Tricolor avassalador!

Em datas festivas sempre queremos comemorar os acontecimentos ao lado daqueles que nós gostamos. No entanto, vivemos em sociedade e via de regra fazemos convites por educação ou por obrigação mesmo.

O Botafogo, que conquistou o acesso na última terça-feira, marcou sua festa, chamou seu torcedor e teve que convidar o Santa obrigatoriamente. Mas o que os quase 20 mil alvinegros presentes não esperavam era um convidado tão inconveniente, daqueles que você convida, entra na sua casa, abre a geladeira e toma sua cerveja todinha. E ainda agradece o convite e diz que no próximo ano volta.

O Tricolor do Arruda foi dono do jogo do primeiro ao último minuto porque entrou para vencer, determinado a permanecer no G4 e sem temor algum aos donos da casa. Na próxima vez que o Botafogo resolver fazer uma festa, com certeza não vai querer que o convidado seja o Santa Cruz.

 

O JOGO:

 

Mais uma vez prezando pela ofensividade, Martelotte surpreendeu e voltou a mudar a escalação do tricolor. Todos esperavam o retorno da formação que tinha dado muito certo na  Fonte Nova, com dois volantes e dois meias.

Em princípio poderia se pensar que a ousadia do treinador custaria muito caro ao Santa, visto que enfrentaria a equipe mais bem classificada da série B que jogava em casa e com o apoio da sua torcida. Mas o que se viu foi exatamente o contrário. O Botafogo se surpreendeu com a postura da equipe coral e foi dominado do ínicio ao fim.

Logo nos primeiros minutos, o velocista Luisinho por pouco não marcou um gol de placa, após dar um chapéu no zagueiro alvinegro e mandar uma bomba para fora. Já o Botafogo só conseguiu fazer sua primeira jogada perigosa aos 31 minutos, quando William Arão chutou e Tiago Cardoso interceptou. A bola sobrou na pequena área para Diego Jardel que, livre, mandou para o gol. A bola só não balançou as redes por causa da intervenção de Danny Morais que conseguiu desviá-la e mandar para fora.

Após voltar do intervalo, o Santa Cruz repetiu a postura do primeiro tempo e chegou a balançar as redes aos cinco minutos. Em um preciso contra-ataque a bola chegou em Grafite na área, que conseguiu tocar para trás para Lelê abrir o marcador.

A Cobra Coral não ficou se defendendo para tentar segurar o marcador e por isso foi premiada aos 22 minutos, quando Luisinho foi lançado por Daniel Costa e tocou para Grafite, que livre ampliou o placar.

A impaciente torcida do Botafogo vaiava o time Alvinegro, que não conseguia sequer ameaçar abrir o placar. Bruno Moraes deu números finais à partida, quando Allan Vieira cruzou na área e o atacante desviou para o barbante.

Avassalador, o Time de Guerreiros encheu de felicidade a torcida coral presente no Engenhão.

Como diz o cantor popular João do Morro: “O Santinha está chegando”.

 

Como foi a atuação individual dos jogadores?

 

Tiago Cardoso: seguro como sempre. Quando foi exigido correspondeu;

Vitor: cresceu com o time e a sua experiência passa tranquilidade aos mais novos;

Danny Morais: antes contestado e até vaiado por parte da torcida, o zagueiro vem melhorando a cada partida. Fez uma partida segura e não deu brecha para os atacantes alvinegros;

Alemão: é um dos pilares do time. Parece estar mais tranquilo durante o jogo e não tem tomado cartão desnecessário.

Allan Vieira: mais uma boa partida do “Bolt” coral. Fez boas jogadas de apoio e ajudou na marcação;

Wellington Cézar: regular como sempre, o pitbull coral tomou conta do meio-campo e deu bons passes para transição defesa-ataque;

João Paulo: marcou e saiu para o jogo. Joga sério e com muita determinação.

Daniel Costa: acredito que tenha sido escalado pela partida que fez contra o Oeste. Apareceu pouco para o jogo, mas fez bons passes e ajudou o Santa a conquistar a vitória.

Lelê: fez o gol e cumpriu seu papel tático. Tomou um amarelo desnecessário e ficou de fora do próximo jogo.

Luisinho: por muito pouco não fez um gol de placa aos cinco minutos de jogo. Fez a função de ponta, conseguiu prender o lateral do Botafogo e abriu espaço no ataque.

Grafite: mais uma vez mostrou que é jogador de decisão. Visivelmente jogando no sacrifício, o ídolo coral fez boas jogadas de pivô e marcou o segundo gol.

Vinícius Reche: ainda não conseguiu convencer o torcedor que merece ao menos ser suplente. Temos outras boas opções no banco para fazer a função.

Bileu: entrou no lugar de Lelê e conseguiu dar mais equilíbrio ao meio-campo coral.

Bruno Moraes: O General conseguiu mais uma vez deixar a bola no barbante e mostrar que pode substituir Grafite a altura.

Marcelo Martelotte: Foi premiado pela ousadia e saiu do Engenhão com um resultado expressivo. Mostrou mais uma vez que só passará a comemorar após o Santa Cruz garantir o acesso matematicamente.