Dez anos sem o Mestre, dez anos de saudade

21 de abril de 2006, há dez anos atrás, o mestre partiu deixando uma grande lacuna, feitos e conquistas, mas que sempre ficará gravado na história do futebol, do São Paulo FC e do torcedor são paulino, até mesmo daqueles que não o viram, como eu. O futebol brasileiro perdeu uma maestria e um  defensor do futebol arte que obstinava de fazer o  futebol, o esporte mais bonito, a marca do nosso futebol e um dos nossos maiores mestres, senão o maior – Telê Santana. E a nossa equipe do MF não poderia deixar de homenageá-lo nesses dez anos de saudade.

” É impossível atingir a perfeição, mas é possível aproximar-se dela”. Disciplina, Honestidade, Trabalho e Justiça,  faziam  parte no cotidiano do Mestre. E ah, como o faz falta nos dias atuais.

Como jogador foi o destaque do Fluminense  pela qual deu-se o apelido de “Fio de Esperança o “Fio”, devido ao seu estilo físico,  magro  e “Esperança” pela suas habilidades   que tinha o poder de decidir várias partidas. Como treinador, teve passagens por Fluminense ( desde as categorias da base à categoria profissional),  Atlético Mineiro, Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Seleção Brasileira, Al-Ahli, Flamengo e São Paulo.

Duas  derrotas nas Copas de 1982 e 1986 renderam a Telê Santana a fama de “pé-frio”.

Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo, Éder  dentre outros , seleção dos sonhos de 1982, perdeu é verdade, encantou o mundo com seu futebol arte, até tropeçar contra a Itália de Rossi, mas  como não o vivenciei, compartilho uma frase que meu tio disse, há uns anos atrás: “A Copa de 82 eu chorei, lamento até hoje, sentimento de injustiça, foi a melhor seleção que eu vi jogar”.

E a cena se repetira em 86, quando Zico perdeu o pênalti contra  França pelas quartas-de-final, no México…

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Quando Telê chegou ao São Paulo, o tricolor encontrava-se numa fase pífia no Campeonato Paulista e com Raí no banco de reserva. Apostou no Raí e levou o time à final do Campeonato Brasileiro diante do Corinthians em 1990, sendo então, vice campeão daquele ano.

No ano seguinte, em 1991,  levou o São Paulo a dois títulos, sendo o Campeonato Brasileiro, contra o Bragantino, e o Campeonato Paulista, contra o próprio Corinthians.

Telê ensinou Cafu a cruzar,  ressaltaria até que  se Telê não tivesse cruzado o caminho dele, talvez não teria chegado aonde chegou. Descobriu que Raí poderia ser o nosso craque.  Dentre muitas outras apostas e descobertas.

Como dito o próprio Muricy Ramalho: ” ele era ‘seguro’ ” mandava os atletas humildes devolverem os carrões comprados. Obrigava-os  a comprar primeiro uma casa para suas famílias senão nem ia treinar mais..

Telê era exemplo de dedicação, ensinou o futebol e ensinou a vida para muita gente.