Na dúvida, trabalhe
“Ser corintiano é mergulhar
No oceano da ilusão que afoga
Não importa o plano do destino
Cada jogo é o coração que joga”
Que maravilhoso é começar um texto citando Gilberto Gil. Como é fácil ser torcedor. Como é fácil dizer “nunca critiquei” no final de tudo. Como é fácil sentar em uma mesa redonda, na hora do almoço, e dizer que fulano errou nisso e naquilo para formar uma opinião na cabeça do torcedor.
O Tite, a comissão técnica, o departamento médico e a diretoria tinham todas as desculpas do mundo para fazer um ano ruim, sem almejar nada, mas decidiram exercer sua funções. O time fez pré -temporada fora do Brasil, tirou foto com o Mickey, teve um início avassalador na Libertadores, caiu do próprio salto alto ao escolher campeonato por 3 vezes. Isso tudo em Itaquera. Moleza?
Enquanto Levir Culpi, ou melhor, Levir “culpa”, tentava achar o culpado para a competência de Tite, Adenor se preocupava em se importar com cada adversário, construir a trilha com pedra por pedra. Quando não deu na técnica, foi na raça. Foi Corinthians. Sócrates dizia que nunca viu o Corinthians se entregar. Isso não é uma verdade tão absoluta assim. O corinthiano presenciou passar por 3 quedas por “escolher campeonato” este ano. Mas nesse brasileiro a entrega foi incontestável.
Sabe quando um pai passa confiança para o filho? Foi isso que o Tite passou para os jogadores.Um elenco onde todos são protagonistas. Não tem melhor e nem pior. Não para ele. E nem para o ex-presidente Andres que deu uma declaração no mínimo interessante: “Aqui não existe reserva e titular. Uns jogam mais e outros jogam menos. É isso que vocês da imprensa têm que entender. Isso é planejamento” – completou o “cacique”. Isso resume muito bem o time na temporada. Algumas peças ficaram pelo caminho. Peças muito importantes. No final, elas foram mais importantes para o elenco se reinventar e explorar o seu melhor do que para outra coisa.