PARCERIA SUSPEITA? Diretor que intermedia parceria do Santos é suspeito de integrar ‘esquema de pirâmide’
Há alguns dias, a notícia de parceria com a Bolton chegou com bons olhos e expectativa de crescimento ao Santos, principalmente na parte do seu estádio, com a reforma e ampliação da Vila Belmiro empolgou a todos. Porém, o Diretor da Bolton na América do Sul, o executivo italiano Stefano Cionini é acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais, por ser integrante de um esquema de pirâmide financeira no Brasil e esta informação pegou muita gente de surpresa. A parceria com a Bolton está prevista em torno de um investimento de mais de R$ 235 milhões, que devem ser direcionados à reforma e ampliação da Vila Belmiro, além da construção de um novo CT de Treinamento.
Cionini é sócio da Mister Colibri, empresa que é suspeita de aplicar vários golpes em Juiz de Fora/MG, onde várias pessoas afirmam ter sido vítimas do esquema de pirâmide financeira. Cionini e seu advogado, prontamente negam a acusação de fralde. Ele inclusive tem sido peça importante na intermediação das negociações entre o Santos e a Bolton, há vários meses e, segundo Roberto Diomedi, CEO da empresa, Stefano Cionini foi procurado por pessoas do Santos, para avaliar a possibilidade do investimento, enquanto no Santos, a versão afirmada, aparenta ser diferente, e afirma que a companhia havia sido apresentada ao Peixe, por um vereador da cidade de Santos. Cionini sempre está presente nas conversas e aparece em várias fotos durante a visita de membros da Bolton à Vila Belmiro no final de 2018 e também esteve com o presidente José Carlos Peres em Dubai, na sede da Bolton, quando o início da parceria começou a tomar mais forma.
Sobre a Pirâmide Financeira, Cionini tem seu nome vinculado à Mister Colibri, que prometia rendimento aos associados, para que eles vissem publicidades veiculadas na internet, sendo três vídeos de 30 segundos semanalmente, com a intensão de fidelizar esses clientes e com a proposta de pagar por isso. Os associados receberiam US$ 20 semanais, porém deveriam pagar uma anuidade a partir de US$ 229 e, no fim do ano já teriam um retorno próximo à 220%, segundo a empresa. O pagamento era feita em uma moeda virtual própria, a LP, com a promessa ainda, de que os associados no futuro, poderiam utilizar a mesma moeda para comprar em empresas parceiras, como Coca-Cola e Toyota, e as mesmas negaram qualquer contato com a Mister Colibri.
Ricardo Fortuna, advogado de Stefano Cionini, nega a participação de seu cliente em qualquer esquema. Ele ainda afirma que Cionini se tornou sócio da Mister Colibri, após os supostos fatos criminosos. “Tenho convicção de que ele será absolvido das imputações. Ele nem fazia parte da empresa na época. Ele veio para o Brasil como advogado, a partir daí, quando já havia o processo, ele se torna sócio”. Cionini ainda afirma sobre a versão: “Às vezes atuo como advogado internacional e assessoro empresas estrangeiras que querem abrir mercado no Brasil”. Cionini ainda menciona poder dirigir carreira de atletas de futebol, mas nega participar das negociações entre a Bolton e o Santos. “Eu estou no ambiente do futebol e, portanto, tendo o Santos a vontade de fazer coisas boas e novas, eu consegui fazer uma ligação entre o clube e a Bolton. Eu não estou negociando nada. Quem negocia são Roberto Diomedi e o Santos. Eu só juntei as duas partes.
Na Mister Colibri, Cionini entrou-se no quadro de associados da empresa em 2013, no lugar de Di Cillo na Empresa, com uma parcela minoritária, 1% do total das cotas, porém no contrato social, ele aparece como administrador da sociedade. Contra a Mister Colibri, diversas ações foram ajuizadas. Em uma das sentenças, de setembro de 2014, o 1º Juizado Especial Cível de Teresópolis, concluiu que “Trata-se, em verdade, de adesão à chamada pirâmide financeira, que os réus chamam de ‘marketing multinível’, nada mais do que uma nomenclatura moderna e rebuscada com propósito específico de camuflar a realidade do sistema ofertado e garantir o aporte de recursos por terceiros interessados em obter dinheiro fácil”. Nesta ação, a Colibri foi condenada, juntamente a Omnia, a pagar a quantia de R$ 3.425,00 + juros e correção. Em outra ação, a empresa foi condenada em 2014 a pagar R$ 9.200,00 para um ex-associado, e o curioso é que a justiça citou ao executivo, por edital publicado por edital em diário oficial, que ele “encontra-se em lugar incerto e não sabido”, em 2018.
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