Menino da Vila concede entrevista ao Mercado do Futebol
Mikael Rodrigues, 20, apelidado de Dokinha pelos companheiros saiu de Fortaleza (CE) aos dez anos de idade e completa uma década de carreira pelo Santos
Defeito? R: Cobrar demais.
Qualidade? R: Pensar muito no próximo.
Prato preferido? R: Bisteca com arroz.
Um filme? R: Até o último homem.
Uma música? R: Eduardo e Monica.
Um hobbie? R: Free Fire.
Se não fosse jogador seria? R: Biólogo Marinho.
MF: Como surgiu a oportunidade de vir para o Santos?
R: Eu tinha 10 anos, nasci em Fortaleza e jogava na escolinha do meu bairro, Genibaú, bairro periférico e perigoso acabou surgindo a oportunidade de fazer um teste aqui no Santos. Vim para Santos dia 20 de agosto de 2010 e acabei ficando até hoje.
MF: A água da Vila Belmiro é diferente?
R: Nem preciso falar, os atletas que saíram da base do Santos já dizem, Neymar, Robinho e Rodrygo agora, tem outros pra vir ainda. Acho que a torcida do Santos não deve se desesperar quando um ou outro sai, está sempre surgindo mais meninos da Vila, posso falar bem porque convivi com o Rodrygo e outros craques como o Matheus Moraes que se Deus quiser quero estar nesse meio e subir para o profissional, ser um grande jogador e dar muitas alegrias a nação santista.
MF: Acredita que a base no Santos sempre salva? Como vê o trabalho do clube com as categorias de base?
R: A base é fundamental para qualquer clube, alguns clubes de menor expressão não tem tanta condição e procura a solução na base, assim também o Santos, sempre surge craques. Os clubes tem que olhar mais pra base e sou privilegiado por jogar em um clube que preza bastante para a base.
MF: Como é atuar em um clube de tamanha expressão? Orgulho que nem todos podem ter?
R: Eu não nasci santista, mas só quem convive e está no clube no dia a dia vendo todos aqueles ídolos que ganharam o mundial pelo Santos, a sensação é incrível, até hoje a ficha não caiu ainda porque é um clube muito grande e para falar a verdade não imaginava estar aqui, espero ficar mais dez anos ou até quando o Santos quiser.
MF: É muita pressão para ser o destaque sempre? Acredita que a lesão atrapalhou em uma possível subida ao profissional?
R: Por ser um time gigante, se não o maior do Brasil tem sempre que estar no mais alto nível e se você bobear vai cair, ser mandado embora enfim, tem que se manter lá em cima, sempre tentar melhorar que ainda não é seu principal. Minha lesão atrapalhou bastante, estava bem demais, estava em uma das minhas melhores fases e aconteceu a lesão que foi um pouco grave, tirou um ano que eu poderia ter tentado e poderia estar no profissional.
MF: Como foi a experiência de jogar Copinha?
R: Foi boa e ruim ao mesmo tempo, porque foi a primeira e infelizmente estávamos em um processo, acabamos trocando de treinador um pouco antes da nossa estreia e fomos eliminados na primeira fase, mas a sensação é muito boa de jogar um campeonato de expressão a nível nacional, é incrível, um dos melhores campeonatos que já joguei.
MF: Qual maior dificuldade que encontrou na sua carreira?
R: Acho que a maior dificuldade que os jogadores encontram é ter que ficar longe de quem gostamos e amamos, acho que temos que conviver com muita coisa, a distância da família, conviver com saudade e passar datas importantes longe, mas as lesões são as partes mais difíceis para qualquer atleta porque ninguém gosta de ficar parado ainda mais com lesão grave.
MF: Quais suas melhores qualidades em campo? O que ainda tem a melhorar?
R: Minhas qualidades são o cruzamento, drible, o um contra um na parte final do campo. Também defendo bem, uma das partes mais fundamentais para o lateral. Preciso escutar mais dentro e fora de campo, me cobro muito e quem está ao meu lado.
MF: Atuou ou atuaria em outras posições?
R: Já atuei na maioria das posições, exceto goleiro e zagueiro. Não tenho dificuldade, já acostumei, mas ainda prefiro a lateral por estar a bastante tempo.
MF: Explique o porquê de usar a camisa para dentro.
R: Quando eu era pequeno a blusa ficava muito grande, então tinha mania de pôr para dentro do shorts. Depois que cresci passei a usar normal, em 2018 minha mãe sempre dizia que todos nós éramos parecidos dentro de campo, às vezes por ter o mesmo corte de cabelo ou chuteiras iguais, então comecei a colocar a blusa para dentro para não parecer tanto com os outros jogadores.