Felipão fala sobre os problemas da Seleção em 2014 e do 7 a 1
Convidado do programa Grande Círculo, o técnico Luiz Felipe Scolari falou sobre sua última passagem pela Seleção Brasileira, revelando problema de ambiente entre os atletas, o que foi bem diferente da conquista de 2002. O técnico também criticou muito o comportamento do time na vexatória goleada por 7 a 1 nas semifinais, para a Alemanha, no Mineirão.
“Eu acho que nós colocamos responsabilidade a partir do momento em que ganhamos a Copa das Confederações. Nós todos achávamos que aquele caminho estava sendo bem trilhado, tínhamos todas as condições que independentemente de uma ou outra coisa, estaríamos disputando o título de qualquer forma. Para chegar à semifinal foi difícil, empatamos um jogos que tivemos que ganhar nos pênaltis. Mas a gente chegou à semifinal, que se traduziu de uma forma que nem posso imaginar… Nem imagino até hoje como a gente perdeu daquela forma. não tem cabimento nenhum, nem daqui 100 anos vamos ter um momento errado como nós nos portamos no jogo”.
Traçando um paralelo entre 2002 e 2014, Felipão falou sobre o tipo de pensamento e ideia dos dois grupos. “Em 2002, tínhamos um tipo de pensamento. Para 2014, tínhamos outras ideias e outros jogadores, embora tivéssemos bons jogadores. Tínhamos uma certa influência de situações que não conseguimos acabar na Seleção. Não foi por isso também. Tivemos erros medíocres no jogo da Alemanha e perdemos a semifinal. Poderíamos ter perdido de 1 a 0 e aí estaríamos quem sabe dizendo que foi tudo bem, porque não teve a felicidade de uma ou duas jogadas. Aquele jogo foi terrível, jogamos muito mal.”
Felipão também falou na dificuldade de ‘formar’ a nova Família Scolari, como em 2002, em resposta à pergunta do apresentador Milton Leite. “Não consegui. A culpa é dividida entre todos nós, mas eu era o responsável e não consegui. Dentro dos resultados, nós vínhamos conseguindo passar nos pênaltis. Chegamos a uma semifinal. O jogo que nos marca como derrotados é o jogo da semifinal. Não tivemos derrota nenhuma até o jogo da Alemanha. A gente ia manobrando, mas não tínhamos o mesmo ambiente de 2002, isso era público e notório.”
Scolari também falou, ainda que com poucos detalhes, um momento de divisão entre os jogadores durante a Copa do Mundo do Brasil. “Em 2014, não tivemos esse entrosamento. Mesmo em 2014, quando teve uma situação crítica que fomos montar uma carta, um comunicado para a imprensa, houve discordâncias muito grandes entre jogadores do grupo. Não conseguimos aquela unidade de pensamento muitas vezes porque jogando aqui no Brasil tínhamos conhecimento e ouvíamos pessoas que não precisávamos ouvir. Lá fora não foi assim.”
Felipão também detalhou um dos “erros medíocres”, no jogo contra Alemanha, e assumiu falha tática na formação do time para o jogo. “Saímos com a bola, jogamos para o lado, voltou no pé de um jogador nosso, ninguém falou nada, roubaram a bola do nosso jogador que imaginávamos estaria de frente, sabia o que estava acontecendo. Roubaram a bola e fizeram o gol. Em dois minutos fizeram dois gols. Não tinha explicação para isso. Depois imaginamos uma equipe que estivesse mais ou menos espelhada na Alemanha e não aconteceu. Tivemos erros em bola parada que marcávamos individual por uma série de detalhes que tínhamos visto nos jogos da Alemanha, e também erramos. Foram erros nossos que permitiram que a Alemanha crescesse e dominasse o jogo.“