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Tite fala de aprendizado após vitória da Seleção e rasga críticas ao gramado: “Muito ruim pra se jogar futebol”

Após a virada por 2 a 1 do Brasil sobre a Colômbia na noite de ontem pela quarta rodada da Copa América, Tite, apesar da vitória de forma dramática, rasgou críticas ao campo do estádio Nilton Santos. Ainda na última semana depois do 4 a 0 contra o Peru o treinador já havia reprovado o estado do gramado, porém nesta quarta-feira não poupou as reclamações.

Temos que entender o jogo dentro de um contexto. Um campo que não vou chamar de horrível, mas muito ruim pra se jogar futebol, prejudica todo o espetáculo. Quem quer criar não consegue. Foi muito rápido o tempo de fazer isso e não dá. É inadmissível atletas de duas equipes de alto nível, que jogam na Europa com tamanha qualidade de gramado e espetáculo melhor, maior, virem jogar num campo nessas condições”, disse na entrevista pós-jogo.

Também acrescentou: “A bola fica picotada, nervosa. A fluência das jogadas fica toda prejudicada. Em vez de dar um tempo, você dá dois, três na jogada. Se pegar todos os atletas do Brasil e pedirem para eles fazerem um comentário sobre isso, eles vão falar quase que a mesma coisa que estou falando. Se a gente quer um grande espetáculo, temos que dar as condições. Ficou muito prejudicado. É um dos aspectos que quero deixar bem marcado.”

Foto: Carl de Souza/AFP via Getty Images

Com a vitória sobre a Colômbia, Tite chegou a décima seguida e possui a melhor sequência sob o comando da Seleção Brasileira. Além de já ter garantido a classificação para as quartas de final mesmo sem atuar no fim de semana, também conseguiu a liderança do grupo B.

No jogo que o físico e a competitividade da seleção colombiana se mostrou forte, para Tite a vitória faz a equipe ganhar “casca” visando a continuidade do trabalho. “Em termos de mentalidade, sim. Te confesso que esse jogo não é a característica que a tradição de Brasil x Colômbia teve. Todos os outros confrontos teve mais jogo. Vai criando (casca) porque você joga pressionado. Daqui a pouco o jogo é picotado, você quer botar ritmo e não consegue. Corremos um sério risco de ficarmos nervosos”, comentou.

Ao ser questionado sobre o aprendizado deixado no jogo, o técnico respondeu: “Você abordou um enfoque que, quando a equipe sai atrás no início do jogo, ela tem que construir, criar essas jogadas, organizar, acelerar, encontrar finalizações. E se propor com uma equipe que tem qualidade do outro lado e (estava) picotando o jogo, não dando uma sequência ao jogo normal traduzido da forma que o rival se propôs, sim. Ela (Colômbia) não queria jogo a partir de um momento, queria não estabelecer o ritmo.

Concluiu ressaltando o fator mental como determinante em sua 43° vitória em 57 jogos como treinador da Amarelinha: “Também teve esse componente de concentração alta para você ficar o tempo todo, o que é muito difícil. Entradas qualificaram a equipe de novo. Isso é mérito principalmente do atleta, porque bom domínio, passe, entrar no ritmo do jogo é muito difícil. Quem entrou teve essa capacidade. Seria muito fácil vir aqui e dizer que o atleta entrou frio, demorou um pouco. Os atletas não têm entrado frios. Esse “plus” que as substituições vão dando junto a um nível de concentração muito alto, em cima de um jogo que tem outras características… Foi extremamente importante a vitória.”

O Brasil descansa e já visa a preparação para o jogo da Copa América contra o Equador no próximo domingo (27). A partida que acontece às 18h será no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, em Goiânia.