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O atacante argentino Frontini, do Treze-PB concede entrevista ao site MF

Carlos Esteban Frontini nascido no dia 19 de agosto de 1981 na cidade de Buenos Aires (Argentina). Fostes revelado pelo Mogi Mirim e tens passagens por Santos e Vila Nova. Atualmente está no Treze da Paraíba. Conhecido e reconhecido pelo faro de gol e pela garra apresentada em campo

 

1- Mesmo sendo argentino de nascença, tens a sua carreira basicamente formada no Brasil, por quais motivos escolheu o nosso país como morada? No início de carreira passou por Mogi Mirim, Vitória, União Barbarense, Marília e Ponte Preta. Quais as diferenças entre o futebol no interior paulista e no resto do Brasil? Como descreves as suas passagens por estas equipes?

R: Prazer falar com você, meu pai é brasileiro e a minha argentina. Eu com cinco anos vim para cá, então fui criado no Brasil, assim meu início foi no Mogi Mirim, pois o centro paulista é muito forte (morava em Catanduva) e cheguei a passar pela base do Nacional de Rolândia-PR e Botafogo. Depois disso fui para o Vitória e para o futebol ucraniano, mas tudo foi acontecer no União Barbarense-SP, onde fui campeão da Série C e artilheiro. Acertei com o Marília e após a Ponte Preta (para disputar minha primeira Série A), acredito que os clubes do interior paulista estão mais organizados, com estrutura sólida, planejamento com curto, médio e longo prazo (eles não trocam tanto de técnico) e tem a verba da federação que ajuda muito, então essa é a grande diferença para os outros estaduais.

 

2- Atuou no Santos, América-RN, Figueirense, Mirassol, Goiás, Botafogo-SP, CRB, Red Bull Bragantino, Remo, Duque de Caxias e Boavista-RJ. O que poderias falar de positivo sobre algumas destas equipes? Como foi a sensação de atuar em um clube em que também atuou Pelé (o melhor de todos)? Quais são as melhores estruturas? Quais as torcidas são mais vibrantes?

R: Tive a oportunidade de atuar no clube de maior expressão (Santos), a realização de um sonho, eternamente grato por jogar em um grande clube de São Paulo. Mas infelizmente foi um dos poucos times que acabei me machucando, assim que eu cheguei, por isso não tive uma maior sequência (uma pena não ter conseguido ter feito mais gols, mas fui privilegiado de jogar naquela equipe e a experiência foi sensacional). Depois de um ano e meio na Coreia do Sul, passei por América de Natal e Figueirense (por causa da Série A), após isso rodei Mirassol, Goiás, Red Bull, Botafogo-SP, tendo uma passagem excelente no Boavista-RJ (na época a carreira estava em declínio) e recebi o convite para o Campeonato Carioca e acabei sendo o artilheiro, conseguindo assim alguns contratos legais e decolando novamente.

R: Eu gostei muito da torcida do Santos, mas de forma geral dos que joguei é a Vila Nova (pois achei mais presente), apesar que na Ponte Preta, eles serem muito participativo. Acredito que o Vila Nova foi o que mais me tocou, depois disso passei por Ipatinga, Brasiliense e Volta Redonda, vários clubes. Tive três anos pelo Vila Nova e acredito que as minhas características vão de acordo com o clube e que a torcida pede (briga e dedicação em campo).

 
Foto: Vila Nova FC.
 

3- Seguindo passou por Ipatinga, Brasiliense, Volta Redonda, Vila Nova, Botafogo-PB, CRAC-GO, Sergipe, XV de Piracicaba, Confiança, Ypiranga-RS, Cianorte e Jaraguá.  Esteve em três anos com a camisa do colorado goiano, podes dizer que é o clube com maior identificação, também perante a torcida? Como viu o acesso do Confiança para segundona e o descenso do Vila para terceirona?

R: Sobre o acesso do Confiança, eu não acreditava muito, pois eles não se estruturaram para isso, mas a Série C permite que isso aconteça. Não deixa de ser um grande clube com torcida bem presente, mas para esse processo acontecer (como CRB e CSA), eles tem que preparar. Aconteceu, pois tinha que alguém subir e assim méritos deles. Sobre o descenso do Vila Nova, não souberam dimensionar a grandeza do clube, fizeram loucuras e até recebi convite para ser diretor de futebol (Vila Nova) e estou me preparando para no futuro próximo virar diretor. Agora a minha cabeça está no campo e espero que o clube consiga se organizar, mas que o Treze se organize melhor que ele (pois estamos na mesma chave), se tiver que ter um campeão que seja a gente.

 

4- Atualmente no seu vigésimo nono clube brasileiro, o Treze. Quais são as suas expectativas para o decorrer do ano de 2020 (tanto para o clube, como pessoalmente)? Com 38 anos, planejas aposentadoria ou ainda pretendes jogar por mais algumas temporadas? Para você ainda falta algo a realizar?

R: Agora que veio a oportunidade de acertar com o Treze, fico muito feliz e contente, apesar de algumas negociações não andarem por causa da idade, o que eu acho de uma ignorância do pessoal que generaliza (pensam que jogadores de 35 anos para cima não tem intensidade pelo contrário). Eu acho que atleta de 35, 38 muito bem, como também garoto de 22, 25 indo bem ou não, quando você atua bastante não comenta isso, caso tenha um momento ruim de não estar fazendo gol, eles te param, mas não vão buscar a informação do dia-a-dia (sobre os treinos).

R: Assim você escolhe aceitar isso tudo e para ou não liga para o que as pessoas falam, pois sei do que sou capaz (do tanto que me preparei para o momento), entendo que peguei picos diferentes, no meu início a experiência era muito valorizada pelo profissional e assim me preparei para chegar bem, porém agora a juventude que é valorizada (foi ao contrário), aceita ou vai fazer outra coisa, eu resolvi aceitar e não penso em aposentadoria, a minha cabeça está totalmente voltada para fazer um bom Campeonato Paraibano, conseguir o título e o acesso a Série B (e iremos conseguir nossos objetivos), cada ano de uma vez com muito sucesso.

 
Foto: Confiança-SE.