Martelotte dispara contra diretoria do Santa: “faltou administração”

Gustavo Silva

Demitido na tarde da última quarta-feira (15), o ex-técnico do Santa Cruz, Marcelo Martelotte deu entrevista coletiva em um hotel no bairro do Pina, no Recife, nesta quinta-feira. O treinador deu detalhes do ambiente do clube e o que rolou dentro e fora de campo antes da sua saída. Martelotte ainda disse que a diretoria do clube agiu de forma desrespeitosa e pouco profissional no seu desligamento.

“Fiquei sabendo através do Joca, que é meu empresário. Ele recebeu uma ligação que era para avisar sobre a minha demissão. Meu contato com a diretoria do Santa Cruz para saber sobre a minha saída foi através de uma terceira pessoa. Só recebi uma mensagem do presidente, marcando uma reunião para que a gente conversasse sobre as situações que precisam ser resolvidas, ainda”, disse.

Sobre as críticas da diretoria ao atacante Ricardo Bueno, Martelotte deixou claro que não tem nenhum jogador com salários em dia, ainda afirmou que ‘não tem como defender a diretoria’.
“Não tem nenhum jogador em dia. É muito triste você achar que, pelo fato de o Ricardo ter uma dívida menor, ele não pode se pronunciar em nome do grupo. É uma posição de liderança. O problema existe, coletivamente, dentro do Santa Cruz. Talvez não exista ninguém, dentro do clube, do futebol, com salário em dia. Você pode argumentar que ele está só um mês atrasado, mas está”

Martelotte chegou ao Santa Cruz em Agosto com a missão de evitar o rebaixamento, mas não teve sucesso. O técnico só obteve uma vitória à frente do time, justamente na 24ª rodada, contra a equipe do Goiás no Arruda.

ELENCO

– Eu cheguei com informações de alguns jogadores (sobre indisciplina). Mas conversei com todos os atletas que eu tinha alguma informação à respeito. Posso dizer que não tive mais nenhum problema com nenhum atleta nestes meses. Não posso falar nada desse grupo de jogadores. Nesse clima que trabalhamos, só tenho elogios. As dificuldades fortaleceram ainda mais a nossa relação. Foi um grupo que tive um prazer muito grande de trabalhar.

POSSIBILIDADE DE GREVE

– Não acho que foi por causa dessa última reunião que os jogadores decidiram entrar em campo. Foi muito mais pelo caráter deles, pelo que fizeram até agora. Mas não sei até quando vai a paciência deles com relação a diretoria. Nada mudou de terça para agora. Não sei de mudará da sexta para o sábado. Não acho que essa minha demissão ajude nesse sentido. Também não acho que eles tomem posição simplesmente pela minha saída. Mas, diante desse quadro todo, acredito que existe a possibilidade de greve. Torço para que não aconteça, para que se solucione os problemas.

“Não sei que mal eu fazia para o Santa Cruz que eu não podia passar mais seis dias ali dentro. Talvez por muitas vezes eu falar o que tem que ser dito, sobre coisas que acontecem lá dentro. E isso incomoda muita gente”, encerrou.