Entrevista com o meia Renatinho do Qadsia SC e xodó da torcida do Santa Cruz

Nasceu no dia 14 de Setembro de 1991, natural de Serra Talhada, Sertão de Pernambuco. Cria da base do Santa Cruz, no ano de 2011 Renato Gonçalves de Lima, carinhosamente chamado de Renatinho, ganhou sua primeira chance na equipe profissional do tricolor. Foi dali que começou a brilhar a estrela do garoto de 1,57m de altura. E não foi difícil conquistar a massa Coral. Durante os anos de 2011 e 2017, ano em que saiu do clube, Renatinho conquistou oito títulos e quatro acessos com o Santa Cruz, se tornando um dos jogadores mais vitoriosos a vestir a camisa da Cobra Coral.

 

Torcedor do Santa Cruz declarado, o entrevistado do Mercado do Futebol desta vez é: Renatinho, O “xodó” da torcida do Santa Cruz.

 

Como foi a chegada em Recife para tentar uma carreira profissional? Como essa vontade de ser jogador começou?

– Minha chegada ao Recife foi um pouco engraçada. Meu pai sem condições de bancar a viagem e dai tivemos que pegar carona com o amigo dele que era caminhoneiro. Chegamos no Recife por volta de 3 a 4 horas da madrugada. Foi dai que começou a minha jornada, o meu sonho. Desde criança só pensava em jogar futebol, não queria muito estudar, não queria saber de outra coisa a não ser jogar futebol. Então, acho que isso já vem de berço. É um dom de Deus. E isso (a vontade de ser jogador) foi crescendo cada vez mais, da infância a adolescência e virou uma realidade.

Imagem relacionada
Renatinho comemorando um de seus gols com a camisa do Santa Cruz (Foto: Clemilson Campos/JC Imagem)

 

Quando vestiu a camisa do Santa Cruz pela primeira vez em partidas oficiais, balançou as redes na vitória, por 3 x 0, sobre o Vitória, no estádio Carneirão, pelo Campeonato Pernambucano. Qual foi a sensação de ver seu sonho começar a virar realidade?

– Durante a semana nos treinamentos em Chã Grande já fui gerando uma expectativa, pois sabia que muitos jogadores não poderiam jogar. Por isso quatro a cinco jogadores da base estavam no banco de reservas e, um deles era eu. Quando deu mais ou menos 15 minutos do primeiro tempo Landu se machucou e eu pude ser a escolha de Zé (Teodoro). Já estava na expectativa muito grande por ser minha estreia, por ser meu primeiro jogo. Durante o jogo fiquei bem a vontade, os jogadores me deixaram bem a vontade para que eu pudesse desempenhar o meu melhor. Com isso, no segundo tempo eu fui feliz e fiz meu primeiro gol como profissional, logo na estreia. Foi uma sensação incrível, pois eu nunca tinha jogado com estádio cheio. Por ser minha estreia no profissional, cheguei a me emocionar. Passou um filme na minha cabeça. Foi uma sensação inexplicável e que eu guardo comigo até hoje.

Resultado de imagem para sport 0x2 santa cruz 2013
Renatinho comemorando um dos seus títulos contra o Sport, na Ilha do Retiro pelo Campeonato Pernambucano 2013. (Foto: Santa Cruz)

 

Sendo o xodó da torcida do Santa Cruz, quais os melhores momentos, para você, vestindo a camisa do Santa Cruz? E como se sente em ter entrado para a história do clube?

– Esse apelido de xodó eu ganhei já no meu primeiro jogo. Me adotaram como “xodózinho”, “meu pirraia”. Isso pra mim foi um ponto fundamental, porque eu agradei a eles, correspondi as expectativas que eles tinham de mim. Fiquei muito feliz. E também muito feliz por ter conquistado um título tão jovem (19 anos), e um título tão importante para história do Santa Cruz. Era um título que quebrava a sequência do Sport e evitaria o Hexa do rival, então isso foi um momento marcante na minha vida. Foi um ano inesquecível. Ninguém acreditava em nós e mostramos o nosso valor, mostramos a verdadeira identidade do Santa Cruz. Foi o ano do “Time de Guerreiros”, onde veio a ressurreição do clube.