Adrián Ricardo Centurión.
A saga do atacante argentino no São Paulo deve estar chegando ao fim. Centurión foi indicação do então técnico tricolor Muricy Ramalho que brigava com a diretoria por um jogador de velocidade e de beira de campo. Sendo uma alternativa a Dudu, que tinha fechado com o Palmeiras, o argentino foi contratado por € 4,2 milhões de euros (cerca de R$ 12,7 milhões na cotação da época). Dinheiro esse, investido pelo empresário Vinicius Pinotti, que fez o pagamento integral da transferência e não ficou com nenhuma porcentagem do atleta.
O jogador chegou com pompa de herói argentino. Cerca de quarenta dias antes de ser apresentado no tricolor, Centurión marcou o gol do título do Campeonato Argentino pelo Racing, tirando o time de Avellaneda de uma fila de 13 anos sem títulos. Um atacante que chamava atenção por sua velocidade e seus dribles, Centurión chegava em um tricolor recheado de estrelas.

Centurión no Racing – Foto: Divulgação
Contando com Luis Fabiano, Alexandre Pato, Jonathan Cafu e Alan Kardec, o argentino iria enfrentar uma forte concorrência para jogar no tricolor. Começando no banco, sua adaptação foi difícil e pouco conseguia mostrar seu futebol. Com a saída de Muricy e a chegada de Osório, recebeu mais chances e começou a mostrar por que custou tanto dinheiro. Com jogadas de efeito e dribles rápidos, ajudou o São Paulo a figurar em cima da tabela do brasileirão, único momento de destaque do argentino em 2015.
Porém, a torcida tricolor sempre pegou no pé de Ricardo. Por mais que se esforçasse, errava lances bobos e sempre perdia bolas fáceis no ataque. Sua recomposição defensiva não era seu forte e fazia muitas faltas. Essas situações e os poucos gols marcados, credenciavam Centurión a ser um jogador fadado a ter altos e baixos, uma montanha russa viva dentro do São Paulo.
Muda o ano, chega Edgardo Bauza no tricolor e Centurión se anima, dizendo que “2016 será meu ano” em entrevista. Patón sempre disse ser fã do estilo de jogo do argentino, pois se enfrentaram muitas vezes quando o treinador estava no San Lorenzo. Sendo titular absoluto desde o começo da temporada, o futebol de Centurión teve lampejos de que poderia ser de um grande jogador, mas não passou disso. Sofrendo com seus erros, o argentino não só conseguiu extinguir a paciência da torcida, como a de Patón, que o deixou no banco de reservas.

Centurión comemora gol contra o Toluca – Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Um momento de extremo brilho do argentino foi na goleada contra o Toluca-MEX pela Libertadores no Morumbi. Autor de 2 gols, sendo o primeiro um chute primoroso, Centurión enfim foi aplaudido pela torcida tricolor e seu momento apareceu. Porém, a gangorra entrou em cena novamente e Centurión não só voltou ás antigas como praticamente encerrou seu ciclo no São Paulo no jogo da volta contra contra o Toluca, onde foi expulso após disparar uma cusparada contra o adversário.
Após a participação tricolor na Libertadores, Bauza pediu reforços e chegaram mais 2 argentinos. Pretendendo ter mais um atacante, São Paulo negocia com Barrios e Lucas Pratto e para concretizar a chegada de um deles, precisa abrir vaga para estrangeiros no elenco. Com a proposta formalizada do Boca Juniors, Patón liberou o jogador e Centurión negocia com o clube Xeneize.
Ricardo Centurión atuou em 79 partidas pelo São Paulo e fez apenas 8 gols. Em 2016, 33 jogos e apenas 2 gols, até o momento. Com a negociação em andamento, pode ser que o jogador não seja relacionado pelo argentino Edgardo Bauza para a partida contra a Chapecoense no domingo.
E então torcedor. O argentino fará falta? Comente!