Em uma entrevista exclusiva ao Mercado do Futebol, Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas de São Paulo, comenta sobre o caso Everson e o futuro do Santos na justiça
MF: Como você vê o processo? Everson está no seu direito ou teria que esperar começar os jogos e entender o lado financeiro do clube em meio a pandemia?
R: É lógico que o Everson está no seu direito. Isso é uma questão à parte, tanto o Everson quanto a qualquer outro jogador que tiver com seu salário atrasados. Isso é uma questão, agora achar que dá para esperar entender o lado financeiro do clube em meio a pandemia é muito relativo. Não costumamos julgar o bolso dos outros, cada um sabe do seu interesse, do seu bolso. Nós não acompanhamos o dia a dia da relação, de repente há um desgaste que não conhecemos, então não dá para julgar, vamos na questão mais objetiva e o atleta com atraso que foi veiculado pela imprensa, tem direito a buscar rescisão sim.
MF: Acredita que possa ocorrer mais casos assim envolvendo outros jogadores ou acontecer até em outros clubes?
R: Sim, desde o começo nós já havíamos falado que os clubes teriam que fazer o acordo, mesmo que medida provisória e depois a decisão do supremo afastasse a possibilidade do sindicato participar da intermediação, mas ela não afasta a necessidade e a obrigação de que isso seja feito de forma bilateral, seja feita através de um acordo. E o que nós tivemos notícia só o Palmeiras fez o acordo com os atletas anuindo a condição que o clube ofereceu, já os outros todos estão correndo risco sim de rescisões de contratos e depois mais para frente até que o atleta possa buscar o ressarcimento desses valores.
MF: O que cabe ao Santos realizar? A pandemia e o momento financeiro delicado pode complicar mais?
R: O Santos tinha que fazer um trabalho de negociação, de entendimento, um acordo que possa trazer a harmonia nesse momento, parece que não foi feito assim, o Santos fez de forma unilateral. O clube teria que voltar atrás e fazer esse acordo, mostrar as condições. Porque no acordo todo mundo ganha e todo mundo perde, o que percebemos é só o atleta está perdendo então fica difícil aceitar.
MF: O cenário muda caso ocorra a saída e o atleta passe a atuar pelo elenco do Atlético Mineiro?
R: Não muda, o atleta a partir do momento que sai, ele vai se inscrever onde as competições possibilitem, seja em qualquer clube do Brasil no exterior.
MF: Se provado, o clube que teoricamente aliciou o jogador a buscar tal atitude deveria ser punido?
R: Não tem essa questão de aliciamento aqui, apenas no regulamento de transferência da FIFA, mas só para transferências internacionais, então não tem punição aqui para uma proposta de um novo contrato, aqui não existe.
MF: Qual sua previsão do que pode ocorrer ao final do processo?
R: Duas, se o juiz considerar a lei e os atrasos de forma direta e objetiva, o atleta vai ficar livre e o Santos tem que pagar toda a rescisão, embora a condição financeira dos Santos já vem com uma precariedade antes da pandemia, se o juiz considerar que a pandemia que originou os atrasos, entretanto não haja previsão da lei, ele pode dar uma sentença que com contemporize a questão. Sendo assim, o atleta tem que fazer um acordo com o clube, mas eu não creio. Acho que o Santos a algum tempo tem mostrado que podia ter feito uma melhor gestão nessa condição e não fez, mas cabe ao juiz que pegar o processo.
Créditos foto de capa: Só Derbi/Campinas
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