonato Paulista contra o Ituano e Botafogo. Mesmo assim, pela forma que montou o elenco e fez o time se portar em campo, virou ídolo da torcida, pela busca constante da posse de bola e futebol ofensivo. Durante seu trabalho, a “grande volta por cima”, foi a do atacante Eduardo Sasha, que foi colocado à disposição da diretoria no início a temporada, e com muito treino e dedicação, terminou a temporada como artilheiro do Santos no Campeonato Brasileiro e titular absoluto. Dos muitos pedidos atendidos, a grande frustração, porém previsível, foi o pífio rendimento do meia Christian Cueva, que passou 2019 sem marcar um único gol e dar uma única assistência.