Seleção Brasileira

Brasil 0x1 Argentina: Ideias Acima do Resultado

No amistoso, em Melbourne (Austrália), a Argentina derrotou o Brasil por 1-0, a primeira derrota de Tite em dez jogos. Estreia de Jorge Sampaoli como técnico contra um Brasil desfalcado, por opção, como um teste para outros nomes convocados.

O Brasil de Tite jogando no esquema predominante, 4-1-4-1, com sete mudanças em relação ao time que vinha sendo titular. Willian substituindo Neymar na ponta esquerda; Fernandinho no lugar de Casemiro como volante protegendo a dupla de zagueiros e importante nos momentos de transição da defesa ao ataque; Filipe Luís e Fagner nas laterais; Gil e Thiago Silva como zagueiros; Weverton no gol. Um time que variou muito nos momentos da partida, mas nunca perdendo suas principais características: pressionar, fechar os espaços e ser rápido nas transições.

A Argentina de Sampaoli, em tão pouco tempo, mostrou um comportamento totalmente diferente de como jogava com Bauza. Notável nos primeiros minutos. Um 3-4-3, espelhado em ideias, mas em desenho tático diferente da Seleção Brasileira: pressão, anulação de espaços, saída de bola rápida e definição. Três zagueiros; Di Maria como um ala, mais ofensivo do que Gomez sendo um lateral de origem; Banega e Biglia no meio marcando e fazendo a saída de bola, principalmente Banega; Dybala e Messi próximos de Higuaín.

O primeiro tempo foi de intensidade, desde o início, com ambas as equipes atacando e pressionando. Ação e reação. Já no início, Philippe Coutinho havia sido bloqueado pela defesa argentina e logo em seguida, contra-atacou com bola em profundidade para Di Maria acertar a trave do gol de Weverton. Era como ver dois times exatamente espelhados se enfrentando, com as mesmas propostas de jogo. O gol da Argentina surge -no final da primeira etapa- em uma cobrança de escanteio curto e ensaiado entre Di maria, Banega e Messi. Termina em lançamento pra Otamendi cabecear na trave e Mercado sozinho no rebote, arrematar.
O segundo tempo foi mais do Brasil, dominando o meio, chegadas em contra-ataques pelas pontas. Quase conseguiu o empate com Gabriel Jesus passando por Romero, finalizar na trave sem goleiro e no rebote, Willian acertá-la novamente. Sampaoli substituiu mais peças defensivas e de meio campistas para povoar a faixa central do campo para fechar todos os espaços e dificultar a saída do Brasil. Bem feito e assim foi até o final do jogo.

  1. Apesar das substituições feitas no time titular, o Brasil não demonstrou insegurança. Jogou de igual para igual com o melhor da Argentina.
  2. Sampaoli chegou com atraso, assim como Tite, mas ainda com tempo de levar a Argentina rumo ao Mundial. Mudou a maneira de jogar e tirou a “dependência Messi”, embora precisasse para desequilibrar numa partida.
  3. Messi mais uma vez anulado pela Seleção Brasileira. Renato Augusto-Fernandinho-Paulinho cortando todas as tentativas da bola chegar nos pés do argentino. Mesmo indo pro campo de defesa buscar jogo, não teve sucesso individualmente.
  4. A importância de Gabriel Jesus da possibilidade de sair jogando até finalizar. Fazendo bem o pivô pra velocidade dos pontas, presença de área e ajudando no momento defensivo.
  5. Num amistoso, o resultado em si pouco importa. Trabalho, conceitos e aplicação no campo é o principal. Ou pelo menos deveria ser.

 

 

Patrick Manhães

20 anos, carioca. Estudante de jornalismo (UCB). Seguidor da filosofia futebolística tática. Torcedor do Manchester United. Amante do futebol bem jogado. Alérgico ao clubismo.

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